Energias renováveis asseguram um futuro melhor e sustentável

Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo

O Brasil tem um sistema consolidado de fornecimento de energia elétrica, mas, quando se pensa em sustentabilidade global, vislumbra-se a necessidade de mudanças. Com isso, surge o debate sobre a renovação da matriz energética. A realidade atual pede alternativas renováveis e que não agridam o meio ambiente.

“Base energética é o tema principal. Basicamente, vamos fazer uso de diferentes fontes para produzir energia elétrica. O que vai interferir é a questão de elas serem renováveis ou não, poluentes ou não, que geram impactos para o meio ambiente ou não, pois aí existem algumas preferências”, diz o professor do curso de Engenharia Elétrica da Uninter Eduardo da Silva.

Apesar de termos diferentes fontes de energias que podem ser utilizadas, algumas são as preferidas por serem menos poluentes e causarem menos impactos ambientais. A procura é sempre por fontes renováveis, e o Brasil tem uma matriz energética muito diversificada. “Hoje, temos 80% da nossa matriz elétrica do ponto de vista renovável, mas ainda assim há muito o que melhorar”, ressalta Silva.

Matriz energética

Matriz energética são todas as fontes que podem ser convertidas em energia útil. Hoje, temos como principais fontes da energia proveniente dos recursos hídricos, sejam as usinas hidrelétricas ou as PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas). Temos também a parte de geração eólica, solar, biomassa, nuclear e combustíveis fósseis.

As usinas são separadas entre energias renováveis e não renováveis. Dentro das renováveis podemos separar como destaque as hidrelétricas, as eólicas e as solares. A energia de combustível fóssil, biomassa e nuclear são consideradas não renováveis.

“Sempre que escolhemos a energia renovável, busca-se uma energia mais limpa com menos emissão de gases tóxicos e com menos impacto ambiental e assim vamos transformando a energia de forma a causar menos impacto e manter a saúde do nosso planeta”, destaca Silva.

O aluno de Engenharia Elétrica Eduardo Amâncio trabalha com eletrônica desde os 14 anos, mas profissionalmente só depois dos 22. Sua primeira formação foi em técnico eletrônico, na Etec Júlio de Mesquita, em Santo André (SP). Para ele, este é um ramo fascinante.

“Antigamente, a gente ouvia falar somente em energia gerada por recursos hídricos. Pouco se falava em energia solar, eólica e nuclear, e hoje isso faz parte da nossa realidade. A tecnologia evolui muito, e conforme as tecnologias avançam, nós ganhamos em eficiência”, conta Amâncio.

Energia limpa

Quando se fala de energia limpa, entramos em uma série de discussões, pois o  impacto ambiental pode ocorrer de formas diferentes. Inundar grandes áreas, no caso das hidrelétricas, ou produzir grandes sombras, no caso dos aerogeradores, ou ocupar áreas muito grandes, no caso dos parques solares, também altera e prejudica o meio ambiente.

“Existe um estudo para mensurar que tipo de impacto você está causando. Isso tudo tem de ser levado em consideração. Mas é claro que algum lado precisa ceder”, pontua Silva.

A partir disso, se incentiva muito o processo de micro e mini geração. O professor explica que podemos ter produção de energia eólica ou fotovoltaica em menor escala, o que seria talvez a melhor de todas as soluções.

“Ao invés de termos uma grande área de painéis solares, se tivéssemos esses painéis distribuídos no telhado das residências talvez teríamos uma área de abrangência muito maior e gerando menos impacto ambiental. Nesse caso, cabe mais incentivo do governo e até mesmo orientar e educar as pessoas nesse sentido”, comenta.

Futuro

Já existiram alguns eventos e fenômenos que nos alertaram para o futuro. Já tivemos apagões em diferentes regiões do Brasil. O professor Eduardo da Silva diz que a melhor maneira de prever o futuro é olhar para o passado, e que uma das ações que impede que ocorra um colapso no sistema elétrico, é fazer com que esse sistema seja interligado.

“O sistema é separado em subsistemas. Temos as regiões Norte, Nordeste e Sul individuais, Centro-Oeste e Sudeste como uma região só. Cada um deles tem sua forma de geração, suas redes de distribuição e suas concessionárias, mas são interligados através das linhas de transmissão”, salienta.

Isso faz com que uma região do país que esteja com acréscimo de demanda consiga receber essa energia de uma outra região onde esteja sobrando, impedindo que ocorra um colapso. Assim, a energia é distribuída pelo país.

Existe também a possibilidade de fazer a importação de energia. Uma opção bem comum é comprar do Paraguai o excedente de energia produzida em conjunto com o Brasil na usina de Itaipu. Também pode ocorrer importação da Argentina e de outros países da América do Sul.

A outra forma de garantir que não ocorra um colapso é não depender de uma fonte de energia só. Hoje, nosso maior problema é depender muito das hidrelétricas. Com a estiagem que estamos vivendo, começa a existir um risco. E também o custo da energia fica mais alto.

O professor Eduardo da Silva e o aluno Eduardo Amâncio debateram sobre energia no programa “Nas Ondas da Politécnica”, transmitido pela Rádio Uninter, no dia 5 de outubro. Guilherme Lemermeier foi o mediador do evento. Clique aqui para acompanhar o programa completo.

Incorporar HTML não disponível.
Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König


Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *