Recursos naturais são essenciais para manter a saúde física

Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de Jornalismo

A biodiversidade do planeta Terra é riquíssima e precisa ser preservada para o equilíbrio ambiental global. Essa responsabilidade é ainda mais evidente para os profissionais da saúde que utilizam os recursos naturais para tratamento de pacientes com as mais variadas patologias.

Essa diversidade encontrada no meio ambiente é elemento central para o desenvolvimento das sociedades e bem-estar da humanidade. A questão é que atualmente, pelo crescimento da população e da utilização irracional dos recursos, há muitas discussões sobre como adquiri-los de forma consciente. É necessário pensar se a empresa fornecedora se importa com a causa ou faz a exploração de forma predatória, sem pensar que a biodiversidade é finita.

A professora Fernanda Cercal, coordenadora do curso de Fisioterapia da Uninter, conta que existem diversos mecanismos de conservação ambiental. Há também incentivos para empresas que trabalham pensando na sustentabilidade. Com a comprovação de que agem em prol da conservação, elas recebem selos, geralmente através de governos federais, estaduais e municipais. Isso pode gerar oportunidades de negócio.

“A gente começou a perceber que quanto mais a sociedade e a população se importam com isso, vários negócios vêm surgindo com essa ideia, dizendo para o mundo que a exploração dos recursos naturais por essa empresa é diferenciada, e ela começa a utilizar isso como um apelo econômico capaz de gerar vantagens competitivas”, ressalta.

Um exemplo de manejo de conservação seria o reuso da água, principalmente em períodos de seca, como o que se tem atualmente. Grande parte das pessoas estão em casa e acabam utilizando mais desse recurso. Entre os ecossistemas naturais que merecem atenção, Fernanda destaca alguns, como a composição gasosa da atmosfera e do clima, a geração e manutenção dos solos, o controle das populações de pragas, a polinização de culturas e o fornecimento direto de alimentos.

Tudo isso porque os benefícios econômicos gerados através da biodiversidade são grandes. “Estima-se que 40% dos medicamentos disponíveis na terapêutica moderna tenham sido desenvolvidos a partir de fontes naturais”, diz a profissional. Desses, 25% são de plantas, 13% de microrganismos e 3% de animais. De acordo com o professor Vinícius Bednarczuk, coordenador dos cursos de Farmácia e Práticas Integrativas e Complementares da Uninter, esse dado chega a quase 70%, se somado aos protótipos de recursos naturais.

“Veja como a biodiversidade está presente na nossa saúde. Hoje a gente pensa ‘saúde é remédio’, e através dos tempos a gente vê que os recursos medicamentosos acabam realmente tendo um papel importante na sociedade, para prevenção e tratamento de várias patologias. Mas será mesmo que é somente os remédios que têm esse potencial de cura de tratamento? Não. Vários recursos terapêuticos naturais têm um potencial enorme de tratamento e cura de diversas disfunções e desequilíbrios dos mais variados sistemas do organismo”, afirma Fernanda.

Tratamentos e terapias

Na antiguidade, não existiam todos esses recursos advindos da evolução do homem e avanço da medicina, uma vez que as próprias profissões da área da saúde eram inexistentes. Mas os indivíduos já contavam com recursos naturais, como a água, o sol, o vento e a terra para o cuidado com a saúde humana, além das plantas. No passado, eles já obtinham sucesso através dos vários benefícios desses elementos.

A luz do sol, por exemplo, pode ser utilizada para impregnação do cálcio nos ossos, que tem uma redução para as mulheres no período da menopausa. A hidroterapia, ao utilizar água, pode auxiliar na diminuição de dor, impacto das articulações, pressão sanguínea, melhoria do retorno venoso, entre outros. Ainda assim, Fernanda pontua que é necessário planejar essa utilização quando usada em grandes quantidades, como na hidromassagem.

“Quanto mais o nosso contato com a água, melhor é a nossa saúde. Desde o momento que a gente toma, a gente está cuidando do funcionamento metabólico, bioquímico, molecular. Porém temos que saber utilizar esse recurso com bastante sabedoria para o benefício e sem extrapolar”, salienta.

Outra questão que merece cuidado, segundo a profissional, são os cosméticos. É importante racionalizar e pesquisar sobre as empresas que fornecem os produtos, para conferir de que maneira eles estão sendo desenvolvidos. Muitos ainda são testados em animais, devido ao custo de estudos, que têm menor preço para o mercado.

“Eu costumo dizer que o que é muito barato não é muito bom. Com raras exceções, aqueles que foram mais estudados, que têm um cuidado com a biodiversidade, com a sustentabilidade, são os mais caros”, explica.

Há ainda algumas ferramentas fabricadas com matérias-primas retiradas da biodiversidade, que possuem longa duração, desde que bem higienizadas e preservadas. É o caso das pedras quentes que agregam aos benefícios de massagens, por causa da temperatura. Provenientes do basalto, elas estabelecem benefícios fisiológicos ao organismo. Assim como a pinda chinesa, utilizada com compressão de ervas e aromas para massagear e aumentar o bem-estar físico e emocional.

“[Os tratamentos com utilização de recursos naturais] estão muito em alta. Houve um tempo na nossa sociedade em que não eram tão bem vistos. Mas hoje a gente já está voltando, utilizando muito mais esses recursos durante as nossas terapias físicas. A parte de apoio é extremamente valiosa, porque nós temos recursos riquíssimos provenientes dessa nossa biodiversidade e quem têm funções específicas no nosso organismo, que consegue chegar onde a gente quer na fisiologia e proporcionar esse bem-estar, que é o que os nossos pacientes acabam procurando”, finaliza Fernanda.

A profissional abordou o assunto dentro da Maratona Ecos do Brasil, na live Utilização sustentável da biodiversidade em terapias físicas, realizada através da página Maratonas para desenvolvimento sustentável Uninter. A palestra foi mediada pelo professor Vinícius, com a participação daqueles que acompanhavam ao vivo, via chat.

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Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Jill Wellington/Pixabay


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