Quem e o que são os culpados pela obesidade?

Autor: Valéria Alves – Assistente Multimídia

O Dia Mundial da Obesidade era realizado todos os anos no dia 11 de outubro. A partir de 2020, quando a World Obesity Federation alterou a data, ela passou a ser no dia 4 de março. Mas, afinal, sobre o que se trata esse dia exatamente?

Falar sobre obesidade é importante, assim como reconhecê-la como uma doença e um fator de risco para o surgimento de outras, como por exemplo a hipertensão, diabetes, doença hepática gordurosa não alcoólica, apneia do sono, doenças respiratórias, entre outras.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que até 2025 haja mais de 700 milhões de pessoas adultas obesas. Mas, além disso, há a expectativa de que a obesidade atinja mais de 75 milhões de crianças se não houver conscientização sobre o assunto. Por isso, o programa Diversos da Pós falou sobre o tema na Rádio Uninter, que contou com a participação da nutricionista Andrea Emanuela Chaud Hallvass e mediação de William Sales, Cristiane Ripka e Ana Paula Coimbra.

Obesidade infantil: há um culpado?

Segundo Andrea, há algum tempo a obesidade deixou de ser apenas uma preocupação em relação aos adultos, pois ela atinge todas as faixas etárias. Além disso, o número de crianças e adolescentes obesas chegou a aumentar 10 vezes em 4 décadas. Assim, é necessário intervir hoje com programas de estímulo à alimentação saudável, nutrição, entre outros, para que essa realidade não venha a se agravar no futuro.

“Não dá para ter um único culpado. Se nós olharmos para tudo que as crianças e adolescentes são expostos em relação à mídia, hoje as crianças ficam muito mais em frente à televisão expostos a propaganda de comida. A gente também tem pais que trabalham o dia todo fora e nem sempre estão presentes para acompanhar a alimentação dessa criança/adolescente. Outra coisa que colabora muito para a obesidade nessa faixa etária é que cada vez menos as crianças brincam ao ar livre e praticam atividades físicas, ficam muito tempo em frente à TV, computador, celular, tablet, e isso leva ao sedentarismo”, explica a nutricionista.

Como observado, há vários fatores que somam e colaboram para a obesidade de crianças e adolescentes. O exemplo dos pais dentro de casa é muito importante, mas não há como culpá-los excessivamente por essa realidade, pois existem diversas condições que devem ser avaliadas e levadas em consideração quando falamos sobre essa questão.

“Às vezes, os pais trabalham o dia todo fora e quando chegam em casa não têm mais energia, estímulo para uma refeição mais equilibrada do ponto de vista nutricional, e acabam fazendo um lanche mesmo. Às vezes, também há uma resistência da criança, que fica exposta a propagandas e quer comer comida de fast-food, então é uma somatória”, diz Andrea.

Estética e obesidade: como elas estão relacionadas?

A obesidade está muito além da forma física, pois é uma questão de saúde. Mas, de acordo com relatos de Andrea durante o programa, essa não é a maior preocupação da maioria dos pacientes que procuram atendimento.

“Eu percebo que a saúde acaba sendo um motivo secundário, quando na verdade tinha que ser exatamente o contrário. A questão é você ter uma boa alimentação, um estilo de vida saudável e alimentação saudável buscando uma boa saúde. Sendo para estética, eles querem resultado em curtíssimo prazo”, explica Andrea. Ela fala ainda de uma das preocupações dos nutricionistas com essa questão, que seria a popularidade de “dietas da moda”, que promete a perda de peso em um curto período do tempo.

Para ela, é importante que a pessoa se sinta estimulada a buscar tratamento não por causa do preconceito relacionado à forma física, mas sim em busca de uma melhor qualidade de vida. Em controvérsia, muitas vezes uma pessoa com sobrepeso é relacionada como alguém que possui uma condição de saúde ruim, quando nós podemos ter uma pessoa com peso e altura e ideal que não necessariamente está saudável, por exemplo.

“Tem muito a ver com estilo de vida, então a gente não tem que ficar preso à forma física, a gente tem que ter outros métodos de avaliar o estado de saúde do indivíduo além do peso e altura. Se a gente ficar preso só em IMC e pegarmos um indivíduo que é extremamente musculoso e calcular o IMC, ele vai dar muitas vezes como obeso, mas o peso dele é de massa muscular. Exames laboratoriais são muito importantes nisso. A gente não pode esquecer em momento algum que a obesidade é uma doença, e não dá para descuidar”, aponta.

O que é o IMC e o que ele significa?

O IMC significa Índice de Massa Corpórea, sendo um parâmetro para calcular o peso de cada pessoa, dividindo o peso do mesmo pela sua altura elevada ao quadrado. Quando se trata de obesidade, existem os graus I, II e III, que é a considerada mórbida. Ainda, o estado de sobrepeso pode ser um alerta para que nos atentemos à nossa saúde.

“O melhor tratamento é a mudança de estilo de vida, mudança para uma alimentação saudável associada à prática de atividade física. Muitas vezes terapia psicológica, porque antes de tudo é uma mudança de comportamento. Muitas vezes precisa começar antes a parte comportamental, para depois ir para a parte nutricional”, informa a nutricionista. Além disso, às vezes se faz necessário o uso de medicamentos, e por isso é importante ir ao médico para saber qual o tratamento indicado para cada situação em específico.

Para saber mais sobre o assunto, clique aqui.

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Autor: Valéria Alves – Assistente Multimídia
Edição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: KoolShooters/Pexels


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