Parto na água, a maneira mais segura de nascer

Autor: Barbara Carvalho - Jornalista

Relativamente novo no Brasil, o parto humanizado é uma prática que consiste em um conjunto de procedimentos para deixar o processo do parto menos hospitalar, ou, como o próprio nome já diz, permitir que a hora do nascer seja humana e acolhedora. O conceito surgiu no final dos anos 1980 e é construído de vários detalhes que buscam garantir o conforto da mulher e do bebê neste momento.

Uma das práticas mais conhecidas dentro do parto humanizado é o parto na água. Um dos seus precursores é o médico obstetra e cientista francês Michel Odent. Seus estudos sobre humanização do parto começaram na década de 1970 onde, por meio de observação de várias experiências, pode constatar os benefícios da água no momento do nascimento, propondo assim, uma reflexão da importância da água em todos os momentos da vida humana.

“No nosso início da vida dentro do líquido amniótico e na sua manifestação de plasma, sangue, tudo onde há vida há alguma forma líquida, e onde há esse líquido temos por trás a água. Quando a gente pensa desde o período pré-concepção, o muco cervical se fluidifica, aumentando a quantidade de líquido, e para que se inicie uma nova vida, o corpo se enche de líquido”, reflete Adelita Gonzales Martinez Denipote, enfermeira e especialista em enfermagem obstétrica.

Como no período gestacional o bebê permanece imerso em um ambiente cheio de líquido, o parto na água propicia maior conforto e estabilidade para a criança. Avaliar a qualidade do parto e a transição de ambientes na vida do ser humano é importante, e a neurociência já vem estudando os impactos sobre essa forma de nascer. Seres nascidos de forma suave e gentil geralmente tem melhores relações e se desenvolvem de melhor forma com o ambiente.

O parto na água é uma opção de forma humanizada que vem para combater a violência obstétrica e números de partos cesarianos que vem ocorrendo nos últimos anos. Hoje, temos na área do nascimento o modelo de assistência obstétrica hegemônico predominante, forma que valoriza o tempo e recursos materiais, modelo tecnocrático quando em muitos casos acontece a violência obstétrica e neonatal.

Dados do Ministério da Saúde e da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), de 2016, mostram que a imersão em água apontou efeitos positivos no controle da dor sem evidências de efeitos adversos maternos, com resultados neonatais equivalentes e sem risco aumentado de infecção. “Parto natural é, de maneira geral, a forma mais segura de nascimento”, relata Adelita.

Para a mulher, o parto na água propicia diversos benefícios, como alívio da dor, relaxamento, melhora da oxigenação materna e aumento da satisfação materna com o parto. Já para o bebê, ocorre melhora da oxigenação fetal e uma transição suave no nascimento. Para o processo é necessário proporcionar um ambiente onde a mulher se sinta segura e esta modalidade de parto é recomendado para todas as mulheres com gestação saudável.

A temática foi abordada na última Supermaratona Uninter – Terra, planeta água, realizada dias 18 e 19 de março, transmitida ao vivo no canal do YouTube do Grupo Uninter. A palestra “Parto na água como possibilidade do nascer” contou também com a participação de Pricila de Souza, tutora de cursos de pós-graduação nas áreas da saúde e ciências biológicas, e Deisi Cristina Benedet, coordenadora de Enfermagem da Uninter. Para acompanhar o conteúdo na íntegra, acesse aqui.

Incorporar HTML não disponível.
Autor: Barbara Carvalho - Jornalista
Edição: Mauri König


Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *