Os desafios da gestão feminina na logística

Autor: Izadora Alves - Estagiária de Jornalismo

A responsabilidade de fazer uma boa gestão vem sempre acompanhada da visão de poder ampliar e melhorar o desempenho da equipe de forma geral, mas alguns desafios colocam à prova a capacidade na execução. Alguns desses obstáculos surgem quando falamos de coordenação feminina, ainda mais na área da logística: de acordo com uma pesquisa pela empresa de recrutamento Gupy, apenas 27,4% dos cargos de alta liderança são preenchidos por mulheres nos campos da logística, tecnologia e engenharia.

De acordo com o Ministério da Economia, as mulheres ocupavam somente 43,8% dos cargos de chefia no país até 2017, uma estatística relativamente baixa perante a busca por igualdade no mercado de trabalho. Pamiele Luci Tiliake, aluna do curso de Logística da Uninter, atua há 12 anos no ramo e alcançou em 2022 o cargo de gestora em logística. Ela compartilha os desafios permanentes relacionados à profissão e que o gosto pela logística já vem do ambiente familiar, em que seu pai buscava inclui-la como acompanhante nas tarefas de trabalho e que desta forma ela pôde vivenciar desde pequena as experiências da profissão e os detalhes que considera primordiais no planejamento com sua equipe.

A gestora comenta que os obstáculos aparecem em diversos pontos quando falamos sobre bem-estar da equipe, principalmente quando falamos sobre o feminino nessa área, onde suas ações precisam ser aprovadas e validadas por algum cargo de gestão masculino. “É bem difícil ser mulher e trabalhar com logística porque não te dão muita voz e não acreditam muito no seu conhecimento, no que você tem de embasamento para aquilo. Normalmente você é desacreditada”, desabafa.

Em busca de qualificar seu perfil profissional, ela comenta que a mulher tem uma visão mais ampla de cogitar diferentes cenários, visando um cuidado para além da experiência final do cliente. Nesta caminhada, Pamiele constrói sua carreira de forma positiva, desde a motivação ao realizar o processo de carregar um caminhão até o conhecimento de que a experiência do cliente foi concluída com excelência por seus colaboradores, sendo essa parte “a chave de tudo”.

“Acaba sendo um processo que funciona quando tudo em volta ajuda para isso. Quando você tem funcionários motivados, quando tem uma qualidade de vida no trabalho bacana, é assim que você depende obrigatoriamente do fator humano dentro da logística”, explica.

Isso tudo é somado a uma formação que proporciona conhecimento e agrega valor ao profissional diariamente. A professora da Escola de Gestão, Comunicação e Negócios da Uninter e coordenadora do curso de Logística, Alessandra da Paula, traduz o que é a sensação de ser parte de um todo que valoriza sua visão.

“A Uninter é uma empresa à frente de seu tempo por ter criado e desenvolvido essa cultura de privilegiar a presença e a força feminina em seus processos decisórios”, declara. “Pode-se dizer, então, que a instituição valoriza a ocupação feminina dos cargos de gestão, seja em seu ambiente corporativo ou, como visto recentemente, quando isso acontece com egressos de seus cursos, como o de Tecnólogo em Logística. Uma aluna desse curso assumiu, em Joinville (SC), uma vaga de gerente de logística, em uma empresa de médio a grande porte.”

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as mulheres são a maioria com ensino superior completo e possuem mais anos de escolaridade em relação aos homens. Por isso, a participação delas é necessária para conduzir e inovar as atividades econômicas no mundo pós-coronavírus. Como seres humanos, devemos ampliar o olhar de cuidado e também de valorização para o potencial de cada, um independentemente de gênero, raça e cor, pois estamos todos os dias capacitados para aprender uns com os outros.

Nova formatação de mercado

Os processos logísticos também foram impactados neste período de pandemia da Covid-19. A população ficou, de certa forma, mais sensibilizada e imediatista, pois em diversos setores a ação tecnológica foi melhorada e ampliada.  Com essa velocidade, o consumidor acaba tendo menor consciência do processo como um todo, sem ter tempo para errar e corrigir para otimizar, e que, apesar disso, é necessário sempre buscar uma forma de otimizar tempo sem perder qualidade no atendimento.

A preocupação com o produto é extremamente relevante e parte fundamental do processo logístico. Apesar do imediatismo em receber a encomenda, existe a divergência entre expectativa e realidade quando falamos em qualidade na entrega de um serviço.

Pensando num perfil ideal, o profissional de logística precisa ter habilidades específicas em sua formação, como visão sistêmica, senso de urgência, proatividade e redução de custos. Características básicas da personalidade também são relevantes, como responsabilidade, organização e comprometimento. Pensando além de critérios técnicos, é interessante considerar também o conforto para um trabalho digno, com planejamento amplo para os demais colaboradores internos e externos.

Um diferencial destacado por Pamiele é o de proporcionar conforto aos motoristas da empresa, fator que geralmente passa batido pelos gestores. São cuidados básicos que complementam a saúde e o bem-estar, facilitando com que o colaborador se sinta valorizado. Essa visão também acontece devido ao convívio diário e também conhecendo a realidade de cada integrante da equipe.

Os processos administrativos de uma logística, seja de qual for o segmento, se tornam ainda mais necessários ao utilizar os benefícios da tecnologia a favor do tempo e da satisfação do cliente, pois ela está nos mais diversos processos, desde o acompanhamento do pedido, na validação da receita e até a rastreabilidade do produto. O processamento dessas etapas e a visão do todo na logística são amparados, segundo Pamiele, pelo centro universitário.

“O curso auxilia muito na questão técnica, e a didática é de fácil aprendizado, onde todos conseguem aprender. Sendo muito direto e focado no que é necessário na área da logística, os professores estão sempre prontos a ajudar e isso contribui de forma significativa na construção do profissional”, conclui a aluna a respeito da experiência com a graduação.

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Autor: Izadora Alves - Estagiária de Jornalismo
Edição: Arthur Salles - Assistente de Comunicação Acadêmica
Créditos do Fotógrafo: Gerd Altmann/Pixabay e acervo pessoal


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