Os cuidados com a população idosa na campanha de luta contra a AIDS

Autor: Fabiana da Silva Prestes*

Dezembro é o mês em que se comemora o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, com o intuito de reforçar a necessidade de prevenção e promover o conhecimento e debate a respeito de um tema tão importante, mas muitas vezes negligenciado.

É um mês para conscientizar e refletir sobre como estamos agindo frente a essa patologia que por anos vem acometendo a população. A campanha costuma se concentrar no público mais jovem entre 15 e 24 anos levando em consideração o maior número de parceiros casuais e de casos registrados. Vale ressaltar, que, de acordo com o boletim epidemiológico disponibilizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde, a infecção pelo HIV e a AIDS fazem parte da Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças.

Desta forma, os casos de infecção pelo HIV ou de AIDS devem ser reportados às autoridades de saúde. Outro dado importante possibilitado pelo boletim epidemiológico, é que no Brasil, em 2018, foram diagnosticados 43.941 novos casos de HIV e 37.161 casos de AIDS, e que, de 1980 até junho de 2019, foram registrados 633.462 (65,6%) casos de AIDS em homens e 332.505 (34,4%) em mulheres.

Com relação ao sexo, há diferenças regionais consideráveis, mas ainda assim, o predomínio de casos ocorre na população masculina, observando-se um aumento nos indivíduos com idade entre 15 a 19 anos, 20 a 24 anos, 25 e 29 anos e 60 anos e mais. Desde o início da epidemia de AIDS, em 1980 até 31 de dezembro de 2018, no Brasil foram notificados 338.905 óbitos tendo o HIV/AIDS como causa básica.

Com o aumento da população idosa no Brasil e no mundo, também vem crescendo o número de casos de HIV/AIDS nessa parcela da população, e ao contrário do que se costuma achar, a sexualidade não morre com a idade, não é porque uma pessoa se tornou idosa que essa parte de sua vida não existe mais, há sim modificações e adaptações nesse sentido, mas a sexualidade existe e deve ser considerada, não vista como um tabu, atitude que muitas vezes impossibilita a criação de dialogo a respeito do assunto e a própria orientação do idoso e seus familiares a respeito da prevenção.

Há um preconceito envolto ao tema, o idoso é visto somente como um pai, uma mãe, sem autonomia sobre sua sexualidade, tornando-se necessário desmistificar a ideia que a sexualidade é exercida somente pelo jovem.

Um dos objetivos desse mês e da campanha de luta contra a AIDS é desenvolver a comunicação, a troca de informações e experiências, bem como a necessidade de prevenção e entendimento sobre a patologia.

* Fabiana da Silva Prestes é professora do curso de tecnologia em Gerontologia – Cuidado ao Idoso da Uninter.

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Autor: Fabiana da Silva Prestes*
Créditos do Fotógrafo: Mauricio A./Pixabay


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