Conhecimento

O que o xadrez e os gibis podem nos ensinar?

Até a invenção da prensa por Gutemberg, no século 15, os livros eram escritos à mão e restritos aos nobres. A máquina de impressão tipográfica permitiu a reprodução em massa dos livros e a expansão do conhecimento. Porém, as bibliotecas já existiam antes mesmo da prensa. Placas de argila, papiros e pergaminhos já eram guardados em local próprio. Acredita-se que a Biblioteca Real de Alexandria, no Egito, tenha sido construída no século 3 a.C.

O dia nacional do livro é comemorado em 29 de outubro, data de inauguração da Biblioteca Nacional do Brasil em 1810. No país todo acontecem grandes eventos literários em comemoração à data, como a Feira Literária Internacional de Paraty (RJ), e a feira do Livro em Ribeirão Preto (SP).

Na Uninter, o Dia Internacional do Livro foi celebrado com duas palestras que aconteceram na biblioteca do Campus Tiradentes, nos dias 25 e 26 de outubro. Alunos do curso de Pedagogia e professores puderam aprofundar seus conhecimentos sobre como usar gibis em sala de aula e sobre como o xadrez está relacionado com o ensino.

Na noite do dia 25, o professor e pesquisador Wilson da Silva explicou quais os benefícios e vantagens de se jogar xadrez. Segundo ele, pode-se fazer uma ampla relação entre o exercício do jogo e o pensamento lógico. A prática sistemática do xadrez pode ser uma forma eficiente de organizar o pensamento do praticante, o que se reflete na melhor resolução de problemas que envolvam o pensamento lógico.

“Isso não se aplica só para a matemática. Para escrever um texto tem que ter coesão, desenvolvimento e conclusão, em tudo isso o raciocínio lógico se mostra”, diz o professor, que investigou o assunto durante cinco anos. “As pessoas que praticam regularmente o xadrez quando submetidas a tarefas que envolvam o pensamento lógico, mostram uma certa vantagem”, afirma.

Além de trabalhar a atenção e a concentração, o xadrez também é considerado um jogo extremamente inclusivo. “Crianças e adultos podem se enfrentar em pé de igualdade, assim como homens e mulheres já que a questão física não é determinante como em outras modalidades esportivas. Um cadeirante só precisa ter acessibilidade para chegar com a cadeira. Cegos também jogam. O órgão necessário é o cérebro”, conclui Wilson.

A linguagem do gibi e o que está nas entrelinhas das histórias foi o assunto tratado pelo professor Rodrigo Otavio dos Santos. Ele levantou um questionamento sobre como pensar a linguagem dos gibis. Para ele, as pessoas leem gibis da mesma forma que veem filmes, sem para pensar na forma que são construídos. Rodrigo também sugeriu que os alunos presentes utilizem os gibis, como também outros meios como o cinema para trabalhar conteúdos em sala com os alunos. “Utilizem tudo que está permeando a mente dos alunos”, recomenda.

Existem duas formas de usar no gibi em sala de aula. A primeira delas é a produção, ou seja, pedir que os alunos façam histórias em quadrinhos, e a segunda é utilizar uma obra, o que é chamado de educomunicação. “Por exemplo, existe uma história em quadrinhos chamada ‘Uma Vida Chinesa’ que conta a história de um rapaz na época do governo do Mao Tse Tung. Como que foi a passagem do comunismo na China. A partir desse gibi, a gente vai entender”, explica. Existem também diversos outros gibis que trazem temas importantes, o que muitas vezes pode ser mais interessante para os alunos do que uma narrativa do professor.

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Autor: Letícia Costa - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Letícia Costa - Estagiária de Jornalismo

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