O protagonismo do professor Wilson Picler nos 20 anos do Prouni
Autor: Nayara Rosolen - Analista de Comunicação
Mais de 3,4 milhões de estudantes foram beneficiados com o Programa Universidade Para Todos (Prouni) desde 13 de janeiro de 2005, quando foi instituída a Lei nº 11.096. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), foram 2,5 milhões de bolsas integrais (100%) e 947 mil bolsas parciais (50%) nestas duas décadas. Anualmente, são quase 600 mil bolsas ofertadas aos estudantes, em 1.862 instituições privadas no Brasil.
O mantenedor e chanceler do Grupo Uninter, Wilson Picler, foi um grande apoiador e articulador à época, determinante para que a política pública fosse implementada. Por isso, na reunião mensal do Sindicato de Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR), realizada em 10 de março de 2025, foi o convidado para falar sobre os 20 anos de Prouni.
Picler relembrou os bastidores da luta para garantir a legislação, assim como destacou a importância do programa e da responsabilidade social das empresas bem sucedidas. O chanceler lembra da carta que enviou ao MEC com uma manifestação da Facinter e Fatec, que mais tarde dariam origem ao Centro Universitário Internacional Uninter, declarando o interesse em participar do Prouni “por entender o espírito social do referido programa”.
Antes mesmo de a lei ser estabelecida, declarou uma adesão antecipada de bolsas. Após uma reunião realizada pelo MEC com mais de 40 instituições interessadas, houve a adesão antecipada de sete mil vagas, o equivalente a uma universidade pública de médio porte. Dessas, três mil eram apenas da Uninter, fortalecendo o programa. Com isso, a medida provisória (MP 213/2004) se tornou lei (nº 11.096/2005) e o Prouni passou a existir legalmente.
“É um programa que transformou os impostos que o governo não conseguia receber, os impostos que as instituições não conseguiam pagar e as mensalidades que os os alunos não podiam custear. Transformamos tudo isso em bolsas de estudo, em um programa abençoado por Deus”, declara o chanceler.
Democratização da educação
O evento no Sinepe “foi um grande sucesso, enriquecido pela presença ilustre do professor Wilson Picler”, diz o presidente do Sinepe, Haroldo Junior. Segundo ele, Picler não mediu esforços para a articulação do Prouni e demonstrou “uma liderança visionária e um protagonismo excepcional” para que o projeto se concretizasse. O presidente afirma ainda que a capacidade de articulação e compromisso com a educação do chanceler foram determinantes para ampliar as oportunidades de acesso ao ensino superior do Brasil.
“O ProUni representa um marco na democratização da educação, possibilitando que milhares de brasileiros realizem o sonho da graduação. Mais do que um programa de acesso, impulsiona a transformação social ao formar profissionais qualificados e fortalecer o desenvolvimento do país. O impacto reflete o compromisso com um Brasil mais junto, onde a educação segue como um dos principais motores de crescimento e inclusão”, salienta Haroldo.
A diretora de educação a distância (EAD) do Sinepe, Dinamara Machado, diz que Picler “é um empresário que lutou por uma política pública de sucesso” e acredita que quando uma instituição oferta vagas para o Prouni, não deixa de pagar impostos, mas investe em matrículas. Por isso a importância do programa e de manter viva essa política.
“Quando falamos que três milhões de pessoas tiveram acesso ao ensino superior, que você tem um percentual muito grande de negros, pessoas de famílias pobres, todos oriundos de baixa renda, com acesso ao ensino superior, estamos falando de cidadania. Em políticas públicas, poderiam falar que é uma questão do público investindo no privado. Nós falamos em cidadania, ou seja, todo mundo assumindo a responsabilidade. Porque a instituição privada teria de pagar impostos, só reverteu em bolsas de estudo. Temos uma mudança de paradigma no país e de investimento na educação”, afirma Dinamara.
Perfil dos beneficiados
O maior público beneficiado pelo Prouni são mulheres (56%) e pessoas negras (55%). O Censo da Educação Superior 2023 verificou que 58% dos contemplados concluíram a graduação, o que soma 1,46 milhão de formandos. Entre os estudantes que não participam do programa, o índice é de 36%, uma diferença de 22% a menos em formações. “Os dados ressaltam o impacto social do Prouni no acesso e na conclusão do ensino superior por parte de grupos vulnerabilizados”, afirma o portal do MEC.
É o caso de Raelli Ferreira, que venceu as correntezas do Amazonas para conquistar o diploma de História, por meio de uma bolsa Prouni garantida através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Assim como de Viviane Oliveira, que teve a paixão profissional reacendida com o Prouni e voltou a estudar aos 44 anos de idade, se tornando exemplo para os três filhos. Ambas estudantes com bolsas ofertadas pela Uninter, com suas histórias contadas pela Central de Notícias Uninter (CNU).
Todo o protagonismo e atuação de Wilson Picler para que o Prouni se tornasse uma realidade e transformasse a vida de milhões de estudantes, foi motivo para que o chanceler fosse reconhecido e conquistasse três titulações no Paraná. Natural de Guaíra, no interior do estado, Picler se tornou Cidadão Honorário de Curitiba, em 2018; Cidadão Honorário de Ponta Grossa (PR), em 2021; e Cidadão Benemérito do Paraná, em 2022. Ainda em 2021, foi homenageado na Câmara Municipal de Curitiba pelos 25 anos de serviços à educação.
Autor: Nayara Rosolen - Analista de ComunicaçãoEdição: Mauri König