O portal de dois mundos de Jeferson

Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de Jornalismo

O Brasil fechou o ano de 1988 com uma inflação de 980%, um recorde mundial. Os preços eram reajustados de hora em hora e os salários perdiam valor de compra na mesma rapidez com que os empregos desapareciam. A “década perdida” mexeu com a vida de um sem-número de brasileiros, das metrópoles aos confins do país. Não foi diferente com a família do representante comercial Lauro Ferro.

Os filhos, Adriana, Jeferson e Claudia, eram criados soltos nas ruas de terra de Santa Felicidade, um torrão italiano incrustado na região Norte de Curitiba (PR). Neste lugar que ainda hoje guarda muito do bucolismo interiorano, as crianças mantinham uma estreita ligação com a natureza, com os animais de criação, brincavam com os primos e amigos no “terrenão da família”. Uma vida de interior a menos de 10 km da cidade grande.

A demissão do pai imporia uma mudança radical na vida de todos. Jeferson, o filho do meio, contava 12 anos. As finanças da família minguaram e o menino teve de sair da escola particular do bairro onde estudava para ingressar no Colégio Estadual do Paraná (CEP), a maior escola pública do estado. “Era uma escola grande, tinha que pegar ônibus, nessa época a gente fazia essas coisas sozinhos”, recorda.

Uma profusão de oportunidades se descortinaram ao romper a barreira que o separava do centro da cidade. Um portal se abriria para o menino, literalmente. A meio caminho entre o bairro e a região central, a prefeitura inauguraria em 1990 o Portal de Santa Felicidade, por onde Jeferson passava todos os dias na sua jornada para um novo mundo. O garoto ficou maravilhado com o que via.

“Aquelas ruas, a Praça Tiradentes, a Rua XV de Novembro, nossa, milhões de vezes já cruzei de uma ponta a outra”, diz. Mas o mundo de Santa Felicidade nunca sairia dele. O gosto pelas andanças, a facilidade de se comunicar e o interesse por entender o mundo ao redor vieram da intimidade com a rua em um tempo de maior liberdade num bairro onde todos se conheciam pelo nome.

Neste novo universo, o CEP foi um divisor de águas e sustentaria a relação duradoura com o centro de Curitiba, onde construiria a vida profissional. “Depois que comecei a frequentar [o CEP], mudou a minha perspectiva, eu meio que me desconectei daquele grupinho dos meus colegas. Os meus amigos de infância não estudaram muito, muitos nem terminaram o ensino médio, não tinha uma cultura de estudo na minha região”, conta.

Jeferson teve melhor sorte que os amigos, muito por influência da família. A conexão com a leitura e a escrita nasceu dentro de casa, por incentivo dos pais, que sempre compravam livros, jornais, revistas e enciclopédias. Isso foi determinante para o futuro que viria a ter como professor e escritor.

O pai era leitor de jornal e revista e a mãe também tinha hábitos de leitura, então ele sempre teve acesso a bons conteúdos em casa. “Lembro que meu pai comprava dois jornais todos os dias, a Gazeta do Povo e a Tribuna do Paraná”, comenta. Dos romances, dois ficaram marcados na memória: “Juliano Pavollini”, de Cristóvão Tezza, e “O grande mentecapto”, de Fernando Sabino.

Os estudos colaboraram para a fascinação por livros desde pequeno, quando foi a uma feira com a turma da escola. “Essa sensação de estar na feira tenho até hoje, devia ter uns 10 anos no máximo. Isso de ir lá e ver um monte de livros, poder escolher um e levar para a casa, é uma coisa que me impactou”. O sentimento foi reforçado ao iniciar os estudos no CEP e frequentar a Biblioteca Pública do Paraná, onde passava horas explorando as obras.

O Centro é um mundo

Além disso, o “Centro” não está na vida de Jeferson apenas na localização geográfica, mas também embutido em uma filosofia que carrega há anos. Jovem, teve toda a educação tradicional de família católica, frequentando missas e passando por todas as etapas de catequese, primeira comunhão e crisma. Porém, no final da adolescência ele se encontrou lendo sobre o budismo e contou com ensinamentos de um amigo da faculdade, “praticante bem sério”.

O budismo é para ele mais uma filosofia do que uma religião, com seus ideais de o equilíbrio da virtude estar no meio, sem pender nem tanto para um lado e nem tanto para o outro. Ou seja, a ideia de você ser uma pessoa mais equilibrada, mais de centro. “Nunca me considerei uma pessoa muito radical ideologicamente, politicamente ou socialmente. E também tem uma sabedoria muito bacana, que é a gente entender o que está sob o nosso controle e o que não está. Aprender a aceitar e viver o ciclo da vida”, salienta.

Ainda que não frequente mais, foi em um centro budista que se aproximou da esposa, Juliana, com quem está há 16 anos. Eles se conheceram dando aulas de inglês em uma escola, mas naquela época não chegaram a namorar e nem tiveram grandes afinidades. Depois, em 2005, se reencontraram, começaram a namorar e se casaram. Da relação, nasceram os três filhos do casal. Pedro, de 13 anos, Daniel, de 9, e Lucas, de 5.

A família ainda vive no bairro de Santa Felicidade, em uma casa própria comprada em 2011. No dia a dia, Jeferson busca “ser bem parceiro, colaborar e dividir as tarefas” com a esposa. “Essa questão da administração do lar e do cuidado com as crianças é algo que, sem dúvida, toma muito tempo e é um grande desafio. Mas a gente sempre procurou se equilibrar e acho que está sendo bem-sucedido”, afirma.

“O nascimento dos filhos é muito determinante, eu me defino muito como pai, sou muito presente, estou com meus filhos todos os dias, converso, brinco, como junto, faço comida, levo para cá, levo para lá, então sou um pai muito presente para eles”, salienta. “A paternidade para mim é uma das coisas mais importantes da vida, se não a mais importante. Sem dúvida nenhuma, acho que é o acontecimento que mais me modificou”.

Das exatas para as letras

Na região central de Curitiba, Jeferson realizou sua formação no ensino básico e chegou a flertar com a área de exatas, quando fez o ensino médio técnico no Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (Cefet-PR). O gosto por diferentes línguas e a literatura o fizeram tentar, “de brincadeira”, o vestibular de Letras na Universidade Federal do Paraná (UFPR). A aprovação foi algo natural. No entanto, as provas que aconteciam em cinco dias, no mesmo horário das aulas técnicas, quase o impossibilitaram.

Durante o vestibular, ele ainda estava tendo aula. Por sorte, a escola designada para fazer a prova era atrás do Cefet. Ele estava nas últimas semanas de aula, tinha de entregar um transformador para a disciplina de eletrotécnica. Então, combinou com a equipe: ia, fazia a prova e voltava correndo para fazer as últimas atividades no Cefet. Assim, conseguiram terminar a tarefa. “Se não tivesse sido assim, acho que nem teria feito aquele vestibular, mas fiz e passei. Foi natural, mas acho que foi um acidente proposital”, lembra.

O ano seguinte não foi menos corrido. Jeferson precisou conciliar o primeiro ano da graduação, à noite, com o quarto e último ano do técnico, de manhã. Aos 17 anos também já precisava trabalhar, “era uma coisa meio de regra da família”. No turno da tarde, ainda era balconista na Madeireira Santa Cândida, comércio que pertencia à família da mãe, Rosi Maria Simioni. “Nem sei como eu conseguia fazer tudo isso”, diz. Mas a paixão por Letras foi imediata. “Nossa, é aqui que tenho que ficar, é isso aqui que vou fazer”, pensou.

Logo, Jeferson vivia mais tempo na universidade do que na própria casa. No segundo ano do curso, largou o trabalho no comércio e conseguiu uma bolsa de iniciação científica. Dividia o cotidiano no ambiente acadêmico, entre as salas de aula, o centro acadêmico, o restaurante universitário. “Foi um tempo muito gostoso, muito bom para a minha vida. Eu realmente me encontrei lá naquele lugar e fiz grandes amizades”, salienta.

A afinidade com idiomas estrangeiros se estreitou com a universidade. Além do inglês, já lia bastante em espanhol, então nunca foi um problema. O francês é outra com a qual tem certa proximidade e consegue “se virar”, mas admite que gostaria de estudar mais. “Aprender línguas é muito bacana, porque faz novas conexões neuronais. Sempre gostei muito, acho que tenho uma certa facilidade. E gostaria de aprender outras línguas mais diferentes”, comenta.

Com o fim da bolsa de pesquisa, o então estudante passou a frequentar a biblioteca pública não mais apenas como um leitor assíduo, mas conseguiu um estágio no setor de literatura. “Não fiquei muito tempo, logo entrei em uma agência de publicidade, como revisor e redator”, conta. Pouco mais de um ano depois, ingressou efetivamente para a área da docência. Deu aula em uma escola de idiomas, se tornou coordenador, até que em 2001 surgiu a oportunidade de ser proprietário, a convite de outros dois amigos.

“Tinha 24 anos na época, era bem jovem. Mas fazia de tudo, passava cafezinho, atendia telefone e dava aula. Foi muito legal, um grande desafio, e crescemos muito rápido. Compramos uma escola que tinha 50 alunos e, em pouco tempo, já tinha 200. Aí a gente já estava contratando professor, dando treinamento. Depois compramos mais duas escolas e crescemos bastante, chegamos a ter mais de mil alunos em Curitiba e foi muito enriquecedor. Cresci muito com tudo isso”, afirma.

Foi nessa mesma época que Jeferson entrou para o time de professores da Uninter, à época ainda chamada de Facinter. Contratado para o curso de Secretariado Executivo em agosto de 2001, começou a lecionar também para outras graduações. E foi com o curso de Comércio Exterior que nasceu o primeiro livro, Around the world: introdução à leitura em língua inglesa, pela editora Intersaberes. A obra surgiu depois de um semestre da disciplina de inglês instrumental, que “foi um desastre” e chegou aos ouvidos do coordenador.

Questionado se gostaria de continuar com a disciplina no período seguinte, Jeferson se sentiu desafiado e começou a preparação de um novo material para 3 ou 4 turmas. “Comecei a buscar, escrever, montar uma apostila. Planejei uma série de aulas e foi uma maravilha. Os alunos adoraram, me deram nota 10. Sabe aquela disciplina que funciona? Os alunos vêm te abraçar no final do semestre. Foi incrível”, conta.

O livro já está na terceira edição e, de lá para cá, Jeferson realizou mais duas publicações, também pela Intersaberes: Produção e avaliação de materiais didáticos em língua materna e estrangeira, em parceria com a professora Juliana Bergmann, e Introdução às literaturas de língua inglesa, que está na segunda edição.

No campo da escrita, dois autores têm grande influência. O psicanalista Contardo Calligaris, “que escrevia de uma maneira muito clara e aceitava esse desafio de explicar o mundo ao nosso redor”. E o professor Fernando Andacht, orientador de Jeferson no doutorado.

Andacht merece uma menção especial. “Uma pessoa extremamente rigorosa, que escreve em cinco línguas, tem uma inteligência linguística fantástica, é um grande acadêmico. Tive muita sorte de ter encontrado ele no caminho, é um cara que, academicamente falando, para mim, é fundamental. Tudo o que escrevo, passo para ele, a gente discute juntos, enriquece muito os textos. Aprendo demais”, ressalta.

A entrada para um novo mundo

Entre 2014 e 2015, Jeferson decidiu deixar a vida de empresário da educação e vendeu sua parte da escola de idiomas para focar na carreira acadêmica, ingressando para o doutorado em comunicação, na área de cinema. Depois do mestrado em literatura inglesa contemporânea, o profissional foi instigado a estudar novas áreas. No mesmo período, também começou a lecionar para cursos da Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios da Uninter, em Jornalismo e Publicidade e Propaganda.

“Sem dúvida nenhuma, a decisão de fazer doutorado na área de comunicação me aproximou da área do jornalismo. Me levou a entender melhor como é que funciona a área academicamente, profissionalmente. Foi um novo mundo que se abriu”, explica.

Inspirado e provocado pelo trabalho desenvolvido na área jornalística, com os acadêmicos, o docente se sentiu “na obrigação de também produzir algum tipo de conteúdo para veículos de comunicação”. O menino que lia a Gazeta comprada pelo pai, então marca presença do outro lado, como autor de textos. Com publicações também no Jornal Plural e na Central de Notícias Uninter (CNU).

“Eu gosto desse desafio de tentar entender o mundo ao nosso redor, com as ferramentas que a gente tem, como professores universitários, pesquisadores. E tentar se comunicar, escrever coisas que façam sentido para as pessoas comuns, que não são necessariamente acadêmicos”, afirma.

A entrada para o mundo da comunicação também possibilitou o ingresso para a equipe CNU, a convite do coordenador, Manoel Aureo Germano, e do editor-chefe, Mauri König. A CNU estava expandindo e precisava de mais alguém para trabalhar com a revisão de produção de textos.

“Fizeram esse convite em um momento que eu estava precisando trabalhar mais mesmo, ainda não era integral na Uninter. Para mim, foi uma coisa muito importante, muito legal, pelo trabalho e pela oportunidade de conhecer esse novo mundo, trabalhar junto no portal de jornalismo. Uma experiência muito enriquecedora”, enfatiza.

Essa inquietude e vontade de desbravar as mais diversas áreas resultou no desenvolvimento e coordenação de alguns projetos no centro universitário. Jeferson foi convidado a dar continuidade ao projeto de extensão Jornal Nicolau após a aposentadoria do criador, o professor Roberto Nicolato. Foi especial não só por ter recebido o 3º lugar do Prêmio Sangue Novo Pesquisa em Jornalismo, em 2018, mas por carregar uma memória afetiva.

“O Jornal Nicolau era muito querido, fez parte da minha vida nos anos 90, quando eu era estudante. Lembro que eu pegava na biblioteca pública, que foi um local muito importante para mim também. Tenho até hoje alguns guardados, então foi muito bacana poder trabalhar com ele”, explica Jeferson.

Entre 2017 e 2018, também desenvolveu o Explica Aí, mais um desafio para o docente, realizado com estudantes de uma escola da rede pública de Curitiba, no qual oferecia oficinas sobre a mídia e os orientava em produções jornalísticas. “Nasceu de uma vontade minha de ver a escola pública por dentro, conversar com esses jovens, saber como pensam, como veem o mundo. E levar alguma coisa para eles. Tudo foi um desafio, encontrar a escola, envolver os alunos, os estudantes da Uninter. Mas a gente conseguiu, acho que deu um resultado bem legal”, afirma.

Nesse momento, Jeferson realiza um projeto de pesquisa sobre a oferta de cursos de jornalismo no Brasil, junto com os professores Guilherme Carvalho e Alexsandro Ribeiro e mais 12 estudantes do curso de Jornalismo EAD. Além disso, faz parte da equipe de planejamento didático no novo curso de Letras-Inglês da Escolas Superior de Línguas (ESLI), com a coordenadora Thereza Cristina Lima e a tutora Fabielle Cruz.

Nestes 20 anos de Uninter, em que passou por quase todos os cursos e escolas superiores, Jeferson diz que o que mais impacta é a oportunidade de fazer coisas diferentes. “Tem um dinamismo muito bacana, de você fazer, mudar, crescer… A gente nunca fica um ano fazendo a mesma coisa. É muito legal essa diversidade humana, de poder trabalhar com pessoas de diversas áreas. São desafios muito diferentes, acho isso fantástico”, salienta.

Das salas de aulas, os estudantes elogiam e agradecem a forma de orientar e facilitar os assuntos abordados, mesmo os mais complicados. Para Jeferson, esse é o melhor reconhecimento. “Essas coisas são a melhor parte de ser professor, quando você vê que tem um impacto positivo na vida das pessoas, que consegue ajudar os jovens a crescerem, produzir alguma coisa interessante. É muito recompensador, acho maravilhoso, por isso me identifico demais com a profissão, gosto demais de ser professor”.

Em breve, o profissional espera poder fazer um pós-doutorado fora do Brasil e planeja a próxima etapa acadêmica. “Futuramente, na próxima década, trabalhar como professor de mestrado, ingressar como professor da pós-graduação”.

“Algumas vezes os professores ficam frustrados, ‘ah, os alunos não respondem, não participam’. Eu acho que faz parte do jogo, às vezes os alunos não participam mesmo, às vezes a gente não consegue tocar o coração deles. Mas esse desafio me motiva, o desafio de buscar formas, textos interessantes, filmes interessantes, que podem mexer com os alunos”, diz.

Pai e professor preocupado com o país

As enciclopédias que fizeram parte do crescimento e formação de Jeferson, hoje também são compartilhadas com os filhos, quando vão para a casa do avô. Para ele, “pai e professor” são as duas palavras que o definem e que tem muito orgulho de ser. “São desafiadoras e me fazem mudar, crescer e amadurecer a cada dia que passa”, afirma.

O amor pelos filhos e a paixão pela educação, no entanto, trazem preocupações sobre o futuro do país e as próximas gerações. “Acho que a gente vive um momento muito difícil hoje, do desentendimento, falta de projeto, caminho. Acho que nós, como cidadãos, temos que refletir sobre o nosso papel na sociedade e o mundo que a gente quer para nosso futuro”, salienta.

Jeferson acredita que o grande desafio é o país entender o que é bem comum e como se faz para chegar até ele. Apesar de não saber qual é o caminho, acredita que passa pela política, um campo que foi deslegitimado. “O nosso país tem uma história muito marcada por facções, interesses privados, de pequenos grupos que se sobrepõem aos demais. Acho que a gente passou por um processo de achar que a política era tudo o que tinha de errado para o Brasil e hoje acho que está muito claro que não, é o contrário. A política é o espaço para a gente discutir democraticamente, civilizadamente, o que a gente quer fazer com o nosso Brasil e definir planos, projetos e caminhos”.

O profissional quer “um Brasil que seja mais inclusivo, que traga mais oportunidade para todos, que as pessoas tenham liberdade para serem quem elas querem. Um país em que a nossa estrutura de governo e de sociedade trabalhe em prol do bem comum”.

O diploma de Letras pela UFPR foi apenas o início da carreira acadêmica, marcada pelo trabalho em diferentes áreas, publicações de livros, até artigos em veículos de comunicação. Aos 45 anos, a Uninter faz parte de quase metade da vida do profissional, que este mês completa 20 anos na instituição. A docência, junto com o papel de pai, são duas coisas que o definem e do que mais tem orgulho em toda a trajetória até aqui.

Incorporar HTML não disponível.
Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Evandro Tosin e arquivo pessoal


Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *