O cidadão como protagonista no combate ao consumismo desenfreado

Autor: Flávio Ducatti - Estagiário de Jornalismo

O Brasil produziu 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos, em 2018, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe). Como cidadãos e consumidores, o que podemos fazer para evitar o impacto da produção de lixo e gerir o descarte de resíduos sólidos? Uma das possibilidades são os 4 Rs da sustentabilidade.

“A chamada política dos 4 Rs é a prática do repensar. Quando você pensa, analisa a informação, tem uma postura diferente em relação a não fazer, por exemplo, uma compra por impulso, isso certamente vai facilitar o pensar os passos do consumo consciente”, explica a mestra em Direitos Humanos e Políticas Públicas Amanda Beckers.

Os 4 Rs consistem em:

  1. Repensar: a informação leva a pessoa a tomar uma decisão, ter uma postura diferente, agir da melhor forma com responsabilidade;
  2. Reduzir: controlar o impulso do consumo, usar somente o necessário e escolher produtos com menos embalagens;
  3. Reutilizar: reaproveitar os produtos da mesma ou outras formas;
  4. Reciclar: o material é processado e transformado, tomando a mesma ou outras formas.

Protagonismo do consumidor na ação contra as mudanças climáticas

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui 214 milhões de habitantes. Desses, cerca de 35 milhões não têm acesso a água potável e 100 milhões não possuem um saneamento adequado. A própria Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu, em 2015, o direito humano à água e ao saneamento. Por isso, o sexto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) é assegurar a disponibilidade e o manejo sustentável da água.

De acordo com a organização, três entre cada dez pessoas não têm acesso à água potável e seis entre cada dez  pessoas não têm acesso a saneamento. Se, no Brasil, aproximadamente 16% da população não tem acesso à água limpa, no mundo, 30% da população não tem acesso à água potável e 60% da população mundial não tem acesso ao saneamento básico.

O consumo praticado hoje não é o consumismo essencial, mas sim um consumo baseado num modelo de globalização, afirma o professor e doutor em Direito Jailson Araújo. Fruto de uma cultura pós-Segunda Guerra e do modelo norte-americano, o consumismo é um estilo de vida baseado em aquisição de bens supérfluos, que não visam às necessidades reais dos indivíduos. A proposta dos 4 Rs surge como alternativa viável para o consumo sustentável.

O consumismo exagerado acaba gerando sérias consequências, desperdiçando recursos e desatento aos impactos ambientais desses atos. “Quem não consegue consumir, acaba se sentido excluído, afastado dessa sociedade de consumo. Você vale de acordo com o quanto consome. Uma consequência muito ruim, negativação, restrição ao crédito e todas as dores de cabeça que surge a partir do endividamento”, comenta Araújo.

Ainda segundo ele, para transformar a realidade atual, é necessário reconhecer que as nossas atitudes e escolhas geram impactos socioambientais, assumindo a responsabilidade e protagonizando mudanças em casa, no trabalho, quanto aos hábitos e às escolhas. O professor ainda cita o boicote às empresas sem ética socioambiental e a ação como cidadão consciente e engajado politicamente.

Para debater as questões ambientais sobre o ODS 13: Ação contra a mudança global, o Global Meeting Uninter programou três dias de encontros ao vivo entre 31 de maio e 2 de junho. A mesa-redonda sobre consumo consciente e desenvolvimento sustentável, com os professores Jaílson Araújo, Amanda Beckers e Rafael Pons Reis, segue disponível no canal do YouTube do Grupo Uninter, neste link.

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Autor: Flávio Ducatti - Estagiário de Jornalismo
Edição: Arthur Salles - Assistente de Comunicação Acadêmica
Créditos do Fotógrafo: Min An/Pexels e reprodução YouTube


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