Nova era pede uma arquitetura saudável

Autor: Poliana Almeida – Estagiária de Jornalismo

A Organização Mundial da Saúde define o termo saúde como sendo “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade”. Para que os cidadãos cheguem a esse patamar, é essencial que diversas áreas atuem em conjunto para garantir este direito. Até mesmo áreas que parecem distantes do assunto, como a arquitetura, também são essenciais neste processo.

A coordenadora das Pós-Graduações em Arquitetura da Uninter, Giselle Dziura, relembra que em 1982 a própria OMS nomeou a síndrome do edifício doente como sendo os problemas causados pela permanência de pessoas em espaços fechados. Além de problemas nasais e de garganta, situações relacionadas a concentração e memória também foram notadas. “Isso não é muito diferente do que a gente está passando nos últimos tempos”, compara Giselle.

Segundo ela, qualquer edifício pode promover a saúde de seus ocupantes. E, para isso, é preciso voltar os olhos para os profissionais que trabalham em diversas frentes do projeto. Afinal, são eles que tomam decisões que irão influenciar nesse bem-estar mais tarde.

Para que isso aconteça de fato, Giselle elenca alguns fatores que devem ser considerados no momento de projetar algo:

  • Iluminação natural
  • Ventilação e qualidade do ar
  • Temperatura do ambiente interno
  • Conforto olfativo
  • Conforto visual
  • Acessibilidade
  • Questões sanitárias
  • Questões da vegetação – também conhecida como biofilia

A professora Sandra Pinho Pinheiro acrescenta que, para além de um projeto pensado na saúde, a medição do desempenho e o monitoramento constante são questões chaves para se ter uma arquitetura saudável.  “Se não há a troca dos filtros do ar-condicionado, por exemplo, a qualidade do ambiente naquele espaço cai”, explica.

Um modo prático de pensar na saúde dentro da arquitetura é levar em consideração os 17 ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Sandra destaca três deles.

O número 11, Cidades e Comunidades Sustentáveis, vai além do pensamento individual do profissional. “Não estamos falando apenas de qualidade no edifício, mas a cidade inteira deve ter qualidade. Pensar, por exemplo, onde você coloca um conjunto habitacional dentro de uma área industrial já é uma atitude pensada na saúde das pessoas”, revela.

Na sequência, o objetivo 12, Consumo e Produção Responsável, também diz respeito à arquitetura. “As especificações são fundamentais neste quesito. Porque os produtos que a gente especifica podem melhorar ou piorar a condição da qualidade do ar, por conta dos contaminantes. Então, a escolha da tinta, a escolha de piso é superimportante tanto para o design de interiores como para a arquitetura”.

Por fim, Sandra acredita que o objetivo número 13, Ação Contra a Mudança Global do Clima, deva estar presente na prática dos arquitetos. “Afinal, tudo o que a gente projeta vai somar esforços para a melhor qualidade do clima também”.

Giselle complementa dizendo que é possível realizar a prática arquitetônica do ambiente macro pensando no micro. “Eu posso pegar um ODS e ver como o meu projeto se conecta com ele. O processo inverso também é verdadeiro”.

É por isso que Sandra, que trabalha há anos com sustentabilidade e possui diversas certificações ambientais, enfatiza que o momento agora é de dizer não. “Não vou projetar algo sem iluminação natural. Não vou projetar algo só com ar condicionado e com as janelas vedadas. É o momento de se colocar como profissional a favor das pessoas”, finaliza.

A live Espaços arquitetônicos saudáveis fez parte da II Maratona de Pós-graduação da Uninter, no dia 29.mai.2021, e foi transmitida pelos canais oficiais da instituição no Facebook e no YouTube.

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Autor: Poliana Almeida – Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Bianca/Pexels e reprodução Facebook


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