Noruega é exemplo de mudança no setor automotivo

Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo

O desenvolvimento sustentável é pauta recorrente no momento, pois a sociedade está cada vez mais consciente sobre a necessidade de preservar o meio ambiente. Com a evolução da tecnologia, certos paradigmas estão sendo quebrados. Devido à quantidade de poluentes emitidos por motores de combustão, o setor automobilístico é responsável por grandes impactos ambientais. Uma solução são veículos movidos a energia elétrica, porém até que ponto existe esse incentivo para o desenvolvimento sustentável?

No artigo intitulado Políticas ambientais e uma possível mudança na matriz energética da indústria automobilística na Noruega, de Gabriele Mirian Cerniauskas Correia e Carlos Simioni, publicado no Caderno de artigos científicos da Escola de Gestão Pública, Política e Jurídica da Uninter, discute-se a implementação de mudanças no padrão energético do setor automobilístico, substituindo motores movidos a combustíveis fósseis por motores elétricos, e a efetividade das políticas públicas adotadas na Noruega.

Simioni e Correia pontuam que a gestão ambiental, questões geopolíticas e os fatores econômicos exercem grande influência nas decisões governamentais. Esses fatores são responsáveis por mudanças em duas esferas na indústria automobilística: em relação aos combustíveis usados e no âmbito legislativo. Como é na Noruega, país que possui a maior frota de carros elétricos per capita do mundo. Mas o que levou o país a adotar em massa esse tipo de veículo?

Além do incentivo do Estado, existe a pressão de uma população preocupada com o meio ambiente. Simioni e Correia lembram que um evento marcante na conscientização global quanto ao meio ambiente foi a conferência “RIO 92”, que ocorreu no Rio de Janeiro e estimulou uma maior conscientização sobre a necessidade de redução da emissão de gases de efeito estufa, substituindo combustíveis fósseis por fontes de energia alternativa. Na indústria automobilística, passou a ser incentivada a produção de veículos elétricos.

Conforme demonstrado no artigo, a Noruega é um grande exemplo de transformação e tem como meta abolir os carros movidos a gasolina e diesel até 2025. Para isso, oferece uma série de incentivos para a população adotar os carros elétricos, como isenção de impostos e licenciamento, que chegam a diminuir o valor dos veículos em até 16 mil euros. Além disso, cidades oferecem estacionamentos públicos grátis, vagas reservadas, isenção de pedágios em todas as rodovias e faixa exclusiva nas principais cidades. O país é uma referência mundial de políticas públicas no tema.

Esse processo de implementação de veículos elétricos e híbridos demanda novas tecnologias, e esses avanços são impulsionados também pela legislação, com metas de redução de poluentes e ações para diminuição de custos. E os resultados são visíveis.

Nota-se, especialmente na Noruega, que o Estado incentiva a mudança na indústria, e os aspectos socioambientais estão ligados à mudança na matriz energética. Ainda que o país seja economicamente dependente do petróleo, se preocupa com o futuro de suas reservas, com o argumento de que a dependência dos combustíveis fósseis é insustentável. Além disso, investe em projetos ambientais em várias partes do mundo.

Outros países da Europa, Ásia e América do Norte também oferecem incentivos aos carros elétricos. Há subsídios em relação ao valor do carro, isenção de impostos e à infraestrutura, para que se torne viável sua utilização no dia a dia.

As iniciativas ambientais da Noruega demonstram que as políticas agressivas de incentivo, desde uma vaga reservada nas ruas até a isenção de taxas de impostos, deram certo. O país é tido como exemplo de como agir e criar políticas em função de regimes ambientais internacionais.

Os autores concluem que as mudanças na matriz energética dependem não somente dos Estados, mas de ações dos indivíduos, e que é necessária uma transformação de pensamentos e comportamentos, pois as metas de eficiência energética precisam ser aderidas por todos.

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Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


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