No carnaval, integre o bloco da Sustentabilidade
Autor: Sandra Lopes de Souza
Carnaval é uma festa de paixão nacional, capaz de parar o país, unir desafetos, iniciar e encerrar amores. Movimenta o comércio, a economia e gera empregos. Tudo em nome da diversão, fantasias e da quebra do cotidiano. Mas afinal, o que significa a palavra carnaval? Ela deriva do latim, carnelevamen, “adeus carne”, uma alusão à terça-feira “gorda”, dia que começava a proibição de ingestão de carne pela igreja católica.
No Brasil, o carnaval iniciou no século XI, nos modelos do carnaval na Península Ibérica, trazido pelos colonizadores portugueses e espanhóis. A brincadeira se chamava entrudo, na qual os foliões jogavam água ou pó uns nos outros. No século XIX, o carnaval lançou uma novidade: o baile de máscaras, nos moldes do carnaval veneziano, e assim foi evoluindo para essa enorme festa, resultando em grande consumo.
Sendo o carnaval uma festa realizada em espaços públicos, o volume de resíduos gerados pelo grande evento cultural demanda serviço especial de varrição, limpeza de vias públicas, manejo e destinação final. Mas quais os resíduos gerados, mais comuns numa festa como essa e qual a quantidade?
Algumas cidades brasileiras são mais atrativas no que se refere a festa de carnaval, a exemplo de Florianópolis, em Santa Catarina, que no ano de 2019 somaram 126 eventos públicos e resultou em 160 toneladas de resíduos recolhidos. Em 2020, na cidade de São Paulo, durante os festejos foram coletadas 456,5 toneladas de resíduos nas ruas e sambódromo, enquanto no Rio de Janeiro chega a um total de 500 toneladas entre as ruas e a Marques de Sapucaí. Já em Salvador, na Bahia, foram recolhidas 436 toneladas nos circuitos Barra-Ondina, Campo Grande, Pelourinho, Amaralina e Ilhas. Recife gera, em média, 529 toneladas somente no sábado de carnaval e Olinda aproximadamente 1,5 tonelada por hora.
A grande novidade na festa do carnaval é a coleta de resíduos recicláveis, implantado em 2020 em Florianópolis, quando das 160 toneladas foram recolhidas, 13 toneladas foram para os Pontos de Entrega Voluntário (PVEs) voltados à reciclagem. O mesmo aconteceu em São Paulo, no Rio de Janeiro, Recife e Olinda. Tudo indica que esta ação deve ser repetida.
Pensando na festa, nos resíduos e na preservação do meio ambiente, as ações socioambientais são necessárias e fundamentais para a saúde humana e ambiental, além de auxiliar na geração de empregos e tornar as cidades mais limpas e saudáveis.
O folião pode ser o principal protagonista do Bloco da Sustentabilidade neste carnaval, adotando medidas simples que contribuem com menos resíduos. Ao consumir água para se hidratar não se esqueça de levar seu copo ou garrafinha retornável. Brilho é sempre fundamental, mas lembre-se você pode fazer o seu próprio, em casa com algas marinhas, amido de milho, gelatina, corantes de alimentos e o pó de mica. Os cordões podem ser feitos com fitas coloridas reutilizáveis e biodegradáveis. Repita a fantasia, afinal, o que importa é a diversão!
Brincar com responsabilidade sustentável faz bem ao meio ambiente e ao bolso.
*Sandra Lopes de Souza é administradora, mestre em Gestão Ambiental, coordenadora dos cursos de pós-graduação na área de Meio Ambiente do Centro Universitário Internacional UNINTER.
Autor: Sandra Lopes de Souza