Neuromarketing e o mito sobre enganar o cérebro para aumentar o consumo

Autor: Viviane Oliveira de Melo*

Há pessoas que, ao ouvirem a respeito de neuromarketing, logo pensam que se trata de técnicas para manipular opiniões. Acreditam que, de certa forma, busca-se “obrigar” as pessoas de um modo geral a consumirem um determinado produto, por incutirem em seus cérebros uma espécie de “programação” mental da qual as pessoas não possuem defesas, e como por hipnose compram o produto.

Será que é exatamente disso que se trata o neuromarketing? Práticas sem ética que enganam e “obrigam” as pessoas a comprar? Para responder a esse questionamento é necessário entendermos o que é neuromarketing e os motivos de sua existência.

Diante da dificuldade de compreensão do comportamento dos consumidores e das questões que os influenciam, as tradicionais pesquisas de mercado de marketing começaram a se mostrar limitadas para verificar a aceitabilidade e a opinião dos consumidores com relação a produtos e marcas. Elas consideram as respostas das pessoas a questionários, entrevistas e a provas dos produtos, e, ainda que bem avaliados, muitos produtos acabam fracassando.

Por causa dos avanços da ciência do cérebro e dos equipamentos tecnológicos relacionados à técnica da neuroimagem, na década de 1990 estudiosos da Universidade de Harvard começaram um estudo sobre as decisões de compra dos consumidores através de máquinas de ressonância magnética.

Assim, surgiram as primeiras pesquisas de uma nova estratégia de mercado voltada para o marketing, o Neuromarketing: a neurociência do consumidor. Trata-se de uma nova “ciência” interdisciplinar entre neurociência com marketing, que conecta estudos da psicologia, neurociência e economia. Tem como objetivo estudar como o cérebro é fisiologicamente afetado por propagandas e estratégias de marketing.

Através desses estudos se torna possível explicar as falhas das pesquisas de mercado e os motivos pelos quais diversos produtos fracassam. Isto por que aproximadamente 95% das informações processadas pelo cérebro ocorrem inconscientemente.

Ok, especialmente com o parágrafo final, ficamos com a impressão do “neuromarketing” ser de fato uma ciência manipuladora, antiética. Contudo, o que de fato se faz é aumentar a eficácia dos produtos no sentido de serem percebidos como tendo mais valor perante o seu público alvo, evitando gastos desnecessários, diminuindo as perdas, e os desperdícios.

A neurociência do consumidor pode ser empregada para construção, fortalecimento de marcas, propagandas nos diversos meios e mídias, nos preços, design, no ponto de vendas, no estímulo ao consumo consciente e para fins educacionais, por exemplo, em campanhas de saúde e de repressão à violência no trânsito, entre outros.

Entre outros cursos de pós-graduação em neurociência aplicada, a Uninter conta com o de Neuromarketing: neurociência do consumidor.

* Viviane Oliveira de Melo é professora do curso de Neuromarketing: neurociência do consumidor, da Uninter.

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Autor: Viviane Oliveira de Melo*
Créditos do Fotógrafo: Pixabay


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