Nas Ondas da Politécnica debate acessibilidade

Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo

O engenheiro é, por definição, um “resolvedor de problemas”. Não é surpresa alguma, portanto, que as diversas áreas da engenharia contribuam com soluções e inovações voltadas a melhorar a acessibilidade de pessoas com deficiência.

O programa Nas ondas da Politécnica, transmitido na última sexta-feira, 11.junho.2021, recebeu o professor Juliano de Mello Pedroso e a graduanda em Engenharia da Computação Janaina Santos da Silva para falar sobre a relação entre a engenharia e a acessibilidade.

O programa, apresentado pelo professor Guilherme Lemermeier, começou com uma breve apresentação dos convidados. O professor Juliano falou sobre sua formação: “Sou formado em Engenharia Elétrica com ênfase em telecomunicações. Gosto de trabalhar com rede de dados e sou mestre na área de redes industriais e estou terminando um doutorado também na área”, conta Juliano.

Janaina contou sobre o projeto de iniciação científica do qual participa: “Sou estudante de Engenharia de Computação, estou participando do projeto de iniciação científica da Uninter pelo segundo ano consecutivo, e o tema é a criação de uma interface digital para surdos. Estamos estudando libras e programação para sair um projeto bem legal, que seja útil e que vá ajudar aos que têm deficiência auditiva”, conta a estudante.

Acessibilidade

A acessibilidade reduz as diferenças de pessoas que têm deficiência, fazendo com que suas limitações não sejam um impeditivo. “Existem diversos jeitos de nós conseguirmos fazer com que a acessibilidade seja de verdade uma inclusão das pessoas em um ambiente natural. Acessibilidade não é só fazer rampas, existem diversos outros tipos de acessibilidade, como a arquitetônica, a metodológica, a instrumental, com os transportes, de comunicação, na era digital, temos diversos tipos de acessibilidade. Às pessoas desconhecem a quantidade de formas que a gente pode melhorar, ajudar a incluir as pessoas que têm algum tipo de limitação”, diz Juliano.

“É um assunto sério, e quando você consegue fazer com que essa limitação diminua, você traz essas pessoas para perto e elas se sentem muito melhores, a qualidade de vida é muito melhor. É o sentimento de pertencer que todo mundo busca, todos nós queremos ser bem quistos”, completa o docente.

Janaina falou sobre como funciona o projeto do qual participa: “O projeto iniciou ano passado, eu fiquei muito interessada no tema. Nós estamos buscando melhorias para ser algo que vá ajudar e acrescentar para as pessoas com deficiência. Estou bastante animada pois é um projeto muito bonito. A gente aprende muito, esse projeto ampliou minha visão”, ressalta.

“Eu participei de diversos projetos e a empatia é muito grande nesse sentido, para as pessoas que precisam desse apoio. Os responsáveis por produzir o software para que as pessoas cegas possam escutar os programas, ler as notícias, isso é empatia. Poder fazer alguma coisa para os outros, isso para mim é fantástico. É uma corrente do bem”, afirma Juliano.

Se colocar no lugar do próximo

Janaina afirma que ajudar o próximo foi uma de suas motivações para entrar no projeto de iniciação científica. “Esse projeto me chamou muito a atenção, eu pensei em fazer algo para ajudar alguém, fiquei muito interessada. Libras é uma língua que tem suas próprias estruturas, tem suas regras, é tudo novo. Eu não tenho contato com nenhum surdo, mas no Brasil tem mais de 10 milhões de pessoas que têm alguma deficiência auditiva, então fazer algo para ajudar elas é muito gratificante”, diz Janaina.

Guilherme lembra de quando alguns caixas eletrônicos começaram a fazer essa interação com as pessoas deficientes. “Eu lembro que quando instalaram os caixas automáticos, surgiram as primeiras tentativas de fazer uma interação com as pessoas que têm deficiência auditiva. Hoje em dia é uma coisa supercomum. Trabalhei com pessoas com problemas de cognição e discalculia (quando a pessoa não consegue calcular). Conheci um rapaz que tinha 29 anos e ele não conseguia contar até 12, você olhava para ele e não via problema. Uma pessoa surda, cega, ou uma pessoa muda, realmente é diferente. Fizemos um ensaio uma vez, ficamos um dia sem falar, e foi um dos dias mais longos da minha vida, a gente não conseguia se comunicar”, completa.

Juliano afirma que quando você se coloca no lugar dessas pessoas, você entende o quão difícil é a realidade. “Já tentei fazer a experiência de apagar as luzes e ir ao banheiro, é complicado. As pessoas têm que ter alguém que pense por elas e que lute por elas. Existem muitas pessoas com deficiência, muita gente. Esses testes que eu fiz me fizeram crescer muito”, ressalta.

“Trabalhar nesse projeto me faz pensar na realidade dessas pessoas, eu até pretendo fazer meu TCC (trabalho de conclusão de curso) nessa área de acessibilidade. É algo que me desperta a vontade de trabalhar na área”, conta Janaina.

O programa Nas ondas da Politécnica, da Escola Politécnica na Rádio Uninter, ocorre a cada 15 dias, sempre às sextas feiras, às 18 horas. Você pode acompanhar a gravação do evento no Facebook oficial da Rádio Uninter.

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Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


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