Na Capoeira, mulher joga e comanda as regras!

Autor: Daniela Mascarenhos - estagiária de Jornalismo

De uma paixão que nasceu das brincadeiras com o pai, Carlos César de Mello, e com o irmão, Kiryan Mello, Katiuscia encontrou o seu caminho na capoeira. Hoje, a professora dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física da Uninter já completa 26 anos de atuação no esporte.  

No 11º Campeonato Mundial de Capoeira ela esteve presente e atuou como árbitra. O campeonato é uma versão Superliga Brasileira de Capoeira e aconteceu entre os dias 26 e 29 de janeiro de 2023 em Curitiba, organizado pelo Grupo Muzenza, com o apoio da Prefeitura de Curitiba. 

A professora conta que foi convidada pelos idealizadores do evento, Mestres Burguês (Antônio Carlos de Menezes) e Criança (Lilia Benvenuti de Menezes). A competição foi realizada na Praça Oswaldo Cruz, durante todo o dia 28/01  e contou com mais de 300 atletas de diversos países. 

“Comecei dando aulas para crianças, então eles sabem da minha habilidade com os pequenos. A princípio fui chamada para fazer arbitragem das categorias infantis”, conta. Ela diz que por já conhecer a dificuldade de trabalhar com esse público, “eu já tenho os trejeitos, a forma de lidar com as crianças, já sei conversar, acalmar e explicar que uma vez a gente ganha e outra a gente perde, por isso aceitei logo de cara”. 

A professora atuou como árbitra central de roda/jogo nas categorias infantil e infanto-juvenil, que tem como função iniciar e finalizar o jogo dos competidores, garantir que as regras da competição sejam cumpridas, observando de perto os desdobramentos do jogo e interpretando movimentos e gestos dos competidores, além de solicitar a decisão dos jurados sobre cada jogo realizado. “Nas demais categorias fiquei no apoio, já que em cada uma das rodas de capoeira eram necessários dois árbitros”, comenta. 

A abertura do evento foi com o IV Encontro Acadêmico (ENCA) Muzenza, do qual a professora Katiuscia fez parte da comissão organizadora. Chancelado e realizado na Universidade Federal do Paraná, o encontro contou com palestras e apresentações de pesquisas de diferentes áreas envolvendo a Capoeira, como história, música, nutrição, educação física, entre outras. 

União da música e da capoeira 

Katiuscia também apresentou um trabalho desenvolvido em conjunto com o professor Alysson Siqueira, do curso de Licenciatura em Música da Uninter, intitulado “Orquestra feminina de berimbaus on-line: uma experiência inédita”. Você pode assistir clicando aqui.  

Nele, ambos contam detalhes de suas experiências na organização e produção de uma orquestra de berimbaus no formato on-line, uma experiência original no âmbito da cultura popular representada pela Capoeira. 

“Nós juntamos o saber popular, com o científico de um músico profissional para elaborar um trabalho para capoeiristas que geralmente só têm a visão do saber tradicional”, comenta a professora. 

Ela conta que inicialmente o projeto surgiu como um evento presencial para o evento de lançamento de seus dois livros Mulher na capoeira – produção de saberes, identidade e representatividade vol. 1 e 2. “O que começou com um grande obstáculo por conta da pandemia, com a complexidade do formato online, se tornou uma grande oportunidade e uma experiência enriquecedora”, diz.  

 “Eu já tinha visto um trabalho do professor Alisson com modelos de orquestra online e conversei com ele se seria possível fazer algo nesse modelo, ele topou, começamos a trabalhar nisso”, diz. A professora complementa que, “foram muitas horas para editar áudio e vídeo. Também, por conta de as musicistas tradicionais não terem conhecimento desses aspectos profissionais da música precisávamos de guias, mas esse trabalho no fim foi muito gratificante. E no fim, também serviu para a comunidade capoeirista entender alguns aspectos da música e ter conhecimento”.  

No projeto inicial, foram convidadas 50 mulheres para tocar berimbau. Por ser presencial, o foco seria nas pessoas de Curitiba, já que apenas algumas de fora conseguiriam vir. “No online, conseguimos ter mulheres do Brasil inteiro participando e até mesmo uma mestra da Australia. Então, nós soubemos aproveitar essas adversidades para fazer algo inovador”, finaliza.  

Você pode adquirir aos livros da professora, através dos links: Volume 1 e Volume 2. 

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Autor: Daniela Mascarenhos - estagiária de Jornalismo
Edição: Larissa Drabeski


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