Carnaval e o aumento de geração de lixo e descarte em locais públicos

Autor: Assessoria de imprensa

O Carnaval é uma festa popular que, tradicionalmente, ocorre em espaços públicos. Com isso, gera o acúmulo de um alto volume de lixo em ruas e nas praias, o que demanda um serviço especial de varrição, limpeza de vias públicas, manejo e destinação final. Em época festiva, muitas vezes, não há lixeiras ou coletores o suficiente e os que existem não são esvaziados em tempo hábil, gerando as montanhas de lixo e resíduos acumulados pelas ruas. Definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um problema de saúde pública, o resíduo gera doenças, incêndios e grandes impactos ambienteis com os processos de coleta (de barulho à gases emitidos pelas frotas).
Mas quais são as cidades que geram maior quantidade de lixo e, quanto tempo eles podem permanecer no meio ambiente? Quais são os resíduos vilões do Carnaval? 

Para se ter uma ideia desta geração de lixo no Carnaval, a professora de pós-graduação em Meio Ambiente da Uninter Sandra Lopes de Souza escolheu exemplos de cidades com a tradição de festas do Carnaval. Segundo o levantamento que a especialista realizou, antes da pandemia, em 2019, Florianópolis teve 126 eventos públicos e a prefeitura coletou 160 toneladas de resíduos. Já na cidade de São Paulo, em 2020, as empresas de limpeza pública coletaram 456,5 toneladas de resíduos nas ruas e sambódromo, enquanto que no Rio de Janeiro a média de lixo no Carnaval, chega a um total de 500 toneladas entre as ruas e a Marques de Sapucaí. Em Salvador, na Bahia, no trabalho da prefeitura e empresas de limpeza pública foram recolhidas 436 toneladas nos circuitos Barra-Ondina, Campo Grande, Pelourinho, Amaralina e Ilhas, Recife e Olinda a situação também são de grades geradores.   

Desses resíduos gerados, alguns se tornam vilões como o plástico, vidro, coco verde e chicletes. Mesmo latinhas e papelão, embora sejam coletados, sempre sobram toneladas em locais indevidos. Existem grandes campanhas de coleta, em todo o país, para coleta seletiva e reciclagem de latas e vidros. No entanto, em grandes festas populares como o carnaval é um trabalho difícil dar a destinação correta para todas as toneladas de resíduos gerados. 

Lixo é vilão no carnaval

Resíduos sempre são danosos ao meio ambiente e à saúde em geral, mas os principais resíduos, que podem ser considerados os vilões do carnaval são: 

  • Plástico, que é utilizado em quase tudo, embalagens pet, de alimentos, fantasias, adereços e eles persistem no meio ambiente por 400 anos.   
  • Vidros encontrados em garrafas, copos, protetores de alimentos em geral, adereços e até em fantasias bordadas com “cristais”. Leva mais de mil anos para desaparecer do meio ambiente; 
  • Filtro do cigarro leva mais de 5 anos para se decompor; 
  • Nylon usado na confecção das fantasias, bandeiras, faixas e propagandas. Demora mais de 20 anos para se decompor; 
  • Metal também muito utilizado nos adereços e fantasias. Mais de 100 anos de decomposição.
  • Papel, esse é utilizado praticamente em quase tudo e leva de 3 a 6 meses na natureza; 
  • Coco verde, há regiões no Brasil onde é muito consumido e se torna um problema mesmo sendo biodegradável, porém, pelo montante gerado num curto espaço de tempo ele se torna “biodesagradável” , pois demora 12 anos para se decompor; 
  • Chicletes, que parece inofensivo, mas demora em média 5 anos; 
  • Borracha, que também não fica muito longe do consumo e descarte na festa, seu tempo de decomposição é indeterminado, então o pouco que ficar em local inapropriado já causará um grande impacto ambiental. 

 Soluções

Existem iniciativas, no Paraná, que podemos destacar sobre a intensificação e incentivo de descarte correto no Carnaval. A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) tem uma campanha Operação Verão Paraná – Viva a Vida, que retirou 676.379 quilos de resíduos em atividades de limpeza no Litoral durante esta temporada 2021/22, isso inclui as atividades dos dias de carnaval.

Neste ano, conforme informou o governo do Paraná, desde o início da temporada, em 17 de dezembro, até o último dia de janeiro, a Sanepar coletou 391.964 quilos de lixos no Litoral do Paraná. Deste total, foram 181.182 quilos de resíduos orgânicos e 210.782 quilos de materiais recicláveis. São cerca de 8,5 toneladas por dia (46 dias de temporada), um pouco menor do que a média do começo da temporada, que ficou em 10 toneladas/dia. Nas praias de Matinhos, Guaratuba e Pontal do Paraná, a limpeza é feita diariamente num trecho de 48,6 quilômetros da orla. Além disso, várias cidades no estado disponibilizam ecopontos de coletas de resíduos e coleta de resíduos normais. 

Em pontos de grande movimento de pessoas, como aeroporto, Curitiba terá horários especiais para coleta de lixo, nos parques da cidade coleta diária, nas ruas que terá desfiles, disponibilidade de lixeiras. As campanhas para separar, reciclar o lixo, na capital paranaense, também estão sempre em evidência. 

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Autor: Assessoria de imprensa


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