Na biologia, o passado e o futuro se entrelaçam

Autor: Evandro Tosin - Assistente multimídia

O naturalista britânico Charles Darwin (1809-1882) promoveu uma mudança radical em nossa compreensão sobre a biologia, consolidada na publicação do livro “A Origem das Espécies”. Através de métodos de comprovação científica, o pesquisador confirmou a hipótese da “seleção natural”, termo que ele próprio cunhou para explicar o fenômeno que suas observações permitiram vislumbrar. Darwin levou vinte anos até chegar à formulação da teoria, modificando profundamente o que se conhecia até aquele momento sobre a vida na terra.

O cientista viajou cinco anos pelos mares do globo, coletando amostras e aprofundando sua pesquisa. Em sua passagem pelo arquipélago de Galápagos, no Oceano Pacífico, observou tartarugas diferentes em cada uma das ilhas. Algo lhe chamou a atenção: o tamanho do pescoço e dos cascos. Para ele, isso seria resultado da evolução natural. É a luta pela sobrevivência, em que não necessariamente a tartaruga mais forte irá ganhar, mas a tartaruga que se adaptar melhor às condições do meio ambiente em que está inserida. Ou seja, aquela que tinha o pescoço maior poderia alcançar as folhas mais altas para se alimentar. Ou ao contrário, tartarugas menores poderiam se alimentar de grama, e por ter um pescoço mais curto, se esconder dos predadores no casco.

Na América do Sul, Darwin também encontrou algo que lhe despertou a curiosidade: um fóssil de milodonte, uma espécie de preguiça-gigante que teria habitado a região da Patagônia há 9 milhões de anos e se espalhado pelo continente sul-americano, alcançando regiões mais quentes.

O legado de Darwin foi além das suas descobertas, pois ele estabeleceu práticas de pesquisa que se tornariam fundamentais para a ciência da vida. No dia 01.set.2020, o curso de Ciências Biológicas promoveu uma palestra online que abordou a história da biologia. O professor Yedo Alquini foi o convidado para falar sobre “O profissional de Ciências Biológicas do passado e no futuro”. O evento fez parte da 1ª Semana de Biologia, e contou com a mediação das professoras Maria Eneida Fantin e Thaisa Nadal, da Escola Superior de Saúde, Biociência, Meio Ambiente e Humanidades da Uninter.

Yedo Alquini, que se formou em História Natural em 1972, também se define como um naturalista. Durante o encontro, ele falou sobre sua experiência com a botânica, e citou um exemplo da anatomia vegetal, que é o estudo do funcionamento das células, tecidos e órgãos das plantas. Antigamente, só era possível realizar análises nessas estruturas com um microscópio, mas hoje temos o Google para fornecer esse suporte. “Quando você faz uso desses aspectos anatômicos, você começa a entender o que acontece dentro do corpo da planta, por exemplo, como ocorre o fluxo de seiva. Cada célula tem uma função, e diferentes células tem propriedades especiais”, afirma o biólogo.

Yedo também falou sobre a trajetória do estudante na área biológica. “No curso, não pensem em fazer as coisas sozinhos, isso eu aprendi desde que entrei na universidade. Um professor me dizia: viu uma porta aberta, e tem equipamento diferente, entre para ver que equipamento é aquele e por que é utilizado. E de repente sua ideia pode ser usada naquele equipamento. Aprendi a compartilhar. Uma coisa nobre que nós biólogos fazemos”, aconselhou.

Ele ainda comentou sobre a importância da ligação entre diferentes áreas do conhecimento e destacou o ramo da genética. Para ele, a ciência precisa chegar à população: “Pesquisa é para melhorar a qualidade de vida sociedade, por exemplo a transgenia, dentro da minha concepção, uma das maiores revoluções no campo da ciência”.

Ao final, Yedo lembrou que cada um pode transformar o mundo num lugar viável por mais tempo, e incentivou a criação de terrários, nos quais podem ser cultivadas várias espécies de plantas em recipientes abertos ou fechados.

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Autor: Evandro Tosin - Assistente multimídia
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


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