SERVIÇO SOCIAL

MEC dá 5 estrelas a quem forma quem vai combater as desigualdades

Um turbilhão de coisas aconteceu no curso de Serviço Social da Uninter desde o início das atividades, no começo de 2015. Montado o projeto pedagógico e um corpo docente qualificado, as aulas mal haviam começado e a grade mudou do regime semestral para o quadrimestral, as produções científicas e de livros específicos para as disciplinas tiveram de partir do zero. Mas a equipe mostrou a que veio.

A prova de fogo se deu entre os dias 21 e 24 de abril, com a visita técnica da equipe do Ministério da Educação (MEC) responsável pela avaliação que levaria ao reconhecimento do curso. Aprovado com louvor, o curso presencial de Serviço Social recebeu 5 estrelas, nota máxima atribuída pelo MEC.

Para o coordenador do curso, Dorival da Costa, o resultado positivo é fruto de um trabalho que vem sendo feito diariamente. Engana-se quem pensa que é preciso “arrumar a casa” na última hora para receber as visitas do MEC. Desde que o curso começou a ser elaborado, em 2014, Dorival e a equipe pedagógica pensaram em cada detalhe a fim de oferecer uma grade atualizada, diferenciada e, claro, atendendo às diretrizes do MEC.

Além de estar em conformidade com as bases curriculares, o curso precisa estar de acordo com a política nacional desenvolvida pela Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS). Essa área de pesquisa atende aos conselhos (federal e regionais) da área e coordena e articula o projeto de formação em Serviço Social.

O assistente social lida com as desigualdades na sociedade, e precisa estar preparado para entender as necessidades da população, além de propor ideias e ações que tragam melhorias de forma efetiva. E para formar os melhores profissionais, Dorival reforça a preocupação da reitoria em assegurar que o curso tenha docentes capacitados e com formação específica em cada área trabalhada ao longo da graduação. “Dos 47 professores do curso, 42 são mestres ou doutores, apenas cinco são especialistas.”

O curso iniciou as atividades em 2015. Em setembro do mesmo ano, mais um desafio, lançado pelo reitor Benhur Gaio: mudar a grade semestral para o modelo quadrimestral. “Nós tivemos que rediscutir a grade, reorganizar a forma de oferta do curso. E aí, com a ideia da disciplina de PBL (aprendizagem baseada em problemas), isso deu um fôlego diferente. Ajudou a discutir a questão da pesquisa em sala de aula, o que começou a dar bons resultados”, explica o coordenador.

A disciplina de PBL está presente em vários cursos ofertados pela Uninter. Ela ajuda a trabalhar a interdisciplinaridade ao longo da graduação. Além de propor atividades práticas, é um incentivo para a produção de trabalhos científicos durante a formação acadêmica.

No curso de Serviço Social, a pesquisa vem crescendo e dando frutos. “Em 2016, havia apenas um projeto. Em 2017, esse número aumentou para três. No ano seguinte dobrou e, este ano, já temos 12 projetos de pesquisa”, conta Dorival. São mais de 120 pessoas participando da produção científica. Alunos bolsistas e voluntários (EAD e presencial), professores e profissionais voluntários de vários lugares do Brasil.

Um dos projetos de pesquisa estuda o próprio curso, em que são observados os perfis de alunos e professores. “É feito um levantamento todo ano. Esses dados são publicados, discutidos e, a partir das informações recolhidas, o projeto pedagógico pode ser repensado; melhorias podem ser implementadas”, explica Dorival.

O resultado positivo

Dorival nunca havia passado por uma avaliação do MEC como coordenador. Ele explica que a expectativa era enorme. “É trabalhoso, existe muito material para ser produzido, que são as evidências apresentadas aos avaliadores. Mas foi muito gratificante. Quando termina, você tem um conjunto de materiais bem organizado. É um espelho do momento que vivemos no curso, e também nos ajuda a entender o que falta, o que ainda precisa ser feito”, comenta.

Dentre os muitos comentários positivos, um destaque foi a produção de livros, que impressionou as avaliadoras pela qualidade do material. “Houve interesse em saber como a editora produz estes livros, desde o contrato com o professor que vai produzir essa obra, a correção, editoração, até como isto chega ao aluno”, explica Dorival. O curso dispõe de 21 livros próprios já finalizados e outros 5 prontos para editoração.

“O projeto pedagógico é conciso e bem organizado, e cumpre com toda a legislação. A metodologia do sistema quadrimestral foi bastante elogiada. Aliada às disciplinas e ao PBL, é um diferencial do curso”, reforça. O curso também se destacou na avaliação pelo corpo docente. “São professores empenhados e dedicados, e muito capacitados”, completa.

Para o coordenador, a avaliação do curso foi positiva graças ao envolvimento de todos. “Esse é um indicador do nosso trabalho, de toda a equipe. Temos alunos apaixonados, que acreditam no curso e são muito participativos. Praticamente 95% dos nossos professores estão envolvidos em pesquisas. Tenho apoio da reitoria, secretaria e funcionários excelentes que nos ajudam”, finaliza.

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Autor: Jaqueline Deina - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König / Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Arquivo/Serviço Social

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