Indústria 4.0 desafia os novos profissionais

Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo

Vivemos um período em que as mudanças ocorrem numa velocidade surpreendente. A constante evolução tecnológica tem como objetivo facilitar a vida das pessoas em todos os setores. Na indústria, o desenvolvimento tecnológico causa rupturas e dá início a novos formatos de produção, gerando a otimização de processos. Porém, para lidar com essas ferramentas, é preciso estar permanentemente em processo de aprimoramento.

A indústria 4.0 é entendida como a quarta revolução industrial. Este conceito surgiu na Alemanha, entre 2010 e 2011, com a caracterização de um salto tecnológico capaz de lançar novos paradigmas para a indústria.

A quarta revolução industrial representa uma mudança significativa no funcionamento dos processos produtivos, e é composta por nove pilares:

  • Análise de dados
  • Robótica
  • Simulação
  • Integração de sistemas
  • Internet das coisas (IOT)
  • Cibersegurança
  • Cloud computing
  • Manufatura aditiva
  • Realidade aumentada

Moizes da Silva Cardoso carrega, ao longo de seus 47 anos, uma vasta experiência no mercado de trabalho. É técnico em eletrônica e em tecnologia dos processos industriais, e trabalha há 27 anos na área de petroquímica. Hoje é aluno da Uninter no curso de Engenharia Elétrica. Para ele, a grande evolução da automação foi a internet, com o uso da nuvem, que torna as coisas muito mais fáceis.

“Hoje você concentra as informações do mundo todo na nuvem e consegue resgatar essas informações quando quiser. Isso é uma vantagem muito grande e diminui bastante o tempo da manutenção de um equipamento, por exemplo. É uma pequena coisa que já dá um ganho fundamental”, salienta.

Olhando para o futuro, Moizes acredita que será cada vez mais possível realizar o trabalho a distância. Como, por exemplo, programar um equipamento de sua própria casa, de modo que a linha de montagem receba essa informação, fazendo a montagem do que você deseja, com as especificações que você fez.

Perfil do profissional

Professor e coordenador dos cursos de Engenharia da Computação e Engenharia de Software, Rafael Vilas Boas Wiecheteck ressalta algumas competências que o mercado de trabalho cobra hoje: “A pessoa tem que ter aquela facilidade e vontade de aprender, de estudar e correr atrás, e ser flexível com as mudanças que acontecem. O profissional precisa estar aberto a vários conhecimentos. Quando falamos em Inteligência Artificial (IA) e robótica, isso extrapola a indústria ou a área de TI, pois todas as áreas estão utilizando esses conhecimentos. O profissional, por mais que não seja um programador ou desenvolvedor, precisa estudar e conhecer”, relata.

As mudanças da indústria 4.0 já extrapolaram a indústria e estão muito mais próximas de nós, encontram-se até mesmo dentro de nossas casas. Já temos assistentes pessoais que controlamos por voz e diversos equipamentos no nosso dia a dia que passam despercebidos, mas já fazem parte deste processo de revolução.

Segundo Rafael, temos visto alguns problemas na questão da segurança de dados e da informação, o que demanda muito cuidado. “Por um lado, toda essa tecnologia nos ajuda muito e por outro lado existe esse cuidado sobre o que estamos trazendo para dentro de casa, o que estamos colocando de informação para os outros. Já existem até filmes sobre isso, e as grandes empresas já sabem nossa rotina. Às vezes sabem mais sobre nós do que nós mesmos”, conta.

O acesso a dados valiosos e a segurança dessas informações vem sendo um debate constante. “Devemos ter muita atenção com a segurança da informação. Muitas pessoas ainda ficam com receio de usar a tecnologia devido à falta de conhecimento sobre tantos aplicativos e golpes que estão acontecendo. Porém é um mundo que vamos ter que nos adaptar. Para a indústria é algo que já está acontecendo e é muito vantajoso”, complementa Moizes.

Hoje, existe uma inversão de papéis entre a indústria e o consumidor. “Antigamente, a indústria produzia algo e oferecia aos consumidores, e era aquilo que tinha. Hoje, o processo é ao contrário. A indústria produz o que o mercado deseja, o que o consumidor quer. Há uma inversão e é um grande desafio para a indústria também”, explica Rafael.

As informações dos clientes chegam às empresas, e são informações detalhadas, que permitem a empresa se planejar em cima disso. Todos os hábitos de consumo, as pesquisas e os dados que o cliente produz chegam nas empresas.

“Ainda há um longo caminho para que a indústria 4.0 esteja plenamente desenvolvida, ainda estamos engatinhando neste processo. Existe muita tecnologia com espaço para melhora e ser desenvolvida”, conclui Rafael.

A indústria 4.0 foi o tema da última edição do programa Nas Ondas da Politécnica, da Rádio Uninter, que recebeu como convidados especiais o professor Rafael Vilas Boas Wiecheteck e o estudante Moizes da Silva Cardoso. Você acompanha a gravação completa clicando aqui.

Incorporar HTML não disponível.
Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *