Hidratação tem impacto direto no rendimento esportivo

Autor: Gustavo Henrique Leal - estagiário de jornalismo

A água e a prática esportiva estão diretamente relacionadas, isso porque a desidratação corporal impacta o desempenho dos esportistas. Em uma partida de futebol, por exemplo, um atleta desidratado tem uma diminuição de 15% da distância percorrida, já a velocidade de drible é reduzida em 5%, isso sem falar na tomada de decisões que fica mais lenta. Nos últimos quinze minutos de partida, a diminuição da aceleração é ainda mais significativa.

“No mundo dos atletas, hidratação não é o termo com maior atenção ou de maior preocupação, porque efetivamente as pessoas não associam tão diretamente a hidratação com rendimento” destaca a nutricionista Maria Roriz, licenciada em Ciências da Nutrição pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP) e doutoranda em Nutrição Clínica pela mesma instituição. Atualmente, Maria é coordenadora do Departamento de Nutrição do Projeto Dragon Force do Futebol Clube do Porto, clube do qual a  Uninter é parceira, sendo a primeira instituição de ensino do Brasil a ter parceria com um clube de futebol internacional.

Maria Roriz foi uma das palestrantes convidadas para a Supermaratona Uninter  Terra: Planeta Água no mês de março, falando sobre a hidratação no esporte e no exercício físico. A hipohidratação (pouca água no corpo) e a hiperhidratação (excesso de água no corpo) são fenômenos comuns entre os atletas, como por exemplo, os praticantes de modalidades de luta que se desidratam para atingir o peso necessário para determinada categoria. Vários aspectos se relacionam com a hidratação, desde fatores específicos de cada modalidade esportiva, intensidade e duração do exercício, além do nível de transpiração.

A modalidade que traz mais riscos de hiper ou de hipohidratação é o futebol, porque os atletas costumam beber muita ou pouca água, enquanto a modalidade exige uma intensidade muito alta. Numa comparação entre o futebol e o basquete é possível perceber como essa desidratação pode ocorrer. No futebol, a média de perda de água por transpiração é de 1460 mililitros por hora (ml/h) e a média de ingestão de água é de apenas 600ml/h. No basquete a perda é maior, em média 1600ml/h, mas a ingestão também é maior e chega a ser 1080ml/h. Assim, enquanto a média de desidratação no basquete é de 520ml/h, no futebol essa média salta para 810ml/h.

Orientações de instituições como a Federação Internacional do Futebol (FIFA) que criou pausas de hidratação em alguns jogos e estabeleceu que os jogos devem acontecer em boas condições para boa saúde dos atletas são positivas. Além disso, um dos focos dos profissionais que vivem ao lado dos atletas deve ser a hidratação em si, sempre fazendo diversas avaliações em treinos e jogos. Também é possível fazer um plano de hidratação individualizado calculando o peso do atleta antes e depois da partida para avaliar a perda de líquidos. “Se queremos convencer atletas a se hidratarem bem, devemos apresentar conteúdos deste gênero”, conclui a palestrante.

A Supermaratona Uninter foi realizada nos dias 18 e 19.mar.2022 no Youtube da Uninter. O foco da edição foi a água, com 24h de palestras variadas sobre o tema, considerando que mais de um bilhão de pessoas não tem acesso à água potável e, em curto prazo, mais de 40% da população do planeta viverá em regiões de constante crise hídrica.

Incorporar HTML não disponível.
Autor: Gustavo Henrique Leal - estagiário de jornalismo
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Ketut Subiyanto/Pexels


Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *