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Híbrido e eficaz, semipresencial transita entre o online e a sala

O sistema de ensino semipresencial permite que o aluno organize seu tempo de estudo de maneira adequada às suas necessidades. Ele é a convergência do modelo presencial, aquele em que o processo de ensino ocorre em sala de aula, de forma coletiva e em horários pré-determinados, e do modelo online, também conhecido como educação a distância (EAD), que é organizado a partir do estudo individualizado e por meio de conteúdos online.

No semipresencial, o aluno realiza o autoestudo de acordo com seu ritmo pessoal e sua autonomia, e duas vezes na semana ocorrem encontros presenciais. Durante esses encontros, são empregadas diferentes metodologias, que variam conforme o planejamento de cada disciplina.

A proposta didática da Escola Superior de Educação da Uninter é o modelo de ensino híbrido de sala de aula invertida, em que o aluno realiza o estudo online, individualmente, e vai para os encontros presenciais para realização da prática, coletivamente.

Para que esse método seja eficaz, é necessário que o profissional de ensino esteja bem capacitado. Tendo isso em vista, a professora Mariane Regina Kraviski, do curso de Pegadogia da Uninter, realizou um estudo intitulado “Investigando as práticas pedagógicas dos professores em serviço de ensino superior com atuação na modalidade EAD – Semipresencial”, com o objetivo de averiguar o conhecimento desses profissionais a respeito das metodologias ativas e do ensino híbrido.

Foram coletadas informações de 44 professores do ensino superior atuantes em cursos de licenciatura. “Quando verificamos suas aulas in loco, ou quando indagamos os graduandos das licenciaturas, percebemos que muitas vezes eles continuam com os preceitos da escola em que o aluno era passivo e o professor ativo”, pontua a autora.

Quando questionados a respeito de suas experiências de atuação na modalidade semipresencial, verificou-se que 10 entre os 44 entrevistados nunca haviam atuado na área. E a maioria dos profissionais não sabia sobre ensino híbrido ou só tinham ouvido falar sobre a metodologia. O estudo também mostra que 28 dos 44 respondentes afirmaram que acreditam ser essencial uma capacitação específica para atuação na modalidade de ensino híbrido.

“Muitos dos professores foram para a sala de aula do semipresencial sem o conhecimento da metodologia adequada para esta modalidade, apenas com informações substanciais do que deveriam planejar em suas disciplinas”, observa Mariane.

“Os professores pesquisados necessitam de uma preparação focada na compreensão dos processos de aprendizagem por meio de novas concepções, na mudança de postura do educador, que se posicione como parceiro da construção do conhecimento de seus alunos, como mediador de todo o processo de ensino e aprendizagem”, complementa.

A pesquisa conclui que o interesse pela utilização das metodologias ativas por parte dos professores é grande, porém ainda falta um aprofundamento metodológico nas abordagens dos cursos semipresenciais.

O trabalho da professora Mariane Regina Kraviski foi apresentado no congresso da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), realizado de 3 a 7 de outubro em Florianópolis (SC). Um evento importante da área da EAD, que reúne diversas instituições de ensino e empresas que trabalham para melhorar o ensino a distância.

“Participar de um evento como este é muito importante, porque além de poder fazer networking com todas estas pessoas engajadas em um mesmo propósito, é poder estar perto de grandes autores e pesquisadores da Educação a Distância”, conta a professora.

 

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Autor: Caroline Paulino – Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König / Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Arquivo pessoal

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