Geração de energia no Brasil causa impactos ambientais

Autor: Leonardo Tulio Rodrigues – Estagiário de Jornalismo

A expressão ‘matrizes energéticas’ refere-se ao conjunto de fontes utilizadas para atender à demanda por energia de um determinado país. Como o fornecimento ininterrupto de energia é uma condição essencial ao funcionamento das sociedades modernas, os países buscam diversos recursos para atender a suas necessidades energéticas, como usinas nucleares, eólicas, hidrelétricas, solares e termoelétricas.

Segundo dados disponibilizados pela GNPW Group em agosto de 2020, cerca de 75% da energia elétrica produzida no Brasil provém de usinas hidrelétricas, uma forma de geração de energia limpa. Porém, isso não significa que ela seja ambientalmente correta. Muitas vezes, o processo de construção de usinas hidrelétricas causa prejuízos ambientais graves, como observado em algumas regiões brasileiras.

Larissa Warnavin, doutora em Geografia e professora da Uninter, comenta as consequências geradas pela construção de hidrelétricas. “Por mais que a energia hidrelétrica seja considerada uma energia renovável, ela tem os seus impactos negativos”.

Um grande exemplo disso é a usina hidrelétrica de Belo Monte. Conhecida como a terceira maior usina hidrelétrica do mundo, ela começou a ser construída em 2011 na cidade de Altamira, no Pará. Inaugurada em 2016, passou a fornecer energia para as regiões sudeste e nordeste do país.  Parte da população de Altamira foi obrigada a deixar suas casas para que a construção da usina pudesse prosseguir. Entre essas pessoas estavam famílias indígenas instaladas na região há décadas.

Além de interferir na vida da população de maneira direta, as obras para a construção da usina causaram diversos impactos ambientais, desequilibrando todo o ecossistema da região. A interrupção do fluxo do Rio Xingu foi responsável pela morte de peixes, dificultando a pesca, atividade de suma importância para muitos moradores. Áreas que proporcionavam a agricultura de pequeno porte foram inundadas e igarapés foram destruídos.

De acordo com Otacílio Lopes, mestre em Geografia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), o uso dominante desse modelo de geração de energia se deve às características ambientais do nosso país. “Nós somos muito bem servidos de rios planálticos, o tipo certo para gerar energia com a construção de usinas hidrelétricas”.

Os especialistas explicam que a produção de energia varia de acordo com o contexto geográfico da região. Além das usinas hidrelétricas, o Brasil faz uso de usinas termoelétricas (gás e petróleo), que também provocam degradação do meio ambiente. “Em épocas de estiagem, a produção de energia é repensada. As hidrelétricas não conseguem produzir tanto e a energia termoelétrica se torna uma solução”, explica Otacílio.

Daí a importância de se ter acesso a diferentes fontes para que a produção de energia possa ser consistente e sem causar tantos impactos ao meio ambiente. “Se você tem a produção de energia pautada em uma única fonte, você se torna dependente”, afirma.

Otacílio Lopes e Larissa Warnavin foram os convidados da última edição do programa Educa Brasil, transmitido em 16.mar.2022. Comandado por Dinamara Pereira Machado, diretora da Escola Superior de Educação da Uninter (ESE), o programa debateu o tema “Usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares”.

Clique aqui para conferir a transmissão na íntegra, disponível no canal de Youtube da Escola Superior de Educação.

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Autor: Leonardo Tulio Rodrigues – Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


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