Garantia do aleitamento materno requer acolhimento

Autor: Izadora Alves Lopes - estagiária de jornalismo

O espetáculo da vida inicia quando uma mulher se torna mãe. O sentimento que engrandece a maternidade desafia a mulher, que encara a realidade com um misto de sensações provocadas pelas dúvidas. Um dos principais desafios do início da maternidade reside no aleitamento materno.

As críticas externas fazem muitas mães duvidem da própria capacidade de vivenciar a fase de aprofundamento de sua ancestralidade e redefinição de padrões. Mesmo com o amor pelo bebê, ainda há um processo de desconstrução acontecendo e uma nova personalidade nascendo, o que torna o processo imensamente mais cansativo.

Quando chega a hora de a mãe retomar as atividades profissionais, a preocupação aumenta, já que a rotina torna mais difícil a continuidade do aleitamento materno, algo extremamente importante para a mãe e para o bebê.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a recomendação é que as mães amamentem seus bebês exclusivamente até o sexto mês. Na prática, isso nem sempre é viável.

A pesquisa realizada pelo Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI), a pedido do Ministério da Saúde, mostra que somente 45,8% dos bebês até os seis meses são alimentados exclusivamente pelo leite materno.

Esse desafio foi vivenciado pela assistente de serviços de inclusão do Gloria Beatriz Lopez Cardozo, que trabalha na Uninter há sete anos e meio. Ela atua com a mediação e capacitação em processos de desenvolvimento de ações e aprimoramento para o atendimento a alunos com diversidades ou disfuncionalidades, das modalidades presencial, semipresencial e EAD para os polos de todo o Brasil.

Gloria conta que já teve uma perda gestacional aos 37 anos de idade. Mas esta importante caminhada trouxe a vinda de Izabela Liane, que atualmente tem dois anos, e de Carlos Neto de 5 meses. “Ainda existe tabu quando uma mulher mais madura decide ter filhos mais tarde por conta dos riscos. Mas as gestações foram maravilhosas e não tive nenhum tipo de problema de saúde”, afirma.

Ao retornar da licença maternidade, Gloria precisou adaptar-se à rotina para dar continuidade ao aleitamento materno. Nesse processo, recebeu o apoio da empresa no retorno ao trabalho presencial. Para que ela pudesse extrair e acondicionar o leite materno, teve autorização para utilizar o ambulatório cedido pelo Serviços de Medicina do Trabalho (SEMT), localizado na sede das Araucárias da Uninter, no bairro Mossunguê.

“Foi possível dialogar com a gestão sobre a minha necessidade sobre a extração do leite materno. A enfermeira Valeria Neri de Franca da SEMT, e também e a colaboradora Jesica Mara de Souza, que atua na SIPAT me deram todo o apoio possível. Espero que outras mães também possam ser acolhidas assim como eu. Sinto muita gratidão em poder utilizar o espaço”, destaca.

A ação foi mediada pela coordenadora do Serviço de Inclusão e Atendimento aos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais (SIANEE), Leomar Machesini Zuraviski, com o setor de coordenação de recursos humanos, Christiano Lopes Affonso e o gestor, Joel Ziemann Ferruci.

Gloria faz duas pausas de 30 minutos por dia para a extração do leite.

“O processo de extração e armazenamento é muito fácil, prático e tranquilo. Atualmente existem no mercado aparelhos de vários modelos. Na Uninter, também tenho um freezer à disposição onde posso armazenar o leite e mantê-lo conservado até o fim do meu expediente. A instituição oferece apoio incondicional às colaboradoras em um momento delicado e precioso”, afirma a assistente.

O acolhimento para poder aproveitar espaços que disponibilizem um olhar mais atento deve ser sempre um dos pontos de avaliação, pois a maternidade é algo que desafia nos nossos instintos a defender o primordial na vida do ser humano: a saúde. Em nosso coletivo, deve-se refletir em como podemos transformar nossos espaços em locais mais acessíveis e acolhedores para mães e bebês que estão passando por um processo de construção e fortalecimento de vínculo. E a amamentação faz parte deste todo, que protege a vida da criança. “Cada milímetro importa, e esse lado humanizado me faz entender o propósito da nutrição no meu filho”, afirma a colaboradora.

Incorporar HTML não disponível.
Autor: Izadora Alves Lopes - estagiária de jornalismo
Edição: Larissa Drabeski


Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *