Especialistas debatem a transformação digital no Uninter Global Hub

Autor: Poliana Almeida – Estagiária de Jornalismo

No dia 4 de outubro, milhões de pessoas sentiram falta das redes sociais mais utilizadas no momento: Facebook, Instagram e WhatsApp. Ao longo de sete horas, os internautas não tiveram acesso às ferramentas da empresa Facebook Inc., detentora de todas essas marcas.

Além do prejuízo financeiro do conglomerado, os usuários perceberam sua dependência dos meios digitais. Item bastante discutido por teóricos da comunicação, como Marshall McLuhan que já elencava as tecnologias como extensões do corpo humano, quase 30 anos antes do seu ápice.

A grande questão são os pontos positivos e negativos de estar on-line atualmente. A quebra de barreiras geográficas, a interligação de conhecimentos com várias pessoas ao redor do mundo e a monetização de produtos/serviços são pontos que se entrelaçam com a perda da privacidade, os riscos de invasões constantes e, como vimos, a dependência das tecnologias para quase todas as funções do cotidiano de uma pessoa ou empresa.

Pensando em aprofundar esse debate, o evento promovido pela Uninter Global Hub, intitulado Talking Business, trouxe o tema Transformação Digital: mais do que um simples modismos, com transmissão no YouTube. O evento aconteceu no dia 30.set.2021, às 18h, e contou com mediação de Jason Dyett, vice-presidente e cofundador do Uninter Global Hub. Os convidados foram Parker Treacy, fundador e CEO da Cobli, Miguel Sieh​, sócio na Founders Intelligence, e Maria Carolina Avis, coordenadora do curso de Tecnologia em Gestão de Mídias Sociais da Uninter.

Parker foi o encarregado de aproximar a temática da vivência de uma startup. Afinal, sua empresa de rastreamento de frotas caracteriza-se como uma startup nômade digital, a qual não depende do mundo físico para organizar as atividades dos seus 220 colaboradores.

“Tudo começou com a transformação digital. Se você olhar para a América Latina, dos 60 milhões de veículos comerciais, desde motos até empilhadeiras, 85% está offline. Ou seja, se eu ligar para sua irmã e perguntar ‘onde está a minha entrega?’, em 85% dos prestadores de serviço a resposta será: ‘não tenho a menor ideia’. E esse era o grande problema para resolver: o mundo digital era muito rápido e o mundo físico era muito lento, como unir os dois?”, indaga o fundador da Cobli.

A solução encontrada por ele foi aplicar o sistema de Internet das Coisas. Basicamente, insere-se um dispositivo no carro da empresa contratante e o responsável recebe atualizações a cada cinco segundos via celular sobre aquele veículo (quem é o motorista, qual é a entrega, quando chegará ao destino etc.). Entretanto, Parker faz um alerta: “a tecnologia é boa, mas é preciso pensar no lado humano. Afinal de contas, são humanos que vão usar seu produto”.

O serviço deu tão certo que um dos clientes que trabalha com ambulâncias conseguiu reduzir seu tempo de resposta significativamente. Antes, a conclusão de um trajeto levava uma hora e meia e foi reduzida para 35 minutos com a tecnologia implementada. Em linhas gerais, “o maior obstáculo é saber o que eu quero construir e o que o mercado quer comprar”, finaliza Parker.

Miguel Sieh​, por outro lado, é sócio de uma empresa que visa o crescimento de líderes empresariais. Nesse sentido, ele acredita que seja fundamental desmistificar o termo transformação digital, por ter muita ênfase no digital e não fazer jus à transformação. “O lado da transformação é o mais desafiante. Ajuda muito a conciliar os clientes por que, na essência, essa transformação passa por questões do tipo: por que eu devo mudar o negócio? O que eu devo fazer para mudar? E como executar?”, descreve.

Assim como Parker, Miguel também acredita que pensar no consumidor seja importante para o crescimento de uma organização. “A transformação vem pela tecnologia, mas também está atrelada à mudança do comportamento do consumidor. São os consumidores da ponta que começam a demandar algo diferente”, complementa o sócio da Founders Intelligence.

Inclusive, essa demanda diferenciada chegou também aos profissionais de mercado, como bem descreve a professora da Uninter Maria Avis. “Para um profissional de marketing ser bom ele precisa ter visão estratégica. E para ter visão estratégica você precisa de multiconhecimentos. Independente do ramo que você atue, você precisa ter uma visão em 360º, mas também ser muito bom em alguma coisa. Porque eu vejo que, hoje em dia, não adianta nada você ser aquele profissional muito generalista, que conhece de tudo, mas na verdade não sabe muito bem de nada”.

Ainda segundo a coordenadora, o termo transformação digital deveria ser modificado para adaptação digital, porque “às vezes esse tema transformação digital acaba sendo uma coisa muito brusca. Eu acho que o termo adaptação digital para as pessoas cabe muito bem. Então, se você tem medo do digital, vai aos poucos, no seu limite. Ou seja, vai se adaptando e não de uma forma brusca”, finaliza.

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Autor: Poliana Almeida – Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Gerd Altmann/Pixabay


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