Escrita que move a vida

Autor: Gabriel Smaniotto - estagiário de jornalismo

A paixão pela literatura vem desde cedo na vida do jovem Igor Horbach. Para ele, a escrita é uma maneira de se relacionar com o mundo, uma forma de compreender e expressar seus sentimentos. Movido por essa paixão, aos 24 anos, o jovem já acumula sete livros publicados. E almeja muito mais.

Os primeiros contos foram escritos ainda criança e abriram espaço para um mar de realizações em sua vida. Aos 13 anos, escreveu seu primeiro livro e, um ano depois, lançou a sua primeira obra “A Derrota do Herói”, que viria a ser o primeiro livro da trilogia “A Marca dos Semideuses”.

Natural de Tangará da Serra, cidade do interior do Mato Grosso, Igor foi a pessoa mais nova a lançar um livro na cidade, tomando proporções maiores do que o esperado por parte da editora. “Eu fui a pessoa mais nova a publicar um livro por lá, então tive muito incentivo local e da própria mídia. No dia do lançamento, que foi realizado em um Salão do Livro, dividi espaço com grandes autores nacionais. A editora na época estimou uma sessão de autógrafos de 30 minutos, afinal eu era um autor estreando, mas as expectativas foram superadas, pois a sessão acabou depois de 2 horas e mais de 100 cópias vendidas”, exaltou Igor.

A trilogia conta com uma sequência de livros que foram lançados entre 2014 e 2020. A saga é composta ainda por “O Dragão Perdido” (Livro 2) de 2016 e o último a ser divulgado foi “O Extermínio dos Deuses” publicado em 2020. Inspiradas na saga literária de Percy Jackson, as obras retratam histórias de um grupo de semideuses que enfrentam vilões que buscam destruir o Olimpo e seus deuses para assumir o governo das forças naturais da Terra. Então, o grupo precisa viajar as Terras Antigas (Grécia) para lutar na guerra que está por vir contra esses vilões, os Gigantes e os Titãs.

Ele também lançou outro projeto chamado “Insônia”, uma série de contos de suspenses psicológicos inspirados em pensamentos em noites insones. Essa proposta contou com o lançamento de quatro contos: Destinatário, O Relógio Sem Ponteiro, Caminhante e Amizade Estranha. “São histórias diferentes, mas que se conectam de alguma maneira. Todos os temas são daqueles pensamentos aleatórios que temos quando estamos sozinhos em casa ou de madrugada. ‘E se alguém morar no meu forro?’ ou ‘Meu vizinho é de confiança mesmo? Até onde conheço ele?’”, explicou Igor.

Cartas Para Jack

A obra mais vendida do autor, “Cartas Para Jack” foi escrita em meio à descoberta de um nódulo no peito do lado esquerdo. A insegurança de acontecer algo pior, as dores constantes e o medo o motivaram a transformar a sua angústia em palavras.

“O livro foi escrito exatamente neste período em que eu tinha muita dor, tomava remédio forte e acabava dando outros efeitos colaterais. Nos melhores momentos eu escrevia. Me entreguei de corpo e alma naquele livro por que eu tinha medo de que fosse o último.” Retratou, Igor.

Depois de alguns meses, veio então a notícia que Igor mais esperava. O nódulo era benigno e o tratamento realizado estava surtindo efeito, fazendo com que a lesão fosse desaparecendo, nesta época, o livro estava praticamente pronto. Em 2020, Igor recebeu o convite da Editora Alarde para publicar a obra como livro de estreia da editora.

O livro retrata a história de um casal que tem sua vida transformada após um dos personagens descobrir um câncer no pulmão e a doença se espalhar pelo resto do corpo. Assim, o casal vive a vida da melhor forma possível, usufruindo o tempo que lhes foi dado.

Ele revela que, durante a escrita, teve medo em relação à aceitação do público por ser uma história que retrata a vida de um casal LGBTQIA+, mas após o lançamento, veio a surpresa. O livro foi o mais vendido, com aceitação positiva pelos leitores, além das mensagens recebidas sobre mudança na vida das pessoas. “Diversos leitores me falam que se aceitaram depois de ler o livro e até mesmo que se sentiram mais próximos sentimentalmente de entes queridos que se foram por causa da doença”, recorda Igor.

“Cartas Para Jack” também concorreu ao Prêmio ECOS de Literatura como melhor romance, melhor autor nacional e melhor capa em 2020.

Publicações independentes

A trajetória de um autor independente traz também desafios. Entre eles a dificuldade de encontrar editoras para publicações de suas obras.

Para Igor, a primeira publicação foi a mais tranquila, visto que era uma editora local e que deu o suporte necessário para o lançamento do livro. Para seu segundo projeto, buscou uma editora de maior relevância, com o objetivo de ter mais visibilidade, mas não obteve bons resultados. Os valores cobrados eram altos e o retorno era mínimo, por ainda ser um autor de pouca expressão.

A chegada da Amazon e algumas editoras menores trouxe mudanças para esse cenário. “A realidade mudou um pouco. A Amazon não cobra para publicar um e-book e ainda me repassa 30% das vendas, enquanto uma editora grande cobra pela publicação e repassa apenas 10% dos direitos comerciais”, explica.

Além dos livros, Igor também teve passagem pelo cinema, onde escreveu e dirigiu a série “Dislike”, que concorreu ao prêmio Rio Web Fest 2020 como melhor web série de incentivo a produções independentes.

Loja do autor

Em busca de uma forma segura para venda dos seus livros físicos e para atingir um público novo, Igor lançou no dia 24 de janeiro sua loja integrada virtual. “Foi algo que criei pensando em poder dar a oportunidade para novos leitores de conhecer minhas obras que não estão na Amazon. Depois da chegada da plataforma, recebi um público novo que se interessou pelos livros físicos”, comenta.

A paixão que Igor desenvolveu pela escrita, o moveu para outra área, o Jornalismo. A carreira jornalística do jovem iniciou após ser convidado pelo jornal A Cena, para ser colunista literário. O tempo passou e ele se envolveu cada vez mais com pautas do jornal. Assim, decidiu se  especializar e iniciar o curso de Jornalismo na Uninter em 2023, mesmo ano em que ingressou como estagiário na Central de Notícias Uninter.

Por meio do jornalismo, ele encontrou também outra forma de canalizar sua relação com a escrita. Em junho de 2023, também lançou seu portal de notícias culturais na internet, “O Folhetim Cultural”, que traz diariamente notícias sobre eventos, filmes, esportes, novelas, shows e etc.

Para o futuro, os planos incluem livros, filmes e séries. O intuito é alcançar cada vez mais leitores e telespectadores, levando a eles boas experiências: “Acho que meu grande objetivo de vida é poder proporcionar experiências artísticas como as que eu tinha quando criança, quando lia um livro novo ou assistia a um filme e ficava com aquele brilho no olhar. É com esse foco que levo minha escrita”, revela. 

Para conhecer mais sobre o trabalho do autor Igor Horbach, acompanhe no Instagram:  @igorhorbach.autor @ofolhetimcultural

 

 

Incorporar HTML não disponível.
Autor: Gabriel Smaniotto - estagiário de jornalismo
Edição: Larissa Drabeski


1 thought on “Escrita que move a vida

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *