Egressa conquista bolsa integral de mestrado após Iniciação Científica

Autor: Maria Vitória Alves da Silva - Assistente de Comunicação Acadêmica

A aprovação de Maria Luiza Rech Capuci, egressa do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas, para o Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) com bolsa integral da CAPES foi muito mais do que a notícia de um processo seletivo bem-sucedido. A conquista, anunciada em 18 de julho de 2025, simbolizou a materialização de um sonho cuidadosamente planejado desde o início de sua vida acadêmica.  

A aprovação representa não apenas um objetivo pessoal, mas o fruto de um percurso construído em diferentes áreas, com pesquisas práticas e orientação no Programa de Iniciação Científica (PIC) da Uninter. “Sempre afirmei que queria ir para o mestrado e doutorado […] foi uma alegria muito grande, uma satisfação”, disse Maria Luiza, lembrando sua reação no momento da notícia. 

Sua trajetória, no entanto, começou em uma área distinta. Com formação inicial em Engenharia Civil em Dourados (MS), Maria Luiza já demonstrava interesse por pesquisa, participando de iniciativas como a Olimpíada Brasileira de Satélites. Ao se mudar para Santa Catarina, a decisão de ingressar no Bacharelado em Ciências Biológicas da Uninter foi um ponto de virada definitivo, foi ali que ela consolidou sua vocação científica nas atividades de pesquisa. 

Maria Luiza relata que a Uninter ofereceu uma oportunidade ampla: de combinar uma formação profissional de alta qualidade com um incentivo robusto à carreira acadêmica. Essa experiência desmistificou o preconceito sobre o ensino a distância, provando que a modalidade não apenas permite o acesso à educação, mas também atua como uma incubadora de talentos para a pesquisa, ampliando as portas para aqueles que sonham com a vida no meio acadêmico.  

A aluna se enxerga como o resultado do entrelaçamento de suas duas formações. Embora veja seu futuro no campo das Ciências Biológicas, sua vivência prévia em Engenharia Civil contribui para a parte quantitativa do trabalho científico, ampliando suas ferramentas de análise e a segurança para lidar com dados e metodologias. 

A imersão de Maria Luiza no Programa de Iniciação Científica há cerca de dois anos se revelou o pilar de sua preparação. Sob a orientação da professora Larissa Warnavin e com o apoio de outros três professores, ela se dedicou a um trabalho sobre mamíferos marinhos, mais especificamente sobre o peixe-boi marinho (Trichechus manatus manatus). O rigor metodológico e a profundidade da pesquisa resultaram em um artigo científico que já foi submetido para publicação e terá sua apresentação no 18º Encontro de Iniciação Científica e Fórum Científico (ENFOC) 2025, um dos mais importantes eventos de divulgação acadêmica da Uninter. 

A futura mestranda é enfática ao destacar o papel fundamental do PIC. “Essa questão da parte do artigo, te ensinar a escrever, a pesquisar […] eu conheci o Scopus, a plataforma, pelo PIC”, disse ela, revelando a importância de aprender a utilizar ferramentas de pesquisa de ponta. A familiaridade com bases de dados e a rotina da escrita científica, competências que são rotineiramente cobradas em processos seletivos de pós-graduação stricto sensu, deram a ela uma segurança que se refletiu no dia da prova.  

Com um sorriso, ela relatou a situação no processo de mestrado, “Não passei vergonha quando o professor perguntou se ‘vocês’ conhecem Scopus”, brincou, mostrando a confiança que o programa lhe proporcionou. 

O apoio da orientadora e do grupo de pesquisa é um ponto de destaque na história. Maria Luiza descreve sua relação com a professora Larissa como “maravilhosa”, elogiando a paciência para ensinar e a forma afetiva de conduzir o percurso da estudante. 

A professora Larissa, por sua vez, enaltece o perfil de Maria Luiza, que se destacou desde o processo seletivo. “Ela já se demonstrou bastante interessada. Tem facilidade de comunicação, é muito proativa, está sempre buscando conhecimento. Ela tem muita responsabilidade nos quesitos de prazos e demandas”, afirma. 

Esse equilíbrio entre orientação e protagonismo do estudante é a base do PIC na Uninter. O programa seleciona jovens com predisposição para a pesquisa e oferece um ambiente para que aprendam a operacionalizar projetos, a escrever e a dialogar com a comunidade acadêmica. Para a professora Larissa, o papel do orientador é essencial para estruturar o trabalho, mas o sucesso depende, em grande parte, do estudante. “90% é esforço, interesse, dedicação”, aponta ela, resumindo seu ponto de vista com a máxima: “a ciência não se faz sozinha, a ciência se faz com muitas mãos”. 

Curiosamente, em seu mestrado Maria Luiza não pretende continuar sua trilha de estudos de mamíferos marinhos. A aluna irá trabalhar com anuros (sapos, rãs e pererecas) da Ilha de Porto Belo, um território que, até então, não havia sido objeto de estudo aprofundado. Com base em um artigo e em conversas com Douglas Pasqueta, biólogo da ilha, Maria Luiza levantou a hipótese da ocorrência de uma espécie pouco conhecida, e a pesquisa inicial confirmou a suspeita. “Eles nunca foram estudados, inclusive um monte de gente nem sabia que existiam e eu consegui o primeiro registro deles, eu, com o biólogo de lá”, relatou, destacando a emoção da descoberta pioneira. 

Apesar das dificuldades do processo seletivo, que exigiu “muita preparação, muito estudo”, o esforço de Maria Luiza foi acompanhado por objetivos claros de médio e longo prazo. Seu plano é concluir o mestrado, seguir para o doutorado e, finalmente, realizar o sonho de se tornar professora universitária, compartilhando sua paixão pelo conhecimento. 

Ela fez questão de reconhecer os apoios acadêmicos que foram importantes em sua formação: além da orientadora Larissa, ela mencionou a presença da professora Vivian de Mello Cionek e a colaboração do professor Paulo Christiano Anchietta Garcia, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que atuou como coorientador informacional em sua formação sobre anfíbios. 

Para a professora Larissa e para o grupo de Geociências e Biologia da Uninter, a aprovação de Maria Luiza representa a confirmação de que o PIC cumpre uma função estratégica e vital na formação de novos pesquisadores. A instituição se orgulha de ver uma de suas alunas alçando voos ainda maiores. “A gente aqui sempre está de portas abertas e deseja muito sucesso para a trajetória dela, que ela colha muitos frutos dessa pesquisa”, concluiu Larissa, resumindo o sentimento de toda a comunidade acadêmica. 

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Autor: Maria Vitória Alves da Silva - Assistente de Comunicação Acadêmica
Edição: Larissa Drabeski


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