E se aprender matemática ficasse divertido?

 

Talita Santos – Estagiária de Jornalismo

O brasileiro não demonstra muita habilidade com números. A maioria dos adultos não sabe sequer as equações mais simples, como revela estudo do Instituto Círculo da Matemática do Brasil (leia aqui). O desafio, portanto, não se restringe à escola, mas passa por ela. Como tornar o ensino da matemática mais atraente e eficiente? O ensino híbrido tem se revelado uma boa alternativa ao unir as novas tecnologias e metodologias para estimular a inteligência e desenvolver a capacidade de aprender.

Professora de matemática no Projeto Lápis de Cor e também aluna do curso de Pedagogia da Uninter, Ellen Cristina Pereira incorporou a técnica às suas aulas e tem percebido a mudança. ‘’Realizo aulas dentro da concepção de ensino híbrido há quatro meses com meus alunos de 6º ao 9º ano em matemática e já pude perceber grandes melhoras no processo de aprendizagem deles. Além das notas, que melhoraram muito, também observei que o entusiasmo e o prazer em estudar matemática aumentou. Hoje muitos deles dizem amar a matemática”, diz.

A necessidade de se atualizar foi um dos principais motivos para Ellen incorporar os novos métodos às aulas. Ela participou junto com outros professores de cursos de formação, ensino híbrido e personalização do ensino. Após esse período foi proposto que a medida que se sentissem confortáveis iniciassem práticas em sala de aula aplicando a concepção de ensino híbrido.

“Por este motivo, optei em realizar na aula de números negativos da matemática financeira, com o modelo de rotação por estações, onde uma das estações tinha como proposta para os alunos a contextualização da matemática através de cenas criadas em stop-motion’”, explica a professora. Stop-motion (“movimento parado”, em livre tradução) é uma técnica sequencial de fotografias de um objeto inanimado para simular o seu movimento

Uma das metodologias mais utilizadas no ensino hibrido é o modelo de rotação por estação, no qual o professor prepara três ou mais atividades que a abordem o mesmo conteúdo, porém trabalhando com habilidades diferentes. Estas atividades podem ser utilizadas através de técnicas digitais, como o stop-motion por exemplo, ou analógicos, quando não se usa a tecnologia, mas ainda sim são criados métodos novos de aprendizado.

Colocando em prática

Segundo Ellen, durante sua aula foi desenvolvida três estações de aprendizagem. Na primeira, os alunos construíram uma cena onde se aplicava noções de números negativos, usando a técnica de fotos em movimento (stop-motion). Na segunda, os professores contribuíram com material impresso e embasamento teórico sobre regras de sinais. Então os alunos criaram um jogo de tabuleiro para simular movimentações financeiras.

Na terceira estação, os alunos assistiram vídeos e realizaram desafios que estão na plataforma Khan Academy. Após isso, criaram uma notícia de telejornal que envolvesse situações econômicas aplicadas ao conceito de crédito e débito. Ao final de cada atividade, os alunos apresentaram seus trabalhos para a turma. Desta forma, pôde haver uma interação maior entre os colegas, além das trocas de aprendizados.

“Acredito que a busca por melhores e mais eficientes metodologias de ensino deve representar a busca constante de um professor, pois lidamos com novas gerações de alunos a cada ano. Nossos alunos estão em constante transformação e nós, enquanto professores, precisamos acompanhar essas mudanças para que um aprendizado significativo e prazeroso seja proporcionado com qualidade para todos. Só assim poderemos inspirar e não apenas ensinar”, diz Ellen.

Edição: Mauri König

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