Desenvolvimento psicomotor infantil na quarentena: como estimular as crianças em casa?

Autor: Tatiane Calve*

O ser humano, desde a infância, expõe suas emoções de inúmeras formas, por meio do movimento e contato físico. Por isso, é importante que a criança tenha consciência de seu corpo, das possibilidades de movimento, ampliando a capacidade de adquirir conhecimento, comunicação e interação com o mundo que a rodeia. Assim, o desenvolvimento da cognição, afetividade e motricidade é o objetivo da psicomotricidade.

A psicomotricidade pode ser, portanto, utilizada como ferramenta para o desenvolvimento global do indivíduo, relacionando o pensamento, as emoções e a ação motora em uma integração entre organismo e ambiente.

O desenvolvimento psicomotor ocorre de acordo com o processo maturacional do sistema nervoso central, especializando os aspectos cognitivos, motores e emocionais. Na criança, esse processo desenvolvimentista se dá pela ação do brincar, na qual ela aprende a coordenar e controlar os movimentos, interage com seus pares e expõe seus pensamentos, seus desejos, suas emoções.

Assim como indicado nas obras de Wallon e Piaget, o brincar é importante para o processo de desenvolvimento das habilidades motoras, funções cognitivas e interações sócio afetivas.

Durante a pandemia da Covid-19, com a implantação da quarentena, inúmeras crianças tiveram que ficar em casa com seus pais ou responsáveis. Assim, os estímulos antes ofertados nas escolas ou creches, deveriam continuar sendo recebidos pelas crianças em casa.

Os pais ou responsáveis que também tiveram suas rotinas modificadas, com a necessidade de dividir o tempo entre trabalho em home office, tarefas domésticas e atenção aos filhos, devem ofertar às crianças, atividades que possibilitem a continuidade do desenvolvimento psicomotor.

Jogos e equipamentos eletrônicos para entreter as crianças com filmes e desenhos não estão descartados; mas, devem ter tempo de uso estipulado pelos responsáveis. Além disso, os adultos devem estimulá-las com brincadeiras e brinquedos que desenvolvam a motricidade fina e global, consciência corporal, lateralidade, equilíbrio, entre outros aspectos pertencentes às bases psicomotoras.

Para a estimulação de atividades psicomotoras não há necessidades de se adquirir brinquedos educativos comerciais, basta utilizar a criatividade, fazendo uso de diferentes materiais, cores, texturas, e o mais importante, oferecer atenção aos filhos.

* Tatiane Calve é doutora em Ciências da Saúde, professora do curso de Educação Física da Uninter.

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Autor: Tatiane Calve*
Créditos do Fotógrafo: Alex Green/Pixabay


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