Desafios da tradução literária

Autor: Natália Schultz Jucoski - Estagiária de Jornalismo

O principal desafio de um tradutor é ser capaz de manter a essência do texto original. Essa afirmação é de Rogerio Galindo, jornalista e tradutor do inglês para português, responsável por cerca de 40 obras para diversas editoras.

Rogerio iniciou a profissão de tradutor por influência do irmão mais velho, Caetano, que também é tradutor e possui um extenso currículo, em especial os trabalhos do irlandês James Joyce. A primeira tradução de Rogerio foi um trabalho que seu irmão não conseguira realizar por estar compromissado com outros trabalhos.

Galindo foi o convidado do programa Art& Cultura, da Rádio Uninter, transmitido em 4 de outubro de 2022. No programa, ele falou sobre o processo de traduzir. Quais são os esquemas das editoras para que os livros sejam lançados o quanto antes, qual tradutor se identifica mais com a linguagem original, quem consegue traduzir mais rápido já que o prazo é sempre curto e outras curiosidades. “A editora comprou os direitos de livro x, e daí eles olham lá na listinha quem acham que combina com isso daqui”, exemplifica.

Um dos maiores desafios é ser capaz de adaptar o texto do autor com o texto traduzido, pois tanto livros contemporâneos quanto clássicos estão no portfólio do profissional. A linguagem escrita do século 18, por exemplo, era muito diferente, então é preciso ter uma certa delicadeza na hora da adaptação dos clássicos para que a tradução esteja atualizada com a época atual. A licença poética existe, mas deve ser feita com cautela para não mudar o sentido da língua nativa.

Segundo Galindo, é necessário adaptar o texto do tradutor com o texto do autor, além de conseguir trazer os clássicos para os tempos atuais. Um de seus trabalhos mais recentes foi Moby Dick (Antofágica), um clássico do século 19 escrito pelo norte-americano Herman Melville.

Em seu processo individual, o tradutor conta que nunca lê o livro antes, mas sim acompanha o desenrolar da história juntamente com o processo da tradução. Também é possível trazer vivências pessoais no processo. “O Caetano fala que uma coisa legal da tradução é que você sempre acaba usando uma coisa que nunca imaginou que ia usar na tua vida”, afirma.

Uma das dicas mais importantes é ir atrás das editoras, por ser um mercado muito fechado em que todo mundo se conhece e uma boa rede de contatos se faz necessária. Se arriscar, aprender um idioma, ir traduzindo e mandar seu material. “Não traduzo tudo o que amo, mas amo tudo o que traduzo”, finaliza Rogerio.

Confira a íntegra do programa apresentado por Barbara Carvalho e Arthur Salles, com participação de Rogerio Galindo, neste link.

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Autor: Natália Schultz Jucoski - Estagiária de Jornalismo
Edição: Arthur Salles - Assistente de Comunicação Acadêmica
Créditos do Fotógrafo: Getty Images e reprodução YouTube


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