Deixe de poupar e comece a investir

Autor: Fillipe Fernandes - Estagiário de Jornalismo

Caderneta de poupança: quem nunca teve uma? É a modalidade de investimento mais conhecida dos brasileiros. Você sabia que existem mais de 900 bilhões de reais alocados nesse tipo de conta? O problema é que com a baixa taxa de juros (atualmente em um patamar de 2% ao ano), deixar seu dinheiro na poupança é uma espécie de suicídio financeiro, e te fará perder dinheiro a cada mês.

O mundo dos investimentos está cada vez mais acessível ao pequeno investidor. Existem aplicações que trazem bom rendimento e tem baixo valor inicial para aplicação. Com a taxa Selic em baixa, a renda fixa, que antes propiciava ganhos substanciais, já não tem mais o mesmo retorno. É preciso desbravar novos horizontes, a tal renda variável.

Recentemente, no canal oficial da Uninter no Youtube, o professor Daniel Cavagnari, do curso de Gestão Financeira, convidou o assessor de investimentos e head de operações na YOUprime Investimentos, Renaldo Gomes, para uma conversa sobre as oportunidades de investimento em meio à crise (acesse a íntegra da conversa clicando aqui).

Daniel explica o contexto em que vivemos: “Tem muita coisa acontecendo. Criptomoedas não param de subir, o dólar também. Mas quando se fala em investimento, é importante estar atento também ao seu projeto de vida. A renda fixa mantém o dinheiro atualizado, mas o único jeito de investir de verdade é conhecendo o mercado, saber onde você está investindo. E isso é trabalho para profissional”, comenta.

Renaldo tem mais de 10 anos de experiência no mercado financeiro e revela que o brasileiro precisa ter noção de onde alocar seu recurso, pois o investimento desbancarizado, ou seja, sem um banco comercial como intermediário, é um processo incipiente no Brasil. “Apenas 2,38 milhões de pessoas físicas aplicam na bolsa de valores. Esse número é baixo quando comparado com economias mais maduras. O brasileiro é altamente consumista no presente, consome no presente sem pensar no futuro. É preciso consumir de maneira moderada, separar uma parte e jogar para a carteira de investimentos. Essa parte que você utilizará no futuro será importante para você”, explica.

O convidado determinou cinco pilares que qualquer pessoa que deseja conhecer o mercado financeiro deve acompanhar:

1 – Taxa Selic – Taxa de juros, que regulamenta várias aplicações financeiras.

2 – Inflação – O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) mostra quanto uma coisa aumenta de um mês ao outro. Estamos vivendo uma inflação baixa, pelo baixo poder de compra do consumidor.

3 – PIB – O Produto Interno Bruto é aquilo que o país produz, a soma de investimento público, privado, consumo das famílias e balança comercial. Serve para entender para onde está caminhando a economia.

4 – Dólar/Câmbio – As economias mundiais são cada vez mais interligadas, e a moeda estadunidense é o principal indexador (parâmetro) de câmbio no mundo.

5 – Índice IBOV – A Bolsa de Valores Brasileira (B3, antiga iBovespa) tem um índice que reúne as principais empresas da bolsa de valores e mostra o desempenho da principal instituição de renda variável do país.

Além desses pilares, antes de qualquer aplicação é preciso ter em mente três coisas:

Perfil – Qual sua disponibilidade ao risco? A resposta dessa pergunta vai lhe colocar em um perfil conservador, moderado ou arrojado.

Prazo – Por quanto tempo você deixará seu dinheiro trabalhando para você sem utilizá-lo? Curto, médio ou longo prazo?

Objetivo – O que você fará com o dinheiro que está investindo. Se pretende ter uma reserva de emergência, o prazo é curto. Se estiver pensando em aposentadoria, o prazo é longo.

Se a aplicação for feita na bolsa de valores, você deverá definir qual tipo de investidor você é:

Buy and hold – comprar uma ação pagadora de dividendos, até 8% em média, pensando no longo prazo.

Swing trade – comprar uma ação com objetivo de lucro em médio prazo, para isso precisa-se observar o movimento do mercado, lucrar com a movimentação e embolsar o dinheiro da operação.

Day trade – Compra e vende no mesmo dia. Operação de risco mais alto na bolsa.

O assessor de investimentos ainda explicou porque a renda fixa deixou de ser o melhor lugar para investir buscando rentabilidade. “Não acredito que hoje aplicar em renda fixa seja muito atrativo. Mas ter uma renda fixa é primordial, essencial. O investidor não aplica seu dinheiro todo de uma maneira única. Todo mundo tem um patrimônio financeiro com subdivisões. Dinheiro de curto prazo, que é a reserva de emergência. Médio prazo, dinheiro para projetos como mudança de cidade, trocar de automóvel, aquisição de imóvel, um mestrado no exterior. Operações em multimercado, ações, fundos imobiliários. E o longo prazo, complemento de vida, aposentadoria, educação dos filhos para médio e longo prazo. Previdência, ações, fundo de ações. Você tem que ter um horizonte alongado”, pontua Renaldo.

Uma opção para diversificar no médio e longo prazo são os fundos de investimento, que reúnem grandes quantias de dinheiro controladas por um gestor e pagam conforme o valor investido. Uma modalidade de fundo de investimento em alta hoje são os fundos imobiliários. “Existem várias características e estratégias. A prerrogativa dos fundos de investimento é entregar até 95% da rentabilidade do período para o cotista. Fundos de lajes corporativas, shoppings, hospitais, residências, galpões logísticos. São várias classes, não dá para colocar tudo no mesmo patamar. Conforme o ativo, a rentabilidade vai aumentar ou diminuir. Fundo Imobiliário é isento de IR, paga dividendos e a cota pode se valorizar com o tempo, conforme valorização do imóvel”, explica o convidado.

Segundo Renaldo, a educação financeira é essencial para o desenvolvimento econômico do país. E um objetivo que o faz trabalhar diariamente em sua empresa. “Quando as pessoas conhecerem mais o mercado financeiro, teremos menos pessoas desempregadas, nas ruas, na criminalidade. Teremos pessoas mais abastadas, que poderão investir, empreender e fazer nosso país melhor, mais rico. E não é rico só em dinheiro, mas em cultura e entendimento. Um pensamento menos no curto prazo e que vislumbra o longo prazo”, finaliza.

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Autor: Fillipe Fernandes - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


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