De repente, 80. Como você está lidando com o seu envelhecimento?

Autor: Valéria Alves - Assistente multimídia

O envelhecimento é um processo natural pelo qual todos nós estamos passando desde o dia em que nascemos. Em 1940, a expectativa de vida no Brasil era de que as pessoas viveriam até os 45 anos de idade, enquanto hoje se aproxima dos 76 anos. Nesse tempo, muitas coisas aconteceram e contribuíram com a essa realidade, como por exemplo, os avanços tecnológicos na área da saúde.

A população está vivendo mais, porém, em contrapartida, o número de nascimentos diminuiu. Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde, é possível que em 2050 a população mundial idosa chegue a 2 bilhões de pessoas, e que ela seja maior do que o número de crianças com menos de 15 anos. Por isso, é importante refletirmos sobre o assunto e cuidarmos da nossa saúde e de nós mesmos de forma geral, para que possamos envelhecer de forma saudável.

Essas informações foram compartilhadas na última live da Maratona Para Desenvolvimento Sustentável Uninter, na qual os professores Andrew Silva Alfaro (tutor do curso de Práticas Integrativas Complementares da Uninter) e Fabiana Prestes (do curso tecnólogo de Gerontologia da instituição) falaram sobre o tema e sobre a profissão de gerontólogo. A apresentação foi realizada pela professora Patrícia Rondon.

A gerontologia é o estudo do processo de envelhecimento através da dimensão biológica, psicológica e social (que são considerados como o tripé). Segundo Fabiana, essa é uma área nova enquanto profissão, porém os conceitos trazidos por essa ciência não são recentes. Na live, foram citadas algumas pessoas importantes para a área, como o filósofo Cícero, Ellie Metchnikoff e Marjory Warren. Desde a idade antiga, a velhice era refletida por filósofos e pela sociedade.

“O envelhecimento é multifatorial, ou seja, ele é formato por um conjunto de fatores que caracterizam esse processo. Esses fatores podem ser extrínsecos (como por exemplo, o estilo de vida, a alimentação, higiene, as condições de moradia, e muitos outros) ou também intrínsecos (como a genética). Cícero dizia que a disciplina e as atitudes diante da vida fazem toda a diferença para um bom envelhecimento”, diz Fabiana.

A profissão de gerontologia ainda não é regulamentada, mas já é vista como uma das profissões do futuro. Diferentemente da geriatria (que é voltada para o tratamento e estudo de doenças que acometem a população idosa), a função do profissional de gerontologia é a promoção da saúde e da qualidade de vida, propondo também intervenções para prevenir possíveis problemas e riscos, diminuir impactos e manter uma boa funcionalidade após perdas, e também cuidados paliativos, onde são tratados desde caso mais simples, até os mais complexos. Dentre as competências que foram apresentadas, estão:

  • Conhecer os processos de envelhecimento para detectar desvios patológicos (relacionados a doenças) e estar apto a propor as intervenções necessárias;
  • Avaliar problemas referentes ao envelhecimento, a qualidade de vida ou o bem-estar;
  • Conhecer as políticas de apoio aos idosos;
  • Saber intervir junto à população idosa na comunidade e órgãos competentes;
  • Saber acompanhar e/ou encaminhar os idosos em diferentes situações;

“É preciso saber acompanhar cada caso dentro de suas individualidade e especificidade, bem como acompanhar o idoso de acordo com as necessidades que forem encontradas, fazendo o encaminhamento deles. É preciso ter ética para saber agir e se portar em situações diferentes, respeitando sempre a dignidade das pessoas”, afirma Fabiana.

Além disso, os professores também apresentaram alguns conceitos que são aplicados na área: O biológico (que corresponde as alterações do organismo durante o processo de envelhecimento), o social (onde o idoso está inserido), o cultural (a cultura ligada a ele e as diferentes culturas presentes na sociedade), o espiritual (aquilo que é sagrado para o idoso), educacional (que abrange as informações, o conhecimento e o aumento da qualidade de vida), e o psicológico (relacionado ao cognitivo, afetivo e emocional).

Cursos de Gerontologia e atuação do profissional

A Uninter oferece o curso tecnólogo de Gerontologia – que possuí duração de dois anos e capacita aqueles que querem atuar na área de forma integral, podendo ele trabalhar em diversos lugares, como hospitais, clínicas, centros de saúde, orientação de saúde, casas de apoio/repouso, ONG’s, atendimento domiciliar, educação, lazer, gestão e pesquisa.

Porém, é importante lembrar que o gerontólogo não possui a mesma função que um cuidador de idosos, que fornece cuidados básicos como banho, controle de medicação, companhia, etc. O papel do profissional que trabalha com a gerontologia é saber identificar as necessidades e capacidades físicas e mentais do idoso, fazendo uma intervenção. Se for preciso encaminhar o mesmo para outro profissional, o gerontólogo também irá fazer isso.

“O gerontólogo precisa trabalhar junto com outros profissionais da área médica, e precisar existir cooperatividade. Além das competências técnicas e mentais, esse profissional também precisa ser um exemplo. Afinal, como ele vai propor convicções de saúde e de qualidade de vida se ele próprio não vivencia essa realidade?”, diz Fabiana.

Além dessas questões, outros tópicos foram citados na live. Entre eles, a criação da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia no Brasil, a abertura do primeiro curso de graduação na área, a Assembléia Mundial do Envelhecimento, entre outros. Para acessar a live completa e saber mais sobre o assunto, clique aqui.

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Autor: Valéria Alves - Assistente multimídia


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