Da utopia à realidade, para onde vão as cidades inteligentes?

Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo

O termo “cidade inteligente” pode mexer com a imaginação das pessoas. A evolução da tecnologia está nos levando para este caminho, mas é preciso que as pessoas também o queiram.  Mas, afinal, o que é necessário para que as cidades sejam de fato inteligentes?

Não, não falamos de carros voadores ou super robôs. As cidades inteligentes buscam melhorar a qualidade de vida de seus residentes através da tecnologia e design. Uma cidade conectada no transporte, na saúde, na educação, com acessibilidade, planejamento e meio ambiente, onde os cidadão consigam se conectar com a cidade, e a cidade com os cidadãos, por meio de softwares inteligentes.

São cidades em constante evolução, com planejamento e busca por melhorias, e sempre pensando em um desenvolvimento sustentável. Para Fernanda Santos Pergo, farmacêutica e aluna de Engenharia Civil, este é um movimento no qual ainda estamos engatinhando. “É um processo muito distante, mas já existe um começo. Isso não depende só das pessoas, depende do governo. Se as pessoas tiverem mais consciência, isso já é um bom começo”, afirma.

O especialista e professor de Engenharia Civil Felipe Semaan Trad acredita que, além de servir ao cidadão, uma cidade inteligente incentiva e dá a possibilidade de ele se locomover da forma que ele quiser. “Às vezes, a pessoa tem o direito mas não tem o meio para fazer acontecer”, ressalta.

“Uma cidade inteligente tende a investir muito em bairros, para que as pessoas não precisem se deslocar tanto a um centro. Evitando assim engarrafamentos, superlotações etc. A mobilidade urbana é muito importante, as pessoas precisam do suporte, de ciclovias, calçadas e acessibilidade. Isso tudo influencia na saúde e na qualidade de vida”, acrescenta Fernanda.

Pilares de uma cidade inteligente

A primeira coisa que precisamos entender de uma cidade é sua morfologia, que é o desenho da cidade. Através dele, conseguimos ver a sua acessibilidade e mobilidade, quais suas principais vias, seu centro, seu tamanho, sua edificação, sua área verde, e muito mais. O planejamento urbano é fundamental.

“O segredo é investir no planejamento urbano, fazer estimativas de crescimento populacional, para definir as áreas que mais precisam de investimentos e o que elas precisam. É importante estabelecer rotas inteligentes para o transporte público. A saúde também é um dos pilares importantes de uma cidade inteligente”, explica Fernanda.

Para Felipe Trad, a educação vai levar as pessoas a querer essa cidade inteligente. “Precisa começar nas crianças, que tenham vontade de viver em uma cidade inteligente. A pessoa deve estar inserida na cidade desde pequena, e sendo incentivada. O governo também precisa fazer uma boa administração pública e dar esse incentivo”, salienta.

“A economia é que deve reger tudo, ainda mais a parte pública da cidade. Precisamos que nossa economia e nossa administração pública sejam sérias e focadas em fazer essa transformação por etapas. É preciso um plano para conseguir construir a ideia da economia em uma cidade inteligente. Acredito que não temos nem uma noção de como é a economia em uma cidade inteligente”, completa Trad.

O professor Felipe Semaan Trad e a aluna Fernanda Santos Pergo debateram as cidades inteligentes no programa “Nas Ondas da Politécnica”, da Rádio Uninter. Guilherme Lemermeier foi o mediador do evento. Você pode acompanhar a gravação completa clicando aqui.

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Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Pixabay


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