Comunicação assertiva como ferramenta para o Agente de Saúde Comunitária

Autor: Leonardo Tulio Rodrigues – Estagiário de Jornalismo

“A visita domiciliar não é só uma entrevista. Nós estamos observando tudo. É preciso entender o contexto”, aponta Gisele Rodacoski, especialista em psicologia hospitalar e professora da Uninter. Ao ressaltar essas palavras, ela traz à tona algo ainda pouco abordado sobre a realidade de nossa sociedade, que ressalta a importância da atuação de Agentes de Saúde Comunitária (ACS).

As visitas e o acompanhamento psicológico feitos pelos ACS buscam atingir parcelas especificas da população. São famílias e indivíduos encontrados em sofrimento devido ao alcoolismo, à dependência química e ao desenvolvimento de transtornos mentais.

Ao entrar na casa das pessoas ou andar pelas ruas da cidade, o agente promove a assistência de saúde junto aos diversos recursos sociais locais, visando sempre à equidade da assistência em saúde.

Gisele explica que vícios ou transtornos orgânicos fazem com que pessoas desenvolvam transtornos mentais, o que pode ocasionar um desequilíbrio não só no círculo familiar, como também em diversas outras áreas de sua vida. “O sofrimento está presente em muitas famílias”, afirma.

De acordo com Relatório Mundial sobre Drogas de 2021, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), cerca de 5,5% da população mundial entre 15 e 64 anos já usou drogas pelo menos uma vez no ano passado.

O estudo também aponta que 36,3 milhões de pessoas, 13% do número total de dependentes químicos no mundo, sofrem de transtornos associados ao uso de drogas.

É através do vicio que muitos conhecem as várias faces dos transtornos emocionais. Gisele ressalta que em outros casos, podemos observar diferentes cenários como o desenvolvimento de transtornos de acumulação e transtornos de ordem sexual.

No caso de transtornos orgânicos (como a esquizofrenia, o autismo, entre outros), ela explica que transtornos dessa categoria podem sim ser agravadas por disfunções emocionais e dependência química.

“Essas pessoas são bastante impulsivas e têm dificuldades na regulação emocional. Muitas vezes ela não vê naquilo um problema. Os outros são quem mais se incomodam com a situação”, explica.

Na opinião de Gisele Rodacoski, a comunicação assertiva é a principal ferramenta para auxiliar essas pessoas da maneira correta. Como e onde são feitas as abordagens são aspectos que podem mudar completamente o resultado da iniciativa do agente comunitário de saúde

Ao ser questionada sobre o processo de internação de indivíduos contra sua própria vontade, ela explica que isso não resolve o verdadeiro problema.

“Precisamos entender o que o transtorno significa para a pessoa, que papel ele ocupa na vida dessa pessoa. Não tratar apenas o sintoma, mas encontrar a raiz do problema”, diz.

Vincular o indivíduo com o tratamento é a principal função desse profissional. Por isso, ofereça ajuda de maneira singela e respeitosa, dando possibilidades para que o indivíduo se sinta acolhido e respeitado.

Na visão da especialista, saúde mental tem a ver com autonomia e emancipação. Gisele Rodacoski foi a convidada da live exibida pelo canal de Youtube da Escola Superior de Saúde Única da Uninter, em 15 de setembro.

Com a presença de Louise Scussiato e Fabiana Prestes, também professoras da Uninter, a live foi oferecida especialmente aos alunos do curso de tecnologia em Agente Comunitário de Saúde e Endemias.

Assista à live na integra através do canal de Youtube da Escola Superior de Saúde Única da Uninter.

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Autor: Leonardo Tulio Rodrigues – Estagiário de Jornalismo
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Agência Brasil e reprodução


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