MESTRADO

Como o design pode incluir todo mundo

Um dos grupos de pesquisa do Mestrado em Educação e Novas Tecnologias da Uninter realizou no último dia 9 de maio o primeiro encontro “Pensar o que é design com ênfase em inclusão social”.  O evento aconteceu no Campus Divina, em Curitiba (PR), e abordou as diversas formas de design.

O grupo de estudos em Educação híbrida: metodologias e objetos de aprendizagem digitais em ambientes de mobilidade tecnológica é coordenado pela professora do programa de mestrado, Marilene Santana dos Santos Garcia. Segundo ela, o objetivo é estudar os ambientes de aprendizagem (digital e mobile) em conjunto com o design de inclusão.

Marilene explica que o conceito de design de inclusão pode ser amplo. À primeira vista podemos pensar exclusivamente em pessoas com deficiência visual ou auditiva, mas o caso ao qual o grupo de estudos se dedica é o das pessoas conhecidas como analfabetos funcionais.

A professora ressalta ainda que um ponto chave para as pesquisas do grupo é pensar em um design capaz de auxiliar na inclusão desses indivíduos nos aplicativos de celular. “Tem mais celulares no Brasil do que habitantes. Isso vale para todas as classes sociais. E essas pessoas, com alto nível de dificuldade para ler e escrever, também usam o aparelho, mesmo com certas limitações. Ele é um instrumento inclusivo, socialmente falando”, afirma.

O evento contou com a presença dos participantes do grupo de estudos, alunos de iniciação científica e demais estudantes. Os membros do grupo de pesquisa prepararam uma série de apresentações sobre o tema, em que cada aluno ficou responsável por explorar um aspecto.

A professora Marilene abriu o evento apresentando o conceito de design. Abordando os movimentos Arts & Crafts (1850), Art Nouveau (1885) e De Stijl (1917), fez uma revisão histórica e caracterizou o termo para os participantes.

A segunda apresentação da noite ficou por conta das alunas Helbe Helimara Herarth e Ana Claudia Maciel. Elas apresentaram dados referentes à pesquisa do Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF), que mensura o nível de alfabetização da população brasileira entre 15 e 64 anos de idade. A última pesquisa, divulgada em agosto de 2018, apontou que o índice de analfabetismo no Brasil é de 29%. Outro dado ressaltado pelas alunas foi referente ao ensino superior, categoria em que 4% dos estudantes são considerados analfabetos funcionais.

Quem deu sequência ao evento foi outro integrante do grupo de pesquisa, Darlan Rodrigues Martins. Ele esclareceu o conceito de design instrucional, um dos grandes recursos da tecnologia na educação. A última apresentação foi de Jaqueline Becker. A pesquisadora esclareceu a diferença entre ‘design’ e ‘designer’ e apresentou princípios importantes a serem considerados no desenvolvimento das interfaces entre usuários e produtos.

Todo o conteúdo abordado até então foi de suma importância para a dinâmica final do encontro. Proposta pela integrante Cristiane Pizzatto, utilizando a metodologia SPRINT (um processo de design “express” para responder a questões críticas de negócios através do design, prototipagem e teste de ideias), o desafio consistia em desenvolver um aplicativo mobile para trabalhar com analfabetos funcionais através da música.

Todos os participantes do evento se reuniram em um grande grupo e, liderados por Cristiane, que estimulou uma reflexão sobre diversas questões do design, propuseram soluções para superar as adversidades que surgiram ao longo da elaboração do projeto. A dinâmica foi muito interativa e conseguiu encerrar o encontro de maneira descontraída.

A professora Marilene se mostrou satisfeita com o resultado do encontro. “Pesquisa é isso, devemos estar continuamente procurando algo”.

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Autor: Barbara Possiede – Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König / Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Barbara Possiede – Estagiária de Jornalismo

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