Brasil, um exemplo de energias renováveis

Autor: Bárbara Possiede - Estagiária de Jornalismo  

A Organização das Nações Unidas (ONU) e seus parceiros trabalham para para colocar o mundo em um caminho mais sustentável e resiliente até 2030. Por meio de um documento adotado na assembleia geral da ONU em 2015, estipulou-se 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que abrangem 169 metas a serem cumpridas pelos governos, pela sociedade civil, pelo setor privado e todos cidadãos na jornada coletiva para um futuro mais sustentável.

O objetivo de número 7 aborda a energia acessível e limpa, buscando assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível de energia para todos. O Brasil é exemplo mundial no assunto. Segundo dados do Governo Federal, em 2019 o país tinha 80,3% de sua matriz elétrica originária de fontes renováveis, alcançando a marca de 83% em 2020, sendo 63,8% proveniente da hidrelétrica, 9,3% eólica, 8,9% biomassa e 1,4% solar.

Para entender melhor os recursos energéticos e as peculiaridades da matriz energética brasileira, os professores da Uninter Marcos Proença, Gabriel Vergara e Marcelo Paranhos discutiram o tema.

Biomassa

A biomassa é uma fonte renovável de energia que vem sendo utilizada para substituir os combustíveis fósseis em usinas termoelétricas. O processo consiste na queima do metano para a geração de eletricidade, como resultado gera também gás carbônico e água, elementos não poluentes. São utilizados como biomassa os resíduos sólidos naturais e também resultantes da atividade humana, ou seja, os subprodutos da pecuária, agricultura, floresta, entre outros.

“É uma energia que teve grande crescimento no Brasil. Nosso país é agroindustrial, temos agricultura e pecuária muito forte, que são as maiores fontes de biomassa para a geração de energia”, explica Proença.

Hidrelétrica

O Brasil é um dos países que mais utiliza as usinas hidrelétricas como forma de obtenção de energia. Com uma eficiência energética alta, as usinas produzem energia elétrica por meio do aproveitamento hidráulico dos rios. Uma usina de menor porte é classificada como Pequena Central Hidrelétrica (PCH) ou Central Geradora Hidráulica (CGH), e causa dano ambiental menor, pois pode ser construída em rios com menor vazão, diminuindo as áreas alagadas e preservando o habitat natural das espécies.

As matrizes energéticas de todos os países ao redor do globo têm sofrido diversas mudanças estruturais ao longo dos anos. O processo é conhecido como “transição energética”, e consiste na troca dos modelos altamente poluentes por fontes de energia renováveis e de menor impacto ambiental. Sobre isso, Paranhos afirma: “O Brasil soube aproveitar esse potencial energético tão bem que hoje é exportador de know how das hidrelétricas”.

Energia Solar

A energia solar, como o próprio nome já diz, refere-se à uma energia cuja fonte é o sol,  uma das mais promissoras para obtenção de energia. Diversas tecnologias podem ser usadas para a captação da luz solar, sendo que a mais comum é a empregada nos painéis fotovoltaicos.

Em um país como o Brasil, com bastante incidência solar, o sistema fotovoltaico se torna vantajoso e confiável, pois depende exclusivamente de uma fonte renovável e inesgotável. “A energia solar tem uma aplicação mais próxima do que a eólica ou de biomassa, é possível que o consumidor gere a sua própria energia. Uma excelente solução para a área urbana, sendo financeiramente acessível inclusive para pequenos empresários e residências em geral”, esclarece Vergara.

Como transformar energia limpa em sustentável?

O ODS 7 traça 5 metas para serem alcançadas até 2030: acesso universal à energia, para todos em todos os lugares do mundo; energia acessível; energia sustentável, inesgotável e que preserve o meio ambiente; energia confiável, que não acabe devido às adversidades; e energia limpa, que não polua ou agrida o meio ambiente.

O Brasil apresenta uma das matrizes elétricas mais limpas do mundo, porém, em termos de desenvolvimento sustentável ainda temos muito o que fazer. Paranhos apresenta dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para confirmar esse cenário, “os dados apontam 1 milhão de residências sem energia elétrica no Brasil. E o custo mostra que é uma das mais caras do mundo. Então não basta que a energia seja limpa, é necessário que seja sustentável. Só 43% da nossa energia é sustentável. Ou seja, implantamos energia limpa, mas ainda agredimos o meio ambiente”.

Para finalizar, os professores ainda destacaram a energia maremotriz. Também conhecida como energia das marés, nesta modalidade a energia pode ser obtida a partir das alterações no nível da água do mar. De acordo com eles, esta alternativa pode ser um prato cheio para a matriz brasileira, já que o país conta com um imenso litoral.

Este debate aconteceu durante a sétima live da Maratona Transformando o Mundo, organizada pelo setor de Pós Graduação Uninter. Mediado pela professora Oriana Gaio, o encontro foi transmitido ao vivo através do canal do Youtube do Grupo Uninter.

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Autor: Bárbara Possiede - Estagiária de Jornalismo  
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Skeeze/Pixabay


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