Brasil, o país da ansiedade

Autor: Gustavo Henrique Leal - Estagiário de Jornalismo

A ansiedade atinge cerca de 10% da população brasileira, equivalente a 18 milhões de brasileiros. Os dados, divulgados em 2019 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmam que o Brasil é o país mais ansioso do mundo. Dessa forma, os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) se encaixam com várias metas para promover uma vida saudável e sustentável, incluindo a saúde mental.

Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios da Uninter fez uma transmissão em 12 de julho de 2022 para apresentar o ODS 3, que trata de boa saúde e bem-estar. Focando no tema ansiedade no trabalho, a live foi apresentada pela professora Karen Sturzenegger, que conversou com o professor psicopedagogo e psicólogo Diego Fernandes. O professor explicou o que é ansiedade, tirou algumas dúvidas, ensinou uma técnica para se tranquilizar após crises de nervosismo e indicou livros para os alunos.

Quando sentimos ansiedade, temos que nos perguntar por que estamos com aquela sensação e assim dialogar com a ansiedade, perceber se temos algo diferente em nós. “A máxima da psicologia é essa: quando a boca cala, o corpo fala. A ansiedade pode se manifestar de diversos jeitos e tenho vários pacientes que têm uma gastrite, vermelhidão no corpo ou alguma situação nesse sentido”, explica o especialista.

A falta de diálogo com as emoções acaba acontecendo com frequência. Segundo ele, a sociedade acaba somente valorizando a vitória e alegria e engole ou exclui as emoções negativas e ruins, mas que também devem ser sentidas. É o chamado “Homo digitalis”, um homem que se esconde pelos filtros e perfis falsos. Outro ponto destacado pelo psicólogo é aceitar que não estamos bem o tempo todo e diminuir as medicações.

“A gente precisa aprender a ser um pouco mais cauteloso pra se medicar. Nós vivemos em uma sociedade que primeiro quer diagnosticar muito rápido as pessoas, internar, dar remédio e resolver”, comenta Fernandes.

A ansiedade pode alertar sobre algo e mostrar uma fobia ou um transtorno que você tenha e ainda não saiba. Para se acalmar e entender melhor os sintomas da ansiedade, o professor recomendou três livros: “A voz da sua cabeça” de Ethan Kross; “Antitarja preta” de Pablo Vinicius; e “Sobre o sentido da vida”, de Viktor Frankl. Ele também passou a técnica do acróstico “acalme-se”, baseada nas letras da palavra, fazendo com que a pessoa se tranquilize após uma crise. Ela funciona assim:

A – Aceite sua ansiedade;

C – Contemple três objetos ao seu redor, como mesa, quadro e cadeira;

A – Agir – a ansiedade te trava, então dialogue com a ansiedade agindo, se mexendo;

L – Libere o ar – respire fundo;

M – Mantenha os passos anteriores – repita tudo;

E – Examine seus pensamentos;

S – Sorria – viva a vida mais leve, mesmo com ansiedade você conseguiu realizar o exercício;

E – Espere – dê tempo, as coisas irão melhorar;

 

No final da palestra, o psicólogo ainda comentou sobre a necessidade de ajuda e tratamento da ansiedade. “Não há como achar que ansiedade é frescura, falta de Deus, algo que não é sério […] Procure ajuda. Mais do que qualquer técnica, fale. Se você não falar, o seu corpo vai falar de algum jeito e você vai sofrer e pessoas a sua volta também não vão conseguir te ajudar. Peça ajuda, procure o Centro de Valorização da Vida no [número] 188, busque um psicólogo, busque um psiquiatra”, finalizou o professor.

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Autor: Gustavo Henrique Leal - Estagiário de Jornalismo
Edição: Arthur Salles - Assistente de Comunicação Acadêmica
Créditos do Fotógrafo: Energepic/Pexels e reprodução YouTube


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