ESPORTES

Atletas vão passar 2 meses correndo em ultramaratona de 5 mil km

Autor: Vitor Diniz - Estagiário de Jornalismo

A corrida é uma prática esportiva das mais acessíveis, e por isso atrai milhares de praticantes no mundo todo. Mas correr 5 mil km em apenas dois meses não é para qualquer um. O gestor do polo da Uninter em Itaboraí (RJ), Cleberton Souza, 41 anos, é ultramaratonista e corre o mundo em busca de desafios cada vez maiores.

Ele foi o primeiro campeão brasileiro da prova de 1 mil km da América do Sul, em 2018, e agora está no 15° Festival Internacional de Ultramaratona em Atenas, na Grécia: são 5 mil km numa prova mundial que teve início no dia 16.01.2020 e só vai acabar em 16.03.2020, da qual Cleberton é o único competidor sul-americano. Em termos comparativos, do Oiapoque (AP) ao Chuí (RS), por estrada, são cerca de 5,6 mil km.

Confira a entrevista que ele concedeu ao Uninter Notícias em um dos intervalos da ultramaratona na Grécia:

Uninter Notícias: Como são os seus treinos diários, como você se prepara para as maratonas?

Cleberton Souza: Tenho um treinador, uma pessoa que me ajuda nesse processo, e semanalmente eu sigo uma planilha de treino. O volume de treinos começa baixo, em torno de 60 km por semana, depois subo para 160 km por semana, e no final da lista de treinos volto a correr 60 km. Eu utilizo a esteira para treinar, pois é uma maneira que encontrei de treinar sem precisar sair de casa, ou seja, fazer o treino sem ficar longe da família, posso brincar com as crianças e alcançar minhas metas de treino ao mesmo tempo.

UN: Como é a sua alimentação, você tem uma dieta especial?

Cleberton Souza: Sou acompanhado por uma nutróloga, ela é a pessoa que cuida da minha alimentação. Realizei vários exames para verificar os níveis de vitaminas no sangue, e depois disso foi traçado um plano alimentar que me ajuda a ter um bom desempenho nas corridas.

UN: Como foi a sua decisão de se dedicar ao atletismo? Tem algum atleta que lhe inspirou a trilhar esse caminho?

Cleberton Souza: Na infância eu era fã do homem mais rápido do mundo, o canadense Ben Johnson. Na vida adulta, quando comecei a correr quem me inspirava era o Paul Tergat, o queniano que bateu recordes na corrida de São Silvestre. Quando me aproximei dos 1.000 km comecei a admirar o Yiannis Kouros, da Grécia, que tem uma grande quantidade de recordes, inclusive a prova de 1.000 km que eu fiz em 9 dias, o Yiannis fez em 5 dias. Mas hoje, minha maior inspiração é a Gabriela Andersen, uma mulher que nas olimpíadas entrou no Coliseu quase caindo, chegou em 46° lugar, com os médicos ao lado dela, com dores em todas as partes do corpo. Para mim ela é a maior inspiração para essas corridas, mesmo que não tenha vencido a corrida, me inspira na questão de determinação e persistência.

UN: Como foi a experiência de participar dor da prova de 1.000 km disputada na América do Sul?

Cleberton Souza: A prova de 1.000 km foi muito legal. É a maior prova que temos na América do Sul e acontece no Brasil. Essa modalidade se iniciou em 2018 e acontece sempre em setembro. Eu não estava preparado para correr tudo isso, pois era necessário já ter disputado alguma corrida de 250 km, então tive que insistir muito para me deixarem participar. Com ajuda do meu treinador, consegui aprovação. Era uma prova que começava todo dia às 6 horas da manhã e parava à meia noite. Nós tínhamos que correr 100 km nessas 18 horas, qualquer um que não conseguisse correr os 100 km estava automaticamente desclassificado. Nessa corrida eu tive muita garra, era somente eu e meu treinador, não tinha uma equipe multidisciplinar como eu tenho hoje, me auxiliando. Fui o primeiro sul-americano a completar os 1.000 km e inclusive escrevemos um livro sobre essa vitória. As pessoas gostam tanto do livro que eu fico até contabilizando quem lê mais rápido, e na venda do livro damos a garantia: quem não gostar do livro a gente devolve o dinheiro.

UN: Como está sendo a corrida de 5.000 km na Grécia?

Cleberton Souza: Essa aqui é a maior corrida do planeta, pois aqui estão os melhores do mundo. A gente está com uma boa oportunidade de vencer, estamos em terceiro lugar no momento. É uma prova que não tem parada, são 60 dias de relógio rodando direto, os participantes podem correr o tempo inteiro, e quem percorrer 5.000 km primeiro vence. Tem que ter muita estratégia mesmo, pois é como um jogo de xadrez. Por exemplo: eu estou em terceiro lugar, mas o italiano que estava em terceiro lugar e agora está em quarto, tem um potencial muito grande de não dormir, então, quando é meia noite e eu vou dormir, o italiano continua na pista rodando muitos quilômetros. Tenho que tomar muito cuidado para não me lesionar, estou chegando na metade da prova. Meu treinador está aqui comigo, pois preciso ter um apoio de alguém que tenha um grande conhecimento de corrida.

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Autor: Vitor Diniz - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Arquivo pessoal Cleberton Souza


2 thoughts on “Atletas vão passar 2 meses correndo em ultramaratona de 5 mil km

  1. Bom dia pessoal o Cleberton Souza de Itaboraí, está na Grécia correndo uma prova de 5000 km, já completou 4000 km
    E até o momento é o 3º Colocado, um feito inédito para o Brasil.

    UM ALGO TAO INEDITO TERIA DE SER TELEVISIONADO, POIS NÃO É PARA QUALQUER UM . SOMENTE OS BRABOS

    Segue o link para postarem lá até a coisa acontecer. Só temos mais um domingo antes de eu completar os 5000Km.

    (Juntos faremos um ULTRA bem para a saúde das pessoas no Brasil)

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