Atendimento personalizado auxilia formação de alunos de polos internacionais

Autor: Nayara Rosolen - Jornalista

Embora emocionante, a experiência de viver em um país estrangeiro é desafiadora. Com a missão de levar a educação para todos, a Uninter visa também capacitar e profissionalizar brasileiros fora do território nacional. Até o momento, a instituição conta com polos de apoio presencial (PAPs) na América do Norte, Europa e Ásia.

Para oportunizar um vínculo de “forma calorosa e acolhedora”, mesmo para aqueles que já moram há anos fora do Brasil, a Central de Mediação Acadêmica (CMA) possui um setor dedicado especificamente para os estudantes de polos internacionais. “O processo educativo vai muito além do ensino dos conteúdos”, explica a gestora da CMA, Helenice Jamur.

A profissional destaca que a adaptação a um novo sistema educacional pode também ser um desafio, por isso oferecem um suporte individualizado e personalizado para cada estudante que está em terras estrangeiras. Os alunos podem contar com apoio de forma proativa, desde orientações acadêmicas até auxílios operacionais.

“Estamos aqui para tornar a caminhada acadêmica o mais suave possível. O objetivo é que cada estudante se sinta parte da família Uninter e que leve consigo não apenas um diploma valioso, mas também uma lembrança da boa experiência. Construímos verdadeiras pontes que ultrapassam as fronteiras oferecendo esse apoio constante”, garante Helenice.

A área foi criada e estruturada junto com a coordenadora da equipe internacional da CMA, Renata Gabriele dos Santos, que conta que, além de uma grande oportunidade, também teve o principal objetivo de adaptar os processos, formar um time, atender as necessidades do projeto e utilizar todos os recursos disponibilizados. “Estávamos comprometidas em estruturar um atendimento acolhedor e organizado que acompanhasse nosso estudante em todos os momentos”, salienta.

“Desde a aula inaugural, nosso objetivo é criar um ambiente de confiança e respeito, onde cada aluno se sinta valorizado e motivado a alcançar seu potencial máximo. Para isso, estabelecemos uma abordagem que não apenas resolve as demandas acadêmicas, mas também atende às necessidades de adaptação dos estudantes internacionais, proporcionando a eles o suporte necessário para uma experiência de aprendizado verdadeiramente enriquecedora. A jornada da equipe CMA Internacional é emocionante, e fazer parte dela é a certeza de contribuir na transformação de vida dos nossos alunos diariamente”, declara a coordenadora.

A assistente de operações acadêmicas Renata Nemitz foi a escolhida para dar início à área específica. Quando ingressou na CMA, em 2018, ainda estudava Letras Português-Latim na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e trabalhava presencialmente na antiga sede 13 de maio da Uninter. Desde então, passou por uma transformação pessoal e profissional.

“Fico bem feliz por terem optado por mim. Confiar em alguém que fosse criar os processos junto com eles foi uma escolha de bastante responsabilidade. Teria que servir de modelo para crescer. Ser escolhida para fazer parte da equipe internacional é um voto de confiança muito grande, porque temos muita liberdade para fazer com os alunos um contato muito próximo”, ressalta a assistente.

Renata acredita que o setor é “um diferencial enorme”, visto que já frequentou outra faculdade, conversa com pessoas de outras instituições e nunca ouviu que elas tenham um lugar onde podem entrar em contato para ajudar a solucionar algum problema, de forma que humaniza o centro universitário.

Um facilitador para uma formação de excelência

Até entrar para o quadro de colaboradores da CMA, o desejo de Renata era atuar com tradução, mas, ao se casar e sair da casa dos pais, o tempo ficou curto e as responsabilidades aumentaram. Para conciliar os estudos com a prática profissional, fez a transferência de matrícula para o curso de Letras Português da Uninter. Mais uma evidência de que o trabalho que faz coopera não só para os outros, mas também beneficiou ela mesma.

“A Uninter viabiliza tudo, então aqui para mim foi uma luz, de me preocupar só com o aprender e não ter que estar lá, convencer o professor de que eu precisava sair cinco minutos antes porque tinha que estar em outro lugar trabalhando, por exemplo. É um facilitador para a gente focar realmente no mais importante, que é ter uma boa formação”, salienta.

Cerca de um ano depois, a colaboradora não só foi escolhida para dar início ao atendimento a polos internacionais, mas também decidiu mudar a área de estudos para Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos e, com a formação no ano passado, já realiza duas pós-graduações, em Gestão de Recursos Humanos e Desenvolvimento de Equipes e Planejamento e Gestão Estratégica de Pessoas.

“O fato de estar dentro de uma equipe e ver em primeira mão essa dinâmica [levou à decisão]. Muita influência também da própria convivência com lideranças excelentes, como a professora Helenice, fizeram eu me interessar por essa área de gestão de pessoas e recursos humanos, que é com o que eu pretendo atuar um dia”, explica a jovem.

O expediente começa cedo, às 7 horas da manhã. Isso favorece para que tenha mais contato com estudantes dos polos do Japão, que estão no início da noite. Com outros colaboradores, que atendem até às 21h48, esses alunos ainda podem ser atendidos até o início da manhã de lá.

Para além do horário, Renata atenta a costumes diferenciados de comunicação que possuem fora do Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, os profissionais perceberam que não há o hábito de se utilizar o WhatsApp, aplicativo de mensagens instantâneas bem popular entre os brasileiros. Por isso, foi importante se adequar ao SMS e utilizar a caixa postal.

“Estamos aqui para o aluno quando e se precisar, mas não é algo que impomos. O importante é que ele tenha uma experiência legal com a gente e saia tendo essa lembrança de que apesar de não estar presencialmente, não passou por essa experiência sozinho”, ressalta.

Com mais de mil estudantes ativos em graduação e pós-graduação, sendo mais 120 formandos só nos Estados Unidos, a assistente de operações acadêmicas diz que muitos ainda estão com a família lá fora e mantêm contatos em português, mas outros foram sozinhos para tentar uma oportunidade profissional e estão longe há muitos anos.

“Conseguimos ajudar dentro do possível no calendário todas as necessidades de flexibilização e prazo. Eles têm uma rotina corrida, alguns alunos têm três, quatro empregos, e isso não é exceção, por isso não têm tempo para estudar todo dia”, explica.

Muitos utilizam do contato com a CMA para se sentirem mais próximos da língua e da cultura nativa, o que torna a relação ainda mais estreita e a trajetória de formação “recompensadora” para Renata.

“Passei por isso, sei o quanto é gostoso vencer, conseguir uma graduação, uma pós-graduação. Ajudar alguém a também chegar ali, é uma sensação muito boa. É diferente de fazer um trabalho só porque tem que fazer. É uma motivação extra, de fazer bem feitinho, porque vai impactar diretamente a vida de uma pessoa. Às vezes, a alternativa que eu vou propor nem passou pela cabeça do aluno, uma coisa que para mim é tão simples e que livra ele de um peso tão grande. Acho que ajudamos na saúde mental deles, é bem satisfatório”, destaca a profissional.

Soluções para questões possíveis dentro da instituição, mas que fazem a diferença na formação destes estudantes. Alguns compartilharam a experiência durante o programa Conversa com o reitor, transmitido pela Rádio Uninter no dia 18 de agosto de 2023, com a presença de Renata e da estudante de Design Gráfico Lourdes Lanconi, do polo de Newark (EUA).

“Todo esforço valeu a pena”

Lourdes, 64 anos, mora em Nova York há nove anos e sempre quis voltar a estudar. Para além da barreira da língua estrangeira, o alto custo das mensalidades tornou inviável ingressar em uma universidade norte-americana.

Depois de pesquisar diversas possibilidades, no final de 2021 encontrou a Uninter no polo de Newark, em Nova Jersey, e aoptou pelo curso de Design Gráfico, pois desejava fazer algo totalmente novo, mesmo com a dificuldade que encontrava com a tecnologia.

“A CMA foi minha porta de entrada na Uninter e, desde sempre, me sinto acolhida pelas pessoas que trabalham lá. Tem feito toda a diferença durante esse percurso, porque as dúvidas eram enormes e as respostas sempre vinham rápido. O atendimento de todos que trabalham na CMA é de suma importância para que o nome da Uninter continue sendo uma referência em educação a distância”, afirma.

A estudante conta que no primeiro trabalho sobre metodologia do design trocou a ordem dos templates e fez a nota zerar. No mesmo momento, entrou em contato com a equipe da CMA e foi acalmada com maior prazo de entrega para uma segunda chamada, na qual quase gabaritou, com 95 pontos.

Lourdes escreveu um livro infantil que está em vias de ser publicado e garante que o curso fez toda a diferença na maneira como está vendo as possibilidades. “Após o término do curso, pretendo fazer uma pós-graduação em Design Editorial, pois essa é a área que pretendo atuar”, revela Lourdes.

Os Estados Unidos também foram o destino de Luzia Bacelar, 44 anos, quando se mudou do Brasil há quase sete anos. Vinculada ao polo Newton, ela mora na cidade de Peabody/Boston, no estado de Massachusetts, e sempre sonhou com o dia que iria concluir a graduação. Algumas adversidades da vida fizeram com que ela terminasse o ensino médio mais tarde, mas nem por isso deixou de prestar vestibular.

Passou na primeira tentativa e conquistou uma bolsa Prouni para começar a estudar, mas outra vez, por questões pessoais, teve que trancar a matrícula. Fez então uma promessa para Deus: “quando pudesse voltar, seria para concluir com sucesso”.

Ao mudar para o país norte-americano, nem mesmo a adaptação a uma nova língua, cultura e trabalho foi capaz de colocar o sonho em segundo plano. Luzia soube da Uninter por meio de uma propaganda no Facebook e sentiu que era um sinal. Logo entrou em contato e começou a cursar Ciências Contábeis no centro universitário.

“Fácil não é! Se você realmente quer algo, precisa se dedicar, se esforçar, abdicar às vezes de festas, reuniões de amigos e ter muita resiliência. Como prometi a Deus, sempre exigi muito de mim, mas não conseguiria sozinha. Nesse caminho que trilhei, tive o apoio de pessoas muito importantes para mim, como o meu marido, Nudson, que esteve ao meu lado todos esses anos me apoiando, entendendo o meu cansaço após estudar e trabalhar. E minha irmã, Luciana, que mesmo longe estava sempre torcendo, me parabenizando e dando forças para continuar”, conta a egressa.

Além de agradecer a Deus, Luzia é grata a Uninter por proporcionar a realização do sonho, aos professores “que sempre deram suporte”, aos tutores que “atenderam aos pedidos de ajuda de forma gentil e amável” e aos colegas que vivem realidades semelhantes lá fora. “Nos apoiamos, rimos e choramos durante a caminhada. Não é fácil, mas é possível e nos dá um orgulho danado chegar ao final da graduação e ver que todo esforço valeu a pena”, afirma.

A egressa também destaca o suporte que recebeu por meio do atendimento da CMA. “Sempre quando tinha alguma questão, entrava em contato com a CMA e eles me atendiam cordialmente e me davam retorno para resolver meus problemas. […] Eu sempre recebia meus livros na minha casa. Uma vez chegaram todos molhados, fiquei triste em ver daquele jeito, pois dou muito valor e estudo muito. Entrei em contato com a CMA e mandei fotos. Na hora, me responderam e mandaram novamente”, conclui Luiza.

O polo de Newton, como o primeiro internacional, deve ser também o pioneiro em realizar uma cerimônia de colação de grau para os formandos ainda neste ano. O egresso Humberto Araújo, do polo em Houston, no Texas, decidiu comemorar em terras brasileiras e veio a Curitiba (PR) para participar da solenidade do dia 30 de setembro. Confira a participação do estudante no programa Conversa com o reitor.

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Autor: Nayara Rosolen - Jornalista
Edição: Arthur Salles - Assistente de Comunicação Acadêmica


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