Aprender é conectar: o papel do conectivismo na Educação a Distância
Autor: Virgínia Bastos Carneiro*
Em um mundo cada vez mais conectado e dinâmico, as teorias tradicionais de aprendizado mostram-se limitadas para atuar na era digital. Na Educação a Distância (EaD), o conectivismo — teoria proposta por George Siemens e Stephen Downes — surge como a base teórica que transforma o aluno em protagonista de uma rede viva de conhecimento.
O cerne do conectivismo está na ideia de que a aprendizagem não ocorre apenas dentro de um indivíduo, mas sim na sua capacidade de navegar, formar e manter conexões em redes de informação.
Na EAD, o volume de dados é vasto e as fontes conteudistas são dispersas em ferramentas colaborativas como podcasts, fóruns, bases de dados, ambiente virtual de aprendizagem (AVA) e inteligência artificial. Portanto, mais importante do que saber tudo, é saber onde e como buscar informações e transformá-las em conhecimento. Isso envolve desenvolver autonomia para buscar, selecionar e validar informações confiáveis.
Na abordagem conectivista, o aluno é um “nó ativo em uma rede”, pois não fica restrito ao material oferecido pela plataforma. Ele desenvolve um senso crítico ao saber filtrar “ruídos” digitais, integrar conhecimentos fazendo conexões de ideias em campos distintos e analisar mais possibilidades para resolução de problemas complexos, decidindo quais conexões são mais valiosas para atingir seus objetivos.
Além disso, o aprendizado na modalidade EaD não é solitário, muito pelo contrário: através de conexões variadas, o aluno tende a valorizar compartilhamentos. Essas condutas compartilhadas podem ser interpretadas no mercado de trabalho como colaboração efetiva e incremento de networking, que levam a percepções de insights para uma atuação dinâmica e proativa.
Associadas a competências comportamentais como liderança, criatividade, colaboração e facilidade comunicacional (soft skills), as competências de conhecimentos técnicos (hard skills) compõem uma formação educacional qualificada a ser desenvolvida e aprimorada ao longo da vida.
Portanto, o foco da abordagem conectivista está diretamente entrosado com o ensino a distância, na medida em que propõe o “saber onde procurar“ e, sobretudo, o “saber como conectar informações” nas redes digitais.
No conectivismo, aprender é tecer conexões. E é essa rede viva de saberes que transforma o estudante da EaD em protagonista do próprio aprendizado. O aluno se autodirige e constrói competências de curadoria tanto no ambiente acadêmico quanto no mercado de trabalho.
* Virgínia Bastos Carneiro é formada em Pedagogia e História, mestre em Metodologias Ativas no processo de ensino-aprendizagem: a autonomia discente. Professora do curso de Secretariado Executivo, analista e revisora textual e iconográfica no Centro Universitário Internacional UNINTER.
Autor: Virgínia Bastos Carneiro*Créditos do Fotógrafo: Rodrigo Leal e Karola G/Pexels


