Apenas 28 candidatos conseguem nota máxima na redação do Enem

Autor: Poliana Almeida - Estagiária de Jornalismo

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a principal porta de entrada de jovens brasileiros às universidades, públicas ou privadas. E mesmo em um ano de pandemia, a prova foi realizada, apesar das críticas de superlotação e falta de biossegurança.

Outro fato que chamou a atenção no Enem 2020 (que foi realizado em 2021) foi o baixo número de notas máximas na redação. Dos 2,7 milhões de candidatos, apenas 28 conseguiram tal feito. Alguns estudos atribuem essa situação à alta taxa de abstenção da prova impressa, em que mais da metade dos inscritos faltaram.

O diretor da UninterTech, professor Marlus Humberto Geronasso, traz outra perspectiva sobre o problema. Segundo o docente, essa situação é algo que a equipe do Instituto Educacional Eureka observa há anos, que é o descaso com a produção de textos.

Marlus relembra alguns dados dos exames passados, como o de 2015, quando 250 textos obtiveram nota máxima. Em 2016, foram 104. Em 2017, somente 55. Em 2018, apenas 53. No ano seguinte, 55 chegaram lá. E, como vimos, no último exame tivemos 28 redações nota mil. A queda no número é evidente.

Nesse contexto, Marlus acredita que “em uma das extremidades, é compreensível afirmar que os estudantes escrevem mal e carregam essa dificuldade para a sua trajetória, seja ela no ensino superior ou no exercício de uma função laborativa (emprego)”.

Por outro lado, devemos olhar também para aquelas redações com índice zero ou que não atingiram os 500 pontos, nota mínima para uma vaga no SISU. O professor destaca os dados dessa situação: no Enem 2020, 87.567 participantes zeraram a prova. Entre os principais motivos estão redação em branco (1,12%), fuga do tema (0,93%), cópia do texto motivador (0,46%), texto insuficiente (0,19%), não atendimento ao tipo textual (0,17%), parte desconectada (0,17%), entre outros.

É por isso que o professor considera imprescindível que atitudes concretas sejam tomadas para enfrentar o problema. Além disso, propõem ainda que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) tenha ações contínuas de formação para que esses resultados comecem a melhorar. “Sim, há um longo caminho a se percorrer, não existe a menor dúvida. Portanto, algo precisa ser feito”, complementa.

Projeto Eureka

Além de coordenador-geral do Pré-Enem,, curso preparatório da Uninter para a prova, Marlus também atua no Eureka. Trata-se de um projeto social que atua em parceria com a Uninter, com o objetivo de preparar estudantes para o acesso ao ensino superior.

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Autor: Poliana Almeida - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Pixabay


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