Aleitamento materno é responsabilidade de toda a sociedade

Autor: Renata Cristina - estagiária de jornalismo

Imagine um alimento rico em proteínas, lipídeos e carboidratos, que fornece a quantidade de água e nutrientes necessários. Um alimento que se adapte à quantidade de nutrição perfeita para o seu organismo. Além disso, que seja capaz de diminuir riscos de doenças (como a diabetes), auxiliar o desenvolvimento cognitivo, entre outros vários benefícios.

Parece impossível um único alimento conter todas essas características, mas ele existe. É o leite materno. Por esse motivo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que mães amamentem seus bebês exclusivamente com leite materno, no mínimo, até os seis meses de idade. A partir disso, deve ser introduzida a alimentação gradativamente até os dois anos de idade da criança.

Apesar da recomendação, inserir a amamentação na prática é mais difícil. Uma pesquisa realizada pelo Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI), a pedido do Ministério da Saúde, mostra que somente 45,8% dos bebês até os seis meses são alimentados exclusivamente pelo leite materno. Quando o cenário passa para bebês até dois anos, os números são ainda menores: somente 35,5% são amamentados.

Fato é que o país possui leis que garantem a licença maternidade de quatro meses e o direito de amamentar até os seis. Todavia, ao voltar ao mercado de trabalho, mesmo que esteja previsto que a mãe possua o direito de dois descansos especiais de meia hora cada um durante a jornada de trabalho, na prática é mais difícil de aplicar. “Essa mulher que deveria amamentar até os seis meses vai ter dificuldade de fazer isso justamente porque nossa política não está alinhada com as recomendações do Ministério’’, diz a enfermeira e professora Amanda Cristiny Andrade Cruz. “Como é difícil essa mulher, que hoje está inserida no mercado de trabalho, que tem múltiplos papeis, conseguir desenvolver essa amamentação.’’

São vários os fatores que fazem com que os números não sejam o ideal recomendado pela OMS, que visa à meta de 60% dos bebês até seis meses alimentados exclusivamente com leite até 2030. A falta de debate, informação, suporte para mães e políticas públicas estão entre eles. O assunto é de responsabilidade de toda a sociedade e de interesse da comunidade. “Quanto mais a sociedade falar sobre o assunto, trouxer dados concretos, científicos, informações verídicas pra essa mulher, maior vai ser o sucesso dessa amamentação e consequentemente melhor vai ser o desenvolvimento para esse bebê. A amamentação é uma construção coletiva’’, destaca.

Além disso, uma vez que a amamentação não é algo instintivo, a mãe necessita de acolhimento, suporte e tranquilidade para compreender o processo. “É um aprendizado. Para que esse aprendizado seja um processo leve e confortável, nós precisamos fornecer uma informação de qualidade e deixar que a mulher percorra o caminho dela’’, complementa Cruz.

Evento

A Escola de formação Técnica e Profissional da Uninter (Uninter TECH) realizou no dia 17 de agosto de 2022, com os alunos do curso Técnico em Enfermagem, palestras sobre o Agosto Dourado, mês que aborda a importância do aleitamento e doação de leite. O evento realizado no polo Divina, contou com abertura do diretor da escola Prof. Me. Marlus Geronasso e as professoras especialistas, Fernanda Paula da Silva Torres e Profª Esp. Amanda Cristiny Andrade Cruz.

Além das professoras, contou também com a participação da enfermeira especialista em Saúde da Família Lorena Montelo Faria para falar sobre o assunto com os estudantes. O evento teve como propósito mostrar a estudantes a importância do tema, visto que a área da saúde também tem seu papel no aleitamento. A professora Amanda fez um balanço positivo do espaço. “Foi maravilhoso poder participar de um evento que trouxe um conhecimento atualizado sobre amamentação’’, diz. ‘’Poder ter contato com profissionais que tenham esse conhecimento apurado e poder nos desenvolver fez com que a gente enxergasse a amamentação com outros olhos’’, finaliza.

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Autor: Renata Cristina - estagiária de jornalismo
Edição: Larissa Drabeski


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