A questão racial no Brasil e nos Estados Unidos

Autor: Igor Ceccatto - Estagiário de Jornalismo

Nas últimas semanas, o noticiário mundial foi tomado pelas discussões em torno da questão do racismo, depois que George Floyd foi morto por um policial, no dia 25.maio.2020, em Minneaopolis (EUA). A live que acontece todas as segundas-feiras, promovida pelos cursos de Relações Internacionais (RI) e Ciência Política da Uninter, discutiu o movimento BlackLivesMatter (Vidas Negras Importam) na transmissão do dia 1.jun.2020.

Como o tema tem gerado muitos debates, incluindo os problemas vividos no Brasil, a questão do racismo voltou à pauta na transmissão do dia 08.jun.2020, dessa vez com o título “A questão racial nos Estados Unidos (EUA) e no Brasil”. Os convidados foram os professores Adriano Souza Lima, da Escola de Educação, e André Frota, do curso de RI, que mediou as perguntas e comentários durante o bate-papo online.

Adriano iniciou com uma reflexão sobre a necessidade de se pautar a questão do racismo com mais frequência na mídia e sociedade em geral. “No Brasil, eu até brinco que acostumamos a falar sobre o racismo apenas em 13 de maio (dia da abolição da escravidão) e 20 de novembro (dia da consciência negra), duas datas do ano em que as pessoas lembram realmente do tema e é repercutido na mídia. Neste ano, por exemplo, foi preciso um acontecimento de grandes proporções, como foi a morte de George Floyd, que gerou revoltas pelo mundo todo, para que o tema fosse imposto na agenda da mídia”, comenta.

Em seguida, também citou como Brasil e Estados Unidos basearam o crescimento de suas economias em mão de obra escrava, e como isso fomentou a institucionalização do racismo. “Ele ficou enraizado na sociedade”, afirma.

Na sequência, foi discutido o comportamento da polícia norte-americana, que já esteve envolvida diversas vezes em casos de violência excessiva contra a população negra, em vários casos que resultaram em mortes. Adriano fez um paralelo histórico com as patrulhas de escravos que existiam no século 18 no sul dos Estados Unidos, responsáveis por vigiar e punir os negros.

Uma pergunta feita por um espectador motivou uma reflexão importante durante a discussão: ele questionou o significado de ‘racismo estrutural’ e como ele ocorre. “O racismo estrutural pode ser visto como a falta de negros nos níveis mais elevados da estrutura da nossa sociedade. Se pegarmos, por exemplo, a porcentagem de professores universitários, veremos que apenas 16% desses milhares são negros, e assim também se analisarmos o Supremo Brasileiro”, explica Adriano.

Para concluir a conversa, André questionou Adriano sobre a possibilidade de promovermos mudanças por meio de movimentos de protesto como o BlackLivesMatter.  Segundo ele, a expectativa é que esses movimentos modifiquem a mentalidade das pessoas, para que entendam e reconheçam que o racismo é um grande problema e deve ser enfrentado. Para assistir à live completa, clique aqui.

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Autor: Igor Ceccatto - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Dan Aasland/Wikimedia Commons e reprodução Facebook


2 thoughts on “A questão racial no Brasil e nos Estados Unidos

  1. Cumprimentos.

    sou estudante formado na uninter e estou no aguardo do diploma. Tenho interesse em publicar uma matéria como faço para submete-la a análise ?

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