ESPECIAL ENFOC

A pesquisa nos dá uma visão mais crítica do mundo

Avanços tecnológicos que mudam nossas vidas se tornaram algo frequente na atualidade. Hoje, o mundo digital está em quase tudo o que fazemos, se insere no nosso cotidiano e também divide opiniões entre aqueles que o veem como algo positivo, e outros, negativo.

Apesar dos problemas que podem surgir do vício em tecnologia, ela desempenha um papel muito importante no desenvolvimento da ciência. Para os pesquisadores, é uma ferramenta essencial para a busca e troca de informações.

Para falar mais sobre o assunto, o professor João Batista Bottentuit Junior veio diretamente do Maranhão para o auditório do Garcez, da Uninter, onde proferiu a palestra de encerramento do último ENFOC 2018. Com um extenso currículo de pesquisa nas áreas de tecnologia e educação, ele falou sobre como as tecnologias de comunicação podem contribuir para a pesquisa científica.

Segundo ele, por exemplo, o processo de conclusão de um mestrado ou doutorado antigamente era muito mais lento por causa da dificuldade de acesso à informação: conseguir os dados necessários para a realização da pesquisa não era tarefa fácil. Quando ainda não havia computador ou internet e você desejava iniciar uma pesquisa, era necessário ir até uma biblioteca, estudar livros, levantar documentos, deslocar-se até outras instituições etc.

Depois era preciso ainda “datilografar” todo o conteúdo. “Se chegasse na última linha e errasse, era preciso jogar a página fora e começar de novo. Precisava de muito mais tempo, e para fazer uma página demorava o dia todo. Quando precisava de um livro e não tinha na biblioteca, era preciso fazer uma troca/parceria com outra instituição, e isso demorava muito tempo”, explica o professor.

Hoje vivemos em uma era de abundância de informação, em que todos usamos o computador, podemos entrar no Google ou em uma base de dados específica, baixar artigos e livros atualizados e selecionar o conteúdo desejado.

O avanço da internet nos trouxe toda essa agilidade, mas também exige alguns cuidados. Passar o trabalho em um detector de plágios antes de enviá-lo para a publicação é importante para que os pesquisadores tenham segurança sobre o que se está publicando. Casos comprovados de plágio podem levar à cassação do diploma.

“Tudo o que nós temos que fazer agora é separar o joio do trigo, separar o que é bom do que é ruim, fontes confiáveis e não confiáveis, cuidar dos plágios etc. As bases de dados hoje em dia permitem acesso a uma gama muito grande de materiais”, afirma Batista.

Importância da pesquisa

Ainda na palestra, o professor destacou os três tripés de uma universidade: ensino, pesquisa e extensão. Às vezes, as universidades acabam deixando a pesquisa de lado, porém, segundo ele, ela é uma excelente oportunidade para que os alunos possam colocar em prática o que aprendem na teoria.

“A pesquisa é uma oportunidade de ampliar os estudos em diferentes áreas, investigar temas contemporâneos, e de comunicar seus achados no percurso universitário, ou seja, aquilo que se está investigando ao longo do processo”, esclarece Batista.

A pesquisa auxilia o aluno a ter uma visão mais crítica do mundo, e através dela as instituições também ganham oportunidades, pois podem receber recursos que serão revertidos em equipamentos, livros e outros materiais que ficarão na instituição para uso de alunos e professores.

“Pesquisas geram produtos, que geram patentes e se convertem em dinheiro tanto para quem criou, quanto para a instituição que apoiou aquele projeto”, explica o professor. Por esse motivo, segundo ele, é cada vez mais importante que os alunos pesquisem, publiquem, criem e inventem.

Dicas para uma boa dissertação

Para produzir uma boa dissertação, é preciso manter o foco nos conceitos principais. “Eu quero saber do meio para frente, não do meio para trás, então se você é muito agarrado à história, faça um mapa conceitual dessa parte histórica e avance para os conceitos principais. O que eu estou mais interessado é nos seus resultados”, explica Batista.

De acordo com ele, as dissertações e as teses estão cada vez mais objetivas. Na palestra, João citou ferramentas que auxiliam na criação desses mapas e também na criação de nuvens de palavras, de forma que as palavras que se repetem mais fiquem em evidência. “Essa também é uma estratégia para apresentar dados da pesquisa utilizando o caminho mais visual, transformando palavras em figuras”, conclui o palestrante.

 

Incorporar HTML não disponível.
Autor: Valéria Alves – Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König / Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Jaqueline Deina - Estagiária de Jornalismo

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *