A guerra e as influências da radioatividade na vida humana

Autor: Graziele Aparecida Correa Ribeiro (*)

Em 2022, a notícia de uma possível invasão à Ucrânia por parte da Rússia chocou o mundo. O que no início era apenas uma especulação, se tornou um fato real na noite de 23 de fevereiro, quando Vladimir Putin, presidente da Rússia, anunciou uma “operação militar especial” no referido país. Em fevereiro de 2023, se completou um ano do ataque da Rússia aos ucranianos, e a Rússia ameaça constantemente fazer o uso de armas nucleares caso exista alguma influência bélica direta de países que fazem parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTANem defesa da Ucrânia. Então eis o questionamento: qual seria a influência do uso dessas armas no mundo? 

Quando uma bomba nuclear explode, não se leva em consideração apenas a explosão. Existem outros fatores que influenciam a sua letalidade, como o efeito térmico, a onda de choque, o efeito da radiação e o efeito fisiológico. Pensando no efeito térmico, quando ocorre uma explosão, é comum que haja um aumento na temperatura do ambiente, naquele local, e, consequentemente, na natureza. Com a explosão de uma bomba nuclear, os efeitos são muito mais severos! Numa explosão clássica ocorre a liberação da energia que aumenta a temperatura ambiental em cerca de 5000° C em um milésimo de segundo, sob a forma de raios-x, absorvidos rapidamente pela atmosfera. Além disso, temos os efeitos diretos da radiação no corpo humano.  

As consequências do uso de armas nucleares também podem ter impacto direto na temperatura do nosso planeta, uma que vez que a explosão pode liberar aproximadamente um bilhão de toneladas de poeira e de fumos tóxicos em nossa estratosfera, onde ali permaneceram por muito tempo, influenciando o abaixamento da temperatura atmosférica. 

Pesquisas do historiador Alexander Zhebit apontam que, se apenas 10 mil megatoneladas da capacidade explosiva existente no planeta forem utilizadas (quase metade das armas nucleares disponíveis), as consequências seriam catastróficas. Em curto prazo, uma guerra nuclear generalizada causaria 1,1 bilhão de mortes e mais 1,1 1 bilhão de feridos. Além dessa consequência imediata, a infraestrutura, o fornecimento de água, energia e gás seriam afetados e colocariam as defesas sanitárias e defesa civil em uma condição extremamente vulnerável, sem mecanismos de defesa. 

O ataque direto acabaria com cidades ucranianas em segundos e atingiria de forma indireta muitas outras regiões a curto e a longo prazo. No mundo, veríamos uma inflação descontrolada, já que as exportações e importações seriam afetadas. Como descreve a Organização das Nações Unidas (ONU), boa parte dos grãos que entram nos Estados Unidos e na América Latina advêm da produção da Rússia e da Ucrânia, que juntos somam mais de 19% da oferta mundial de cevada, 14% do trigo e 4% do milho, representando mais de um terço das exportações globais de cereais. Dessa forma, as influências de uma guerra nuclear, ou Terceira Guerra Mundial, afetaria o mundo em escalas globais, e todos nós seríamos afetados de forma direta ou indireta. 

* Graziele Aparecida Correa Ribeiro, é Professora dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Física, do setor de Exatas do Centro Universitário Internacional Uninter. Licenciada em Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa e Mestra em Ensino de Ciência e Tecnologia pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. 

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Autor: Graziele Aparecida Correa Ribeiro (*)
Créditos do Fotógrafo: Alexander Antropov/Pixabay


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