A difícil tarefa de definir o Rock

Autor: Rodrigo Otávio dos Santos*

Dia 13 de julho se comemora o Dia Mundial do Rock aqui no Brasil. Sim, porque apesar de ser denominado mundial, tal data é comemorada apenas em terras tupiniquins. O restante do mundo não está nem aí para essa data. Que pena para o resto do mundo, não é mesmo? E o que é o Rock, afinal? A definição mais comum é de que se trata de um estilo musical marcado por uma música simples, tocada com apenas três ou quatro acordes. Ou seja, um gênero que exige poucos instrumentos, em geral guitarra, bateria, baixo e uma voz.

Porém, essa definição não consegue abranger, por exemplo, as músicas da banda canadense Rush ou dos ingleses da banda Yes. Ambos os grupos (e tantos outros como Emerson Lake & PalmerPremiatta Forneria Marconi ou Violeta de Outono) estão longe, muito longe de usar apenas dois ou três acordes. E, ao mesmo tempo, coexistem na cabeça, nos ouvidos e na admiração dos fãs bandas como RamonesAC/DC ou Motörhead, que tocam, basicamente, músicas com apenas três acordes.

Também não podemos falar que o rock é algo ligado à juventude. Até já foi, mas Chuck Berry (foto) morreu aos 90 anos, em 2017, e Little Richard morreu no ano passado, aos 87 anos. Mick Jagger está com 77 anos e Paul McCartney completou 79 anos em 18 de junho deste ano. As pessoas que começaram a escutar os Beatles e os Rolling Stones na sua infância ou adolescência têm netos.

Poderíamos falar que é um estilo predominantemente anglófono, mas isso já deixou de ser verdadeiro há muitos anos. Aqui no Brasil, veja só, temos o Rock presente desde 1955, com Nora Ney, e pudemos acompanhar artistas como Roberto Carlos, Wanderléa e Erasmo Carlos desde o início dos anos 1960. Os Mutantes também ganharam o Brasil no final desta década, abrindo espaço para nomes ainda hoje vendedores de milhares de discos como Secos & Molhados, na década de 1970, ou Legião Urbana, na década de 1980. Além do Brasil, Argentina, Estônia, Camarões ou Coréia possuem igualmente seus representantes do estilo. O Rock parece ser uma língua universal, um tipo de música que transcende barreiras linguísticas, geográficas e culturais.

Mas será que é mesmo um estilo de música? Será possível considerar que artistas como Sepultura, Celly Campello e Raul Seixas fazem o mesmo tipo de música? Colocando no papel parece que sim, afinal são músicas com baixo, bateria, guitarra e voz. Os olhos podem até aceitar isso, já os ouvidos dificilmente aceitarão. Além disso, se formos da sonoridade mais singela de Paula Toller ao som mais agressivo de Krisiun dificilmente aparecerão familiaridades. Além da idade e das barreiras linguísticas, o Rock também rompeu a barreira musical.

A última questão parece ser a da conduta, pois o Rock, em sua gênese, era um tipo de música ligado a comportamentos subversivos, radicais e, principalmente, rebeldes. Mas nem isso se sustenta neste mundo líquido do século XXI. Atualmente podemos encontrar artistas radicais, rebeldes ou desafiadores na linha de Jello Biafra ou Iggy Pop, até aqueles comedidos como Coldplay ou Ed Sheeran que se encaixam no rótulo de bons moços e jamais pensariam em agredir a sociedade. Do bonzinho ao mais “malvadão”, há Rock para todos os estilos.

Sendo assim, o que é o Rock? Talvez seja tudo isso e mais um pouco, talvez não seja nada disso. Talvez tenha a ver com a música, talvez tenha a ver com o comportamento, ou simplesmente seja uma forma de ver o mundo. Para mim, o Rock é um velhinho que, tal qual a Esfinge em Gizé, é indecifrável.

* Rodrigo Otávio dos Santos é doutor em História e professor do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação e Novas Tecnologias (mestrado e doutorado) da Uninter.

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Autor: Rodrigo Otávio dos Santos*


1 thought on “A difícil tarefa de definir o Rock

  1. ADOREI, Doutor Otávio a sua abordagem sobre o rock!!
    Pois, amo esse gênero e realmente eu acho que é um estilo de vida. SEGUE ABAIXO MEU ARTIGO INTITULADO, ” O ROCK EM SALA DE AULA COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO “. ESTOU APRENDENDO A PRODUZIR ARTIGOS, GOSTARIA ENCARECIDAMENTE DE CRITICAS E SUGESTÕES:

    Renata Elen Santos Macedo

    Pós- Graduanda em Geografia Humana e Econômica pela

    (UNINTER) Centro Universitário Internacional, Sede em Curitiba.

    Endereço: do Polo- Rua Tomas Guimarães, 45-Senhor do Bonfim-BA

    E-mail: [email protected]

    RESUMO: A presente pesquisa tem o rock, como um instrumento didático-pedagógico e reconhecendo o mesmo como uma explosão cultural. Neste sentido, pretende-se salvaguardar a história do gênero musical . O estudo tem como objetivo compreender o percurso do rock no cenário mundial com os aspectos históricos, sociais e culturais mais marcantes, identificar sua influência na educação que pode possibilitar diversos sentimentos ao sujeito, desconstruir uma educação tradicional. A metodologia foi de cunho bibliográfico com abordagem qualitativa, em seguida criando discussões sobre o tema proposto possibilitando trabalhar em sala de aula letras de rock-poesia e abordar o rock como cultura e sua importância em sociedade. Exercitando a docência em um contexto dinâmico através de diálogos, ajudando na construção do sujeito.

    Palavras-Chaves: Educação, Rock n’ Roll, Cultura, música.

    ABSTRACT: The preset research has rock, as a didactic-pedagogical instrument and recognizing it as a cultural explosion . In this sense, it is intended to safeguard the history of the musical genre. The study aims to understand the path of rock on the world stage with the most striking historical, social, and cultural aspects, identify its influence on education that can enable different feelings to the subject, deconstruct a traditional education. The methodology was of a bibliographic nature with a qualitative approach, then creating discussions on the proposed theme, making it possible to work on rock-poety lyric in the classroom and to approach rock as culture and its importance in society. Exercising teaching in a dynamic context through dialogues, helping in the construction of the subject.

    Keywords: Education, Rock n’Roll, culture, music.

    1. INTRODUÇÃO

    O projeto ressalta a importância e as tendências que essa música trouxe para a sociedade, evidentemente se tornando um estilo de vida, pois ecoou como um grito de liberdade, mostrando que somos seres inteligentes e podemos usar a música como um mecanismo para expressar diversos sentimentos desde o da indignação como da guerra do Vietnã em 1970, com a música Machine Gun, gravada por Hendrix ou também expressar sentimentos dos mais nobres na balada romântica, The Scorpions When You Came Into My Life. Portanto, essas músicas são grandes hits marcados na história de uma sociedade contribuindo também para como um instrumento didático por meio da educação em sala de

    aula, dessa forma, trabalhando o rock, em suas definições, impacto que o gênero trouxe para a sociedade e ressaltar diversas letras significativas que expressam a busca de identidades, a quebra de padrões, injustiças sociais entre outras ideias.

    De acordo com Crouch (2012), o rock começou a ter uma postura mais presente e rebelde no cenário da combinação do movimento antiguerra com uma juventude com sede de transformação, naquela época o mundo estava muito conturbado, violências, guerras, desigualdades sociais, desrespeito, enfim. Portanto, os jovens estavam sem uma estrutura, sem rumo no meio de tanta morbidez, eles saíram do campo da manipulação para o campo da contestação, adquirindo um novo formato de sociedade se moldando em jovens politizados e críticos. E nesse sentido, ainda de acordo com o autor:

    Grã-Bretanha, final dos anos: os terríveis efeitos da Segunda Guerra Mundial ainda são visíveis na economia da região e na psicologia da geração que lutou e viveu o conflito. As crianças que nasceram durante os anos da guerra agora estão se tornando adolescente, impacientes para se livrarem do sufocante peso das experiências e das atitudes dos pais. Muitos procuram inspiração na América. O soldados americanos ainda estão baseados no Reino Unido e na Europa Ocidental, e a estação de rádio American Forces Network pode ser ouvida facilmente. Jazz e, mais tarde, blues, R’n’B e rock’ n’ roll entram nas casas dos adolescentes, ansiosos por ouvir essa nova música, excitante e rebelde.(CROUCH,2012,p.6).

    Diante dessas questões levantadas, percebemos que o rock é mais do que um estilo de vida, o mesmo nos mostra uma a busca de outras vertentes, contestações, enfim. Portanto, observa-se que o rock e a educação eles possuem algo em comum que é a ousadia, pois torna-se interessante essa junção, trabalhar letras de rock no ensino em sala de aula e abordar o rock, suas evoluções, ressaltando suas influências e reflexões nas letras. Portanto, nós enquanto docentes devemos trabalhar o rock como instrumento pedagógico para a formação de seres humanos pensantes, políticos e críticos.

    2. METODOLOGIA

    Os dados foram coletados por meio de livros, músicas, tomando como base metodológica, a pesquisa é de cunho bibliográfico, foram feitas investigações sobre a história do rock e sua importância em sociedade, e em seguida uma junção rock e educação, com o ensino em sala de aula trabalhando a música, ou seja, o rock. Tendo como proposta a música (rock) ajudando na construção do aluno, ser militante, fazendo-o sujeito em sociedade, ajudando o mesmo a ter uma dimensão da vida, adquirindo a ética e moral em temas abordados através do rock em sala de aula para o discente no ensino fundamental e médio, despertando-os também em um ser crítico e cultural.

    Ressaltando, a pesquisa tem o propósito de compreender o percurso do rock no cenário mundial com os aspectos históricos, sociais e culturais mais marcantes revelando no decorrer do artigo, o referido tema proposto no campo da educação pode ser trabalhado em aulas de história, português, literatura, geografia, na realidade é um tema flexível que aborda várias vertentes, ressaltando o rock, pois, pode ser um instrumento didático-pedagógico reconhecendo esse importante gênero musical como potencial de influência na em sociedade.

    3. RESULTADOS DE DISCUSSÕES

    3.1. UM BREVE HISTÓRICO DO ROCK N’ ROLL

    É de suma importância ressaltar estrelas e acontecimentos no cenário do rock n’ roll, na sociedade para compreender e conhecer. Enfatizando sobre o gênero musical mais popular do mundo ocidental, entrando para o mundo inteiro com grande aceitação. Portanto, era a primeira vez que brancos e negros estavam gostando da mesma coisa, o “Rock n´ roll”.

    De acordo com Friedlander ( 2006) rock n´ Roll é um gênero musical que surgiu na década de 50, composta de vários ritmos como: ( o Country) dos brancos e ( o Jazz, Rhythm and Blues, Blues, Gospel e outros) dos negros. O Blues nasceu no Mississipi nos Estados Unidos no século XIX, nas plantações de algodão enquanto os afro-americanos iam trabalhando eles cantavam, baladas e letras rimadas. A forma do blues, onipresente no jazz, no rhythm and blues e no rock and roll. Grandes nomes do Blues como Buddy Guy, B.B King, Muddy Waters que são referência para todos os roqueiros, inclusive para o rei do rock Elvis Presley, levando o gênero para indústria musical.

    Observa-se de acordo com Friedlander (2006), o cenário musical ficou mais colossal, com a invasão britânica, uma fusão entre o rock clássico, rockabilly, blues e pop percorreram novos caminhos musicais fortalecendo ainda mais a música comercial. Portanto eles deram uma roupagem ao rock a seu modo. O quarteto de Liverpool The Beatles, os integrantes, John Lennon , Paul McCartney , George Harrison e Ringo Starr apelidados de “Os bons mocinhos”. Grandes sucessos como, Hey jude, In my Life, Yesterday, entre outros.

    Músicas bem elaboradas, críticas sobre os acontecimentos sociais, músicas também sobre amizade, amor letras mais reflexivas. Ressaltando, a trajetória The Beatles foi marcada por grande sucessos e fãs em toda parte do mundo influenciando a juventude daquela época. Os shows The Beatles eram lotados e muitos ataques de histerias, marcaram uma geração e até hoje eles são considerados uma das maiores bandas de rock de todos os tempos ao lado The Stones.

    De acordo com Crouch (2012) The Rolling Stones os “dinossauros do rock”, a banda britânica formada em Londres iniciaram em 1962, seus integrantes Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts

    e Rom wood ! The Stones é a mais perfeita tradução do Rock n’ Roll, essa banda realmente tem atitudes Rock n’ Roll, cheios de ousadia no palco e fora também, marcados por uma vida livre.

    Portanto, diante desse contexto musical The Stones, são cheios de hits, atualmente criam roupagens para suas pérolas musicais ao longo dos anos, shows e turnês da banda passaram a ser acontecimentos fundamentais para o rock. Grandes hits como, I Can t Get No Satisfaction, Let s Spend The night Together, Gimme shelter, Not Fade away de (Buddy Holly). Sendo mais preciso, The Stones é marcou uma geração, são realmente figuras imponentes é a verdadeira personificação da intrepidez. De acordo com Tiber (2009), o Hino Americano tocado por Hendrix em “Woodstock” foi uma crítica e desabafo a Guerra do Vietnã que infelizmente teve várias vítimas fatais. Um protesto contra o conflito, Woodstock foi um grande festival de música e arte, ou seja, um grito de libertação que ocorreu em 1969, entre os dias 15 e 18 de agosto nos Estados Unidos na fazenda de Max Yasgur. Jovens formaram uma multidão para celebrar o auge da cultura Hippie, ou seja a contracultura tinha como fundamento paz, amor e liberdade de expressão. Combate ao capitalismo, ao sistema e dogmas. Então, dentro desse festival os protestos eram feitos por artistas e pelo público, queriam mostrar que os dogmas não eram importantes para a sociedade e sim o respeito uns pelos outros e ter uma maneira plena de viver bem. Tinha a proposição de mudar o mundo, uma espécie de utopia. Segundo Tiber (2009), grandes nomes participaram do festival, como: Richie Havens, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Joe Cocker, Santana entre outras estrelas. Depois de Woodstock Hendrix lançou de Machine Gun um desabafo as torturas da Guerra. E o mais interessante, a carreira da dobradinha Janis Joplin e Jimi Hendrix se consolidou nesse momento. Esse festival com propostas musicais e culturais, até hoje é marcado por boas lembranças, quem estava presente ficou enaltecido por participar desse evento, quem não viveu tenta nutrir com documentários, livros, entre outros, marcou uma geração, foi um fato histórico altamente relevante para a causa roqueira, mostrando aos jovens e a todos que temos o poder de expressão através da música.

    De acordo com Friedlander (2006), no final de 60 começaram o surgimento do subgêneros todos derivados de misturas de rock com outros estilos musicais como o Folk Rock representado por Bob Dylan surgiu nos Estados Unidos e combina música tradicional com rock, seu som é composto por letras extremamente protestantes, de histórias sociais, inquietas. Dylan com suas letras harmoniosas e intensamente consciente, ajudou mais uma vez o rock a ser um instrumento de contestação. De acordo com Friedlander (2006), a década de 70 surgiram bandas como: Led Zeppelin, Black Sabbath, Kiss, Pink Floyd, Geneses, Aerosmith entre outros, gêneros musicais como hard rock, heavy metal, art-rock e rock progressivo, guitarras intensas estilos e letras contestadoras tem uma vertente para ressaltar as mazelas da sociedade, letras com muito protestos , e ideias polêmicas sobre cultura e política , arranjos simples e um som potente.

    Segundo Friedlander (2006), a década de 80 foi marcada pelo peso e atitude com diversos ritmos a chave do sucesso era new wave, era uma ligação de música com vídeo,

    artistas mais dinâmicos produziam mais vídeos como Michael Jackson, Madona e Prince . Ainda na vertente de um olhar crítico o rock nessa época segue com grandes eventos megashwons mostrando ainda mais o poder que a música tem, expondo causas sociais e políticas, o rock acompanhado por um público jovem aberto.

    De acordo com Borneman (1992), Em 1989 aconteceu a queda do Muro de Berlim, uma barreira física, um lado Alemanha Oriental (socialista) outro lado Alemanha Ocidental(capitalista), entre outros fatos decorrentes de contínuo dilemas, geram também uma permanência de crise existencial .

    Percebe-se, diante desse contexto revolucionário, no final da década de 80 para década de 90 as mudanças sociais tocaram a vida de todos e da música também, bandas de Rock se constituíram com o grunge movimento alternativo e altamente expressivo sendo contra ao sistema, usando questionamentos para as ações do governamentais. Portanto, esse formato de rock tem o objetivo de libertação, letras irônicas e inquietas, estilo americano despojado, formando um som potente , bandas como Nirvana, Pearl Jam, Stone Temple Pilots, entre outras . Outro estilo que popularizou nessa década foi o funk rock com estourados sucessos da banda Hed Hot e Chirli Peppers músicas como: Under the Bridge, Sikamikanico, Give it Away entre outros.

    Observa-se que no ano 2000 até nos dias atuais o Rock, ainda brilha, mas, se encontra estagnado em suas composições, não exerce aquela força de mudar o mundo e ir mais além, ele esta Pop, dando uma roupagem nova em ritmos e batidas misturadas. Infelizmente, atualmente a maioria dos jovens estão condicionados a não se expressar, diferentes daqueles jovens dos anos 60, 70, 80. Mas a escola tem um papel fundamental de ajudar o aluno a se construir em seres críticos e pensantes, lutando por seus ideais. Portanto é de suma importância que o professor em sala de aula incite ao discente sobre a arte da música como teor expressivo, causando no aluno o poder de discussão em sociedade.

    3.2. O ROCK N´ ROLL EM SALA DE AULA

    VIGOTSKI (1998, p.307-3080). “A arte está para a vida como o vinho para a uva – disse um pensador, e estava coberto de razão, ao indicar assim que a arte recolhe da vida o seu material, mas produz acima desse material algo que ainda não está nas propriedades desse material.” A comparação dada por Vigotski (1998), é pertinente ao que estamos refletindo, pois a arte faz parte da vida, ao longo do tempo a cada geração nos mostrando portais, fazendo atingir outras percepções. Música é uma grande dádiva e existe nos mais variados ritmos todas têm o seu valor a ser apreciadas de muitas formas, através de várias vertentes.

    Portanto, diante desse cenário musical abordado com bases bibliográficas desde o surgimento com grandes histórias marcantes em nossa sociedade e vários expoentes que deram vida e roupagem ao rock and roll, temos como fundamento analisar as contribuições do rock na educação em sala de aula, que pode ser aplicadas em matérias de história, geografia, português, o qual é considerado uma metodologia de aprendizagem eficaz, que traz um grande desenvolvimento para o aluno, fazendo-o refletir, ajudando a ter um olhar holístico ao seu redor, ser mais crítico, construir ideais novas, aprimorar o ser. O rock traz leveza, liberdade, traz poemas e poesias, às vezes rebeldia é um estilo de vida. É uma soma de ideias, atitudes e construção de perspectivas aumentando o saber. E nesse sentido, a música tem uma importante contribuição no aspecto social e educativo. Diante dos pressupostos fundamentados, a seguir:

    Os métodos modernos de pedagogia musical estão absolutamente corretos ao propor atividades de escuta ativa, não somente para evitar que os alunos, se não tiverem nada de preciso a fazer, conversem ou se evadam da aula através de devaneios, mas por que faz parte da natureza da obra musical despertar uma admiração ativa: O objetivo da escuta ativa não é chegar a uma espécie de êxtase teológico, mas despertar emoções controladas, que integrem a alegria ao conjunto da pessoa, tanto na sua sensibilidade quanto na sua compreensão. (SNYDERS,1997,p.27)

    Enfatizando essa linha de pensamento sobre a escola, pois, precisa ser um espaço aberto, voltado para o mundo, para novas experiências. A escola e o docente tem que contribuir para a vida, tocando o sujeito no sentido mais íntimo, através de práticas pedagógicas dando liberdade ao aluno questionar, expor suas ideias.

    Portanto a música, mais precisamente o rock pode se tornar em um instrumento didático-pedagógico, o educador deve atentar-se de que maneira ele pode trabalhar esse tema,

    pode ressaltar como o ritmo surgiu que foi depois da segunda Guerra Mundial, como forma de libertação e expressão para a sociedade. O professor pode abordar letras emblemáticas de bandas como : Legião Urbana, Raul Seixas, Engenheiros do Havaí, Beathes, Rolling Stones. Enfim, esse ritmo tão polêmico que é o rock, mas, tão desconhecido por várias pessoas, essa pesquisa segue reconhecendo esse importante gênero musical como potencial de influência na vida das pessoas.

    Dessa forma, o docente como formadores de opiniões ajudando na construção do aluno de maneira significativa em várias vertentes, uma delas pode ser através dessas maravilhosas letras do rock-poesia que nos fazem ter uma perspectiva de vida, sermos críticos, lutar pelo que queremos e no que acreditamos, sermos intrépidos, resistir ao sistema. Portanto, diante desse cenário musical abordado com bases bibliográficas desde o princípio com grandes histórias marcantes em nossa sociedade e vários expoentes que deram vida e roupagem ao rock and roll.

    Observamos que a música é um veículo de expressão para todos, e o rock, é um gênero musical que marcou época, por suas contestações, ousadia, uma busca constante de novos horizontes. E por que não dizer autênticos visionários? Tem como ideia central a expressão, a busca da felicidade, a busca da identidade. Dessa forma, esse caminho de levar a arte em forma de música para sala de aula é de fundamental importância para o aluno tocando-os como atores sociais e também em seus aspectos subjetivos, adquirindo um novo formato de realidade, desenvolvendo também um saber analítico por meio da música. E nesse sentido, Schopenhauer (1960) analisa a música como uma linguagem universal, tocando o ser, penetrando sua alma, agindo de maneira envolvente, que desperta sentimentos dos mais variados. Com base nesse enfoque, o autor afirma:

    A música não exprime nunca o fenômeno, mas unicamente a essência íntima de todo o fenômeno, numa palavra a própria vontade. Portanto não exprime uma alegria especial ou definida, certas tristezas, certa dor, certo medo, certo transporte, certo prazer, certa serenidade de espírito, mas a própria alegria, a tristeza, a dor, o medo, os transportes, o prazer, a serenidade de espírito; exprime-lhes a essência abstrata e a geral, fora de qualquer motivo ou circunstancia. E, todavia, nesta quinta essência abstrata, sabemos compreende-la perfeitamente. (SCHOPENHAUER,1960, p.114).

    De acordo com o autor, a música nos leva a um estado de espírito ela realmente nos transporta a diversos sentimentos. Portanto, diante dessa perspectiva é necessário dividir tais músicas com outras pessoas, acredita-se que uma educação de qualidade trabalha com a música mais precisamente exemplificando: O rock-poesia. De acordo com Paulo Freire (2006) a educação significa conduzir uma pessoa para fora, libertação e não um simples saber limitado, formal, vai além dos muros da escola. O saber leva o indivíduo a romper barreiras, dando-lhe inquietude sobre o mundo.

    Diante dessa visão, o rock é um estilo musical que traz essência uma vontade de viver, não se limitar ao que é passado como verdade, ser perseverante buscar novos conceitos e segmentos e The Beathes, The Stones entre outros fizeram isso como ninguém, através de suas músicas e ações. (Imagine), de John Lenonn, leva-nos a um grau de humanidade, fazendo ter perspectiva de dias melhores um verdadeiro ecumenismo, é utópico, mas tem realmente um poder de reflexão sobre uma ética e moral em sociedade nos dando um sentido de humanidade. Percebe-se que determinadas letras leva-nos a um poder de diálogo, reflexão, potencializando o saber em um encontro com a sensibilidade e compreensão levando a um grande desenvolvimento do raciocínio. É fundamental aplicar métodos inovador em sala de aula, com o objetivo de transformação através de uma educação inovadora, possibilitando a capacidade de arriscar. E nesse sentido, a educação em sala de aula deve ser dinâmica propondo liberdade de pensamentos. Nesse contexto, o rock tem um papel social muito importante, de levantar questões sócias, atingindo um pensamento talvez ético, antirracista, tentando percorrer por caminhos do bem, da ousadia de lutar por causas nobres. Então, algumas músicas ressaltam sobre conceitos de paz e humanização, como a música do U2 Pride (In The Name Of Love), traduzindo, Orgulho ( Em nome do amor). Feito para homenagear Martin Luther King, importante líder do movimento negro, fez uma campanha da não violência, igualdade e liberdade. Portanto, a referida música é relevante para um debate, abordando temas desde o racismo até a humanização, ressaltando ainda o ativismo. É importante que o docente socialize músicas em sala de aula e aguce o sentido de respeito, tolerância e criatividade, proporcionando no aluno autonomia para debater e argumentar temas, passando também conhecer o cenário social, cultural e político, e lhe dando uma dimensão de um ser humano em construção em busca do melhor, como descreve o autor e educador sobre a construção do conhecimento: Afirma Freire (1996, p.49), “Como professor crítico, sou um “aventureiro” responsável, predisposto à mudança, à aceitação do diferente”. Enfatizando essa linha de pensamento, somos seres em construção, ou seja, em constante aprendizado a educação nos leva à esse caminho, como rock também nos leva a perspectiva de construção de ideias, traz protestos, perspectivas, uma gama de temas.

    O rock é um produto cultural, tornando-se também um instrumento para educação em sala de aula. Abordando temas tocantes, outras vezes polêmicos como Pink Floyd, Another Brick in the Wall (Mais um tijolo no muro). Portanto, é uma música instigante, ela abre discussões em torno do abuso de poder que é imposto na sociedade e na escola, em que o sujeito é uma vítima, a falta de respeito com ser humano, padronização de comportamento. Diante, dessa realidade castradora isso é frustrante. Nós, mediadores temos que pontuar essas questões abusivas existentes em sociedade e trabalhar reflexões juntamente com os alunos,

    uma vez que somos seres pensantes podendo transformar a realidade, derrubando muros e construindo pontes, sendo um tijolo fundamental em sua construção. Outra música atemporal que deve ser trabalhado em sala de aula, para atualidade do nosso país a partir da letra de Raul Seixas “Aluga-se”. Dá para debater as privatizações, a exclusão do povo, dos processos de transformações da história, nossa dependência econômica e política, frutos do nossos processo de colonização. Portanto, é de fundamental importância trabalhar esses temas polêmicos, a educação tem esse papel, devemos cultivar em cada discente a reflexões e pensamentos de relevância em um cenário desafiador, mas podendo transformá-lo com ajuda da arte em forma de música.

    E nesse contexto musical de acordo de Vigotski (1998) o ser humano é apreciador da música desde os primórdios, foi uma das coisas mais criativas idealizada na humanidade, ela é como se fosse o sopro da vida, vozes ecoam sobre o universo e isso faz bem para alma! Instrumentos musicais nos ajudam a caminhar para uma expressão corporal. Portanto, a arte possui um enorme poder sobre nossos sentimentos, levando ao êxtase e fazendo-nos refletir sobre a vida.

    4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Portanto docentes, precisam de atitudes ousadas, aplicando uma metodologia atrativa como o rock em sala de aula, mostrando também que o referida música foi e é considerado mais do quê um gênero musical,

    é um importante movimento cultural dono de um ritmo vital que motiva para emoções variadas, algumas músicas estimulam ações políticas, o dever de amar ao próximo, algumas estimulam críticas, poesias, enfim. O rock faz um papel importante na sociedade, tanto através de seus ícones quanto em suas obras musicais!

    Além da estética musical, através de suas guitarras prazerosas, baixos hipnotizadores e percussões transcendentais, várias músicas de rock têm uma sintonia com a reflexão e o poder de levantar questões polêmicas vivenciadas em sociedade, como: O capitalismo, selvageria entre pessoas, educação castradora, enfim! Esse gênero é libertador, interessante para a educação em sala de aula, é uma importante ferramenta pedagógica que atrai discussões proporcionando no aluno um olhar crítico sobre tudo ao seu redor, construindo uma capacidade de evolução cultural e uma percepção de novos horizontes sobre os assuntos abordados no formato de música, dessa forma, a contribuição do rock em sala de aula é significativa, trazendo progresso para o discente, pois são os próprios construtores de suas

    ações e os docentes com o papel de ajudar como mediadores nessa busca constante que é a aprendizagem.

    5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    ALEXANDRE, Ricardo. Dias de luta: o rock e o Brasil dos anos 80. São Paulo: DBA Artes Gráficas, 2002.

    BORNEMAN, Belonging in the two Berlins:Kin, State, nation, New York Cambridge University Press,1992.

    CROUCH, Glenn. Tesouros da banda Rolling Stones Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012.

    FREDLANDER, PAUL. Rock and Roll: Uma História Social.Tradução de A. Costa.4º ed, Rj: Record, 2006.P.32.

    FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Brasil: Paz e Terra (Coleção Leitura), 1996. Edição de bolso.

    SCHOPENHAUER, A. Dores do Mundo. Tradução: José Souza de Oliveira. 4. ed. São Paulo: Brasil Editora, 1960.

    GIDDENS, Anthony. Sociologia 4ª edição, Artmed 2005.

    Vigotski, L. Psicologia da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

    RICARDS, keitk, Vida. Rio de Janeiro, Editora Globo, 2010.

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