A biodiversidade na alimentação

Autor: Vitor Diniz - Estagiário de Jornalismo

Segundo as definições da Organização das Nações Unidas (ONU), a biodiversidade na alimentação engloba todas as plantas e animais, sejam eles silvestres ou domesticados, que nos fornecem alimentação.

Para debater esse assunto, a “Maratona Ecos do Brasil” promoveu a palestra “Biodiversidade na alimentação”. Com a participação da coordenadora do curso de Nutrição da Uninter, Thais Mezzomo, e do professor Alisson David Silva, o evento ocorreu no dia 25.set.2020, com transmissão pela página Maratonas Para Desenvolvimento Sustentável Uninter.

A coordenadora começou a palestra explicando que a biodiversidade é um sistema que envolve todas as espécies de seres vivos existentes na biosfera. “O Brasil contém 18% de toda a biodiversidade vegetal do planeta. Possui também uma parcela considerável da população que sofre de sérias deficiências nutricionais”, afirma.

Existem mais de 50 mil plantas comestíveis, que estão disponíveis em diversos lugar

es do mundo. Mas apenas 15 delas são utilizadas para suprir as principais demandas de alimentação dos seres humanos, entre elas o arroz, o milho e o trigo. Thais enfatiza que as pessoas entram na monotonia alimentar, que é a simplificação dos hábitos alimentares. “Devido à busca da praticidade na preparação dos alimentos, e também em razão da monocultura, que é a pequena variedade de produtos comestíveis, as pessoas acabam consumindo poucos alimentos de valor nutricional”, destaca.

Durante a palestra foi abordada a necessidade de valorizar o consumo de alimentos regionais e sazonais, e priorizar a expressão cultural das nossas comunidades. A palestrante incentivou o público a comprar em quitandas, armazéns e feiras, como forma de resgatar a biodiversidade alimentar. “Comprar em pequenos circuitos de comercialização, falar sobre a biodiversidade, com amigos e familiares, são maneiras de resgatar a biodiversidade alimentar”, afirma.

Alisson falou sobre as plantas alimentícias não convencionais (PANCS), que têm potencial alimentício e desenvolvimento espontâneo, porém não são consumidas em larga escala, sendo utilizadas apenas em algumas regiões. Entre esses vegetais, estão a acelga chinesa, o almeirão-roxo, a azedinha, a cambuquira e a capuchinha.

Sendo uma opção alimentar acessível e de elevado valor nutricional, as PANCS têm mais de 10 mil plantas com potencial alimentício. O professor Allison explica que a partir do momento em que o homem produz determinados alimentos, é criada uma cultura alimentar que considera praga a maioria dos vegetais. “O alimento que você cultiva é cultura. O que nasce em torno seria a erva daninha, isso do ponto de vista agronômico. Algumas coisas que são chamadas de pragas ou ervas daninhas podem ser inseridas na alimentação”, explica.

Os professores reiteraram que essas plantas não precisam necessariamente serem consumidas como salada.  Primeiro é preciso conhecer os tipos de plantas, saber quais delas são próprias para o consumo e entender que elas podem ser feitas de diferentes maneiras, na salada, ou no suco.

Não é recomendável colher PANCS em qualquer lugar. A planta pode estar contaminada. O correto é conhecer um local seguro, onde conhecemos a maneira como o terreno é cuidado. Uma segunda opção seria comprar de algum agricultor que comercialize esse produto.

Na conclusão do evento, Thais citou o “Projeto biodiversidade para alimentação e nutrição”, que é divulgado com a sigla em inglês (Biodiversity for Food and Nutrition – BFN). Financiado pela Organização das Nações Unidas (ONU), essa iniciativa abrange o Brasil, Quênia, Sri-Lanka e Turquia. O objetivo do projeto é a valorização das espécies relacionadas com a biodiversidade agrícola e a ampliação de seu cultivo.

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Autor: Vitor Diniz - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Pixabay


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