Violência contra as mulheres: o que você tem a ver com isso?

Autor: Luiz Garcel - estagiário de jornalismo

Segundo dados de 2006 a 2010 da Organização Mundial de Saúde, o Brasil está entre os dez países com maior número de homicídios femininos. Em mais de 90% dos casos, o crime é cometido por homens com quem a vítima possuía uma relação afetiva. Isso sem falar de outros crimes, como abusos psicológicos, físicos e sexuais. A violência ocorre principalmente dentro do lar por pessoas do convívio da mulher como maridos/esposas ou companheiros.

Para combater essa grave violência, foi criada a Lei n. 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006. O nome é reconhecimento à mulher vítima de duas tentativas de homicídio pelo então marido, e que desde então se dedica à causa do combate à violência contra as mulheres.

Mesmo assim, muitas mulheres têm dificuldades em garantir o amparo legal e acabam humilhadas quando buscam denunciar. A omissão de atendimento, maus tratos e preconceitos como discriminação racial, além da submissão das vítimas e testemunhas e procedimento desnecessários, repetitivos ou invasivos, são alguns dos exemplos de violência institucional (cometida por servidores do estado) que faz com que as mulheres sejam revitimizadas. A pena prevista para esses casos é de detenção de três meses a um ano, além de multa.

Os desafios da violência contra a mulher também alcançam o ambiente de trabalho, no qual muitas mulheres são vítimas de assédio. Nesses casos, a mulher se sente muitas vezes intimidada por pessoas que ocupam posições hierárquicas superiores às dela.

Para mulheres transexuais, assim como lésbicas e bissexuais, as violências podem ser ainda mais frequentes, já que são vítimas de preconceitos e agressões múltiplas devido a questões de gênero e orientação sexual.

Além desses problemas, o tráfico de mulheres é outra ameaça. Com finalidades que vão desde a exploração sexual ou trabalhos forçados até a remoção de órgãos, esse tipo de crime envolve uma ampla rede de atores e ocorre tanto local quanto globalmente.

A visão atribuída às mulheres como uma condição inferior ao homem é propagada há séculos e está por trás das inúmeras violências praticadas contra mulheres expressamente pelo fato de serem mulheres.

Diante de uma situação tão grave e presente em quase todos os espaços da sociedade, não dá para ficar indiferente. Por isso, o curso de Gestão das Organizações do Terceiro Setor promoveu a live: “Violência contra as mulheres: o que você tem a ver com isso?”, transmitida no dia 27 de outubro, com a participação de Juliana Faleiros, advogada, professora na FADISP e pesquisadora sobre classe, raça e gênero na sociedade brasileira e mediada pela Prof.ª Mariana Patrício Richter Santos, professora tutora do Curso de Gestão das Organizações do Terceiro Setor.

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Autor: Luiz Garcel - estagiário de jornalismo
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Pexels


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