Veja como é possível empreender mesmo em cenário de crise

Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo

Em tempos de pandemia mundial, o empreendedorismo se tornou um caminho ainda mais complexo. O empreendedor, além de ter que lidar com diversas áreas do conhecimento, e enfrentar grandes desafios para alavancar seu negócio, especialmente no Brasil, ainda teve de lidar com os percalços adicionais de uma grave e inesperada situação de doença, que afetou todo o planeta. Mas, apesar do momento difícil, novas oportunidades estão surgindo.

“Empreender é identificar oportunidades não atendidas, para assim atendê-las, gerando valor para o consumidor”, define o professor Paulo Fernando Cherubin. “Quando penso em empreendedorismo, vejo uma pessoa com vontade. Um desejo de materializar algo”, complementa Guilherme, mediador do evento.

A pandemia impactou o empreendedorismo. Vimos negócios suspendendo suas atividades e clientes sumindo. Houve um impacto na cadeia produtiva, gerando escassez e aumento de custos, assim as empresas e os empreendedores tiveram de enfrentar essas dificuldades. Alguns não conseguiram superá-las e saíram do mercado, outros conseguiram e se mantiveram, e temos um novo grupo que observou novas oportunidades e ingressou no empreendedorismo.

O aluno de Engenharia Elétrica da Uninter Fábio Henrique Martins é empreendedor e trabalha no ramo industrial com empresas do ramo alimentício, automobilístico e cosméticos. Ele afirma que, com a pandemia, apesar da escassez, as pessoas buscaram fazer melhorias durante esse período. “Mesmo em casa, as pessoas buscaram evoluir e se adaptar à ausência do presencial, e muitos aproveitaram esse momento para buscar melhorias para o seu negócio, seja fisicamente ou intelectual”, comenta.

O cenário de pandemia, que já está durando dois anos, rompeu qualquer planejamento. “O ambiente de negócios está muito mais dinâmico do que era a 5, 10 anos atrás. Você planejava e executava, hoje o que você planeja pode não estar mais ali. Devemos planejar sim, mas ao mesmo tempo ter o ‘jogo de cintura’ para se adaptar rapidamente a isso”, pontua Paulo.

O setor alimentício, especialmente os restaurantes, foi muito impactado. Muitos estabelecimentos fecharam, mas muitos focaram no delivery e se adaptaram para o cliente consumir em casa. Além de alterar o cardápio, colocaram plataformas para os clientes fazerem rapidamente os pedidos, criaram logísticas para entregar rapidamente o produto, facilitando o processo e melhorando o serviço.

“Nós temos facilidade e flexibilidade para buscar soluções fora do manual. Porém, vivemos em um país onde há muita dificuldade para empreender, o índice de mortalidade de pequenas empresas é elevado. Se olharmos o que o empresário brasileiro consegue fazer, com tantas coisas contra, esse cara é um herói, pois ele está lá no dia a dia, trabalhando muito, e em muitos casos sacrificando seu patrimônio pessoal”, relata Paulo.

“O brasileiro tem muita criatividade para muitas coisas, mas vejo um pouco de preguiça, uma certa acomodação. Enquanto não tem uma pessoa para iniciar, muitos ficam esperando alguém tomar a frente, falta um pouco de proatividade”, descreve Fábio.

Paulo Cherubin diz que quando forem resolvidas as “amarras” desses aspectos que dificultam a vida do empresário brasileiro, as coisas vão evoluir. “Se tivéssemos algumas melhorias no nosso ambiente de negócios, seríamos um país muito mais desenvolvido, um nível de bem-estar muito melhor, e teríamos uma riqueza muito maior”, afirma.

Para Paulo, ampliar a visão de negócios e a percepção da gestão do negócio, em suas diversas áreas, para todos os alunos de todos os cursos, é um ponto muito importante que as instituições de ensino têm de citar. “Não basta, por exemplo, construir uma rede elétrica, você deve entender qual a necessidade do cliente e o que ele precisa realmente, e muitas vezes o cliente não sabe o que ele quer”, explica.

O professor Paulo Fernando Cherubin e o aluno de Engenharia Elétrica Fábio Henrique Martins debateram sobre o assunto no programa Nas Ondas da Politécnica, da Rádio Uninter. Guilherme Lemermeier foi o mediador do evento. Você pode acompanhar a gravação completa clicando aqui.

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Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Norma Mortenson/Pexels


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