Um dia para sentir na pele o que é ser surdo

Autor: Gabriel Prado - Estagiário de Jornalismo

Libras é a sigla para a Língua Brasileira de Sinais. Composta por uma série de sinais feitos com as mãos, ela é a linguagem mais utilizada para comunicação por deficientes auditivos no país. Graças às leis de acessibilidade, a tradução de diversos conteúdos, como programas de televisão e materiais didáticos, para esta linguagem vem se tornando cada vez mais comum. No entanto, ainda é difícil encontrar intérpretes em locais públicos, como centros de comércio.

O polo da Uninter em Itajaí (SC) oferece à comunidade um curso de extensão sobre Libras. Nos dias 7 e 8 de outubro, os alunos fizeram uma atividade de campo para vivenciar na prática como é o dia a dia dos deficientes auditivos. Eles foram a um shopping center da cidade e se passaram por surdos-mudos.

O professor responsável pelo curso, Sandro dos Santos, contou como foi proporcionar para os seus alunos essa simulação. “Nossa dinâmica foi muito gratificante, pois pudemos estar no outro lado, sentindo na pele o que é ser surdo e ver a reação das pessoas. Pudemos passar para os alunos essa nova experiência e conhecimento de Libras. Educador só se torna educador quando faz parte da história de alguém, com certeza os alunos não vão esquecer dessa visita”, destaca.

Durante a atividade, mais de 50 lojas foram visitadas. Apenas uma tinha um profissional com conhecimento de Libras para atender os alunos, e mesmo assim não dominava a linguagem adequadamente para um atendimento real. Várias vezes, quando os estudantes entravam nas lojas os funcionários os ignoravam, e alguns até riam da situação.

A aluna Maria do Carmo contou como se sentiu durante a experiência. “A visita ao shopping na pele da pessoa surda me fez entender a dificuldade que o portador da surdez passa no seu dia a dia. Fomos às compras e muitos atendentes zombaram, outros se afastaram. Momentos assim, são importantes para o nosso aprendizado, nos fazem entender o real sentido da empatia, na expectativa de uma mudança de comportamento das pessoas que nos trataram com indiferença”, conclui a estudante.

 

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Autor: Gabriel Prado - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Arquivo PAP Itajaí


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